Cidades

PROTOCOLO

Capital vai comprar 1,3 milhão de coquetéis contra a Covid-19

Hidroxicloroquina e ivermectina poderão ser adquiridas por meio de parceria com Laboratório do Exército

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A Prefeitura de Campo Grande pretende adquirir cerca de 1,3 milhão de comprimidos de hidroxicloroquina e ivermectina para serem disponibilizados para o tratamento inicial de casos de Covid-19 e até de suspeitos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), esses medicamentos podem ser adquiridos por meio de parcerias, e uma delas deve ser com o Laboratório do Exército.

A Capital aprovou, na noite de quarta-feira (1º), o protocolo para tratamento e prevenção do novo coronavírus que usa uma série de medicamentos, como a hidroxicloroquina e a ivermectina (que é também usada para tratamento contra verme).  

Essas medicações serão usadas por profissionais da saúde e contatos de casos confirmados. No caso da ivermectina, ela seria usada antes da apresentação de sintomas do novo coronavírus, mesmo sem um resultado positivo para a doença.

Já a hidroxicloroquina seria administrada para as pessoas que estivessem nas primeiras horas dos sintomas, mesmo sem um exame confirmado para a Covid-19. Essa ideia foi apresentada ontem ao prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), por um grupo de mais de 250 médicos que atuam na cidade.

O uso dessa medicação deverá ser feita apenas se prescrita por um médico, observando-se as características do paciente para o uso, crianças, por exemplo, não podem fazer uso da hidroxicloroquina. Segundo o prefeito, assim que a administração conseguir encontrar um fornecedor, todo o processo de compra deve levar até 25 dias.

“A prefeitura acatou o protocolo, vamos usar na nossa cidade. Agora tem algumas formalidades burocráticas que a legislação nos impõe. Me foi passado que o processo deve demorar de 20 a 25 dias, vamos fazer a cotação de laboratórios para saber o valor, mas o importante é que a demonstração de boa vontade e determinação para mandar executar a prefeitura já deu, mas não posso dar um prazo”, disse Trad.

EXÉRCITO

Além da possibilidade da compra, a Sesau encaminhou nesta quinta-feira um ofício para o Exército com a intenção de construir uma parceira com a instituição, que já fabrica cloroquina e hidroxicloroquina para seus militares, por conta de doenças já tratáveis pelo medicamento.  

Agora, a administração aguarda uma resposta do comando. De acordo com o médico toxicologista Sandro Benites, coordenador do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), e que faz parte do grupo de profissionais que se juntaram para oferecer a ideia à prefeitura, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) já autorizou o uso desse protocolo, mesmo sem uma comprovação científica para a prática.

“Realmente, não tem uma comprovação científica porque demora anos para isso acontecer, pelo menos 12 meses. Então, isso é válido para um período normal, que pode aguardar 2, 3 anos por comprovação científica. Mas não estamos vivendo um momento de paz e tranquilidade, não podemos esperar 2 anos, não está na hora de ficar sentado esperando, senão vamos perder milhares de vidas”, afirmou Benites.

Esse protocolo adotado em Campo Grande já é feito em outras localidades do País, como Vitória (ES), Belém (PA) e Porto Feliz (SP). A ideia, segundo o médico, veio de uma profissional brasileira que atuou na linha de frente na Espanha, onde utilizou esses medicamentos logo no começo dos sintomas e diz ter obtido sucesso.

“Não podemos ficar de braços cruzados, então por que não tentar, se teve alguém que tentou e deu certo? Quando estamos diante de situação anômala, a burocracia perde sua validade. O quadro está em branco em relação a essa doença e alguém precisa preencher as setinhas. É o momento de a gente esperar resultados científicos ou o momento de observar o que colegas estão fazendo para salvar vidas?”, questionou o toxicologista.

PROCURA

Até o momento, nenhuma pesquisa comprovou que o uso da hidroxicloroquina ou da ivermectina no começo da doença realmente seja benéfico. Porém, não há provas do contrário.  

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, o estudo mais abrangente sobre a cloroquina e hidroxicloroquina apresenta que ela não seria indicada para casos mais graves, por não demonstraram benefício “no tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19 grave. Efeitos colaterais foram relatados”.  

Por este motivo, as entidades representativas no Brasil não indicam o uso do medicamento. Sobre a ivermectina, a entidade ressalta que os estudos apresentados até aqui foram feitos in vitro e ainda não há testes comprovados em seres humanos. “Só estudos clínicos permitirão definir seu benefício e segurança na Covid-19”.

Mesmo assim, desde a divulgação da possibilidade de esses medicamentos serem favoráveis, a procura por eles, mesmo sem prescrição médica, aumentou muito.

Segundo a diretora do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF-MS), Kelle Slavc, a procura foi tamanha, que o produto acabou na Capital.

“Estamos com estoque reduzido, ninguém está encontrando mais nem com os distribuidores. Isso desde que começou a ser vinculado o uso dele pelas redes sociais e televisão. Antes, 50 caixas davam para um mês; agora, o que tinha para um mês não dá para um dia”, contou a farmacêutica sobre a ivermectina.  

Já em relação à hidroxicloroquina, ela afirma que desde que o medicamento passou ar ser vendido de forma mais controlada, ele não é mais encontrado, apenas por meio de manipulação.

SAÚDE

MS integra o Centro de Operações de Emergência no combate a Dengue

COE auxilia na definição de diretrizes de vigilância, com o objetivo de ampliar a prevenção e o monitoramento das arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika)

10/01/2025 12h00

Larvas do mosquito da Dengue

Larvas do mosquito da Dengue ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO

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Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), do Ministério da Saúde, foi instaurado para auxiliar os 79 municípios de Mato Grosso do Sul no combate as arboviroses.

O COE auxilia na definição de diretrizes de vigilância, com o objetivo de ampliar a prevenção e o monitoramento das arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika) e orientar ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e controle de vetores.

O projeto tem servidores da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS).

O COE pode convidar representantes de órgãos públicos e entidades privadas, especialistas e técnicos, para participarem de reuniões, com o objetivo de prestar assessoramento sobre temas específicos relacionados às arboviroses.

DIRETRIZES

Veja quais são as diretrizes do COE, de acordo com o governo de MS:

  • Planejar, coordenar e articular ações de resposta às emergências de saúde pública relacionadas a Arboviroses;
  • Monitorar a situação epidemiológica e entomológica das Arboviroses no território estadual e avaliar e propor medidas de controle, prevenção e mitigação de impactos;
  • Definir as estratégias e procedimentos na esfera estadual para o enfrentamento da situação epidemiológica das Arboviroses, com a finalidade de reduzir os potenciais impactos dessas doenças, por meio de uma resposta coordenada, estruturada, eficiente e oportuna;
  • Apoiar os municípios na estruturação das Vigilâncias em Saúde, bem como realizar o monitoramento, acompanhamento e avaliação de sua atuação;
  • Mobilizar instituições de sua governança e convidar as parceiras para participarem de ações de conscientização e de combate contra o vetor;
  • Estimular a sociedade quanto a importância da atuação de cada cidadão nos cuidados preventivos necessários para evitar a proliferação do mosquito;
  • Avaliar os resultados das ações e estratégias, com o intuito de mantê-las, substituí-las ou aprimorá-las, conforme cada caso;
  • Capacitar profissionais da saúde envolvidos na resposta às Arboviroses e fornecer orientações técnicas para enfrentamento de surtos e epidemias;
  • Desenvolver outras ações inerentes à sua área de atuação, necessárias ao enfrentamento da crise;
  • Analisar dados epidemiológicos, consolidar informações para subsidiar a tomada de decisão e divulgar boletins epidemiológicos e relatórios periódicos.

De acordo com a gerente de Doenças Endêmicas da SES, Jéssica Klener, o Centro de Operações de Emergência em Saúde tem como foco o planejamento, organização, coordenação e controle das medidas a serem adotadas durante a resposta às emergências.

“O COE para Dengue e outras Arboviroses visa fortalecer a capacidade de resposta diante dos desafios de saúde pública, garantindo uma atuação eficaz e coordenada para proteger a saúde da população e evitar casos graves e óbitos”, detalhou.

Em 2025, medicamentos para tratamento sintomático de arboviroses, como dipirona, paracetamol, sais de hidratação e soro fisiológico, serão distribuídos.

“Para 2025, é essencial que continuemos essa colaboração, focando em duas situações específicas. Primeiramente, muitos municípios estão passando por uma nova gestão e têm novos secretários de saúde. Esses profissionais precisam estar integrados ao nosso projeto estadual, garantindo que todos estejam alinhados com as estratégias e metas estabelecidas. Em outra frente, devemos prestar atenção especial àqueles municípios que, por diversos motivos, apresentaram números maiores de casos em 2024 em comparação com o restante do Estado. Um trabalho específico e direcionado será realizado nesses locais, com o objetivo de melhorar os resultados e promover a saúde da população. Com essa abordagem colaborativa e focada, acreditamos que poderemos alcançar resultados ainda mais significativos neste ano”, pontuou o titular da SES.

CASOS, MORTES E VACINAÇÃO

Mato Grosso do Sul registrou 16.229 casos de dengue e 919 de Chikungunya em 2024.

Números ainda apontam que 32 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 17 estão em investigação.

Segundo o documento, 121.368 doses da vacina contra dengue foram aplicadas no Estado. MS recebeu 207.796 doses do imunizante até o momento.

O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses. A vacinação é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.

Alistamento Feminino

Mulheres terão mesmas funções que homens durante o serviço militar

Responsável pela Seção de Serviço Militar Regional garante que não haverá distinção de gênero, e respondeu a algumas dúvidas sobre o alistamento feminino voluntário, inédito no Brasil

10/01/2025 11h00

Marcelo Victor/Correio do Estado

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Pela primeira vez na história, as Forças Armadas abriram o alistamento feminino voluntário, destinado a jovens que completam 18 anos em 2025. Na primeira semana, quase 200 mulheres fizeram o alistamento para o exército, que terá 99 vagas, todas elas para Campo Grande.

Por ser uma medida inédita, ela pode causar dúvidas, que foram respondidas pelo tenente-coronel Roberto Júnior, o responsável pela Seção de Serviço Militar da 9ª Região, e compiladas neste material. Confira:

As vagas são para quais funções?

No Comando Militar do Oeste (CMO), as vagas estão divididas da seguinte forma:

  • 60 para a Base de Administração e Apoio ao CMO;
  • 12 para o Hospital Militar de Área de Campo Grande;
  • 27 para o Colégio Militar de Campo Grande.

As mulheres vão fazer as mesmas funções dos homens?

Sim. As mulheres terão os mesmos direitos dos soldados homens, e deverão cumprir as mesmas funções.

"Não vai haver distinção nenhuma entre o masculino e o feminino, vão ser as mesmas atividades", reforçou o tenente-coronel. 

Como vai funcionar o alojamento?

As dependências do CMO vão ser modificadas para receber as mulheres. Segundo o tenente-coronel Roberto Júnior, Mato Grosso do Sul está entre os 14 estados selecionados para receber as jovens que se alistarem porque há uma maior "facilidade" na adequação dos dormitórios e banheiros, que vão ser destinados às novas militares.

"Foi feito um grupo de trabalho, um estudo, e foram escolhidos somente esses 14 porque eram os que tinham, nesse primeiro momento, as melhores condições de uma reestruturação e de pessoal militar capacitado para receber da melhor forma possível essas jovens", explicou.

Ele revelou ainda que a fase de reestruturação já teve início, com projetos para readequação dos dormitórios e dos banheiros, que serão separados em todos os prédios.

"Quando for a incorporação delas, com certeza já vai estar tudo alinhado e funcionando, porque o exército já vem se preparando desde o ano passado pra isso", garantiu.

Quanto tempo dura o alistamento?

Por lei, o alistamento tem duração de 12 meses, podendo ser prorrogado a cada período de um ano até o prazo máximo de oito anos.

Haverá salário?

Sim. O tenente-coronel Roberto Júnior afirmou que a remuneração corresponde a cerca de um salário mínimo, que é de R$ 1.518 em 2025.

Quais são as etapas de seleção?

Serão quatro etapas de seleção das jovens que vão integrar o serviço militar inicial feminino. Primeiro, é feita uma Seleção Geral, onde serão realizadas inspeções de saúde, feitas por médicos e dentistas, além de uma entrevista, da mesma forma que é feito no alistamento masculino.

Depois, no fim do ano, serão feitas as Designações, ou seja, cada jovem será direcionada para uma das áreas disponíveis.

Após essa etapa, é feita uma Seleção Complementar, que funciona como uma espécie de "peneira", feita já nas organizações militares para onde forem designadas.

Por fim, é feito o ato oficial de Incorporação daquelas selecionadas.

Como fazer o alistamento?

O alistamento pode ser feito pela internet, através do site alistamento.eb.mil.br, e presencialmente, na Junta do Serviço Militar, localizada na Rua Antônio Maria Coelho, 300. Caso o alistamento seja feito presencialmente, é necessário documento oficial com foto e comprovante de residência.

Quais são os critérios?

As voluntárias devem completar sua maioridade no ano de inscrição e, ainda, residir em algum dos municípios que possuem Organização Militar e que foram contemplados com a iniciativa pioneira.

Até quando posso fazer o alistamento?

O alistamento feminino segue até o dia 30 de junho, mesmo período do alistamento masculino. E atenção: mesmo que complete 18 anos apenas após a data de encerramento do alistamento, a jovem deve fazer o alistamento no período indicado, caso contrário, ela não poderá se alistar no ano que vem, já que será o ano em que completa 19 anos.

Após a incorporação, o serviço vira obrigatório?

Sim. A militar fica sujeita às obrigações e deveres previstos na Lei 4.375/64 e ao respectivo regulamento de cada Força.

"Quando ela incorporar, que é o ato oficial de uma jovem servir em uma organização militar, aí já passa a ser obrigatória. Deixa de ser voluntária, aí ela vai estar sujeita à lei do serviço militar e ao regulamento, que é um decreto do serviço militar. Então ela passa a ter todas as direitos e obrigações como um soldado normal", comentou o tenente-coronel.

A soldado terá, inclusive, que se apresentar anualmente após o cumprimento do serviço, pelos cinco anos que sucederem.

"Ao fim dos quase 12 meses de serviço militar, elas vão para a reserva não remunerada, e vão compor, assim como os homens, a reserva mobilizável do exército. Elas vão ter que se apresentar anualmente, por cinco anos, num exercício que a gente chama de 'exercício de apresentação da reserva', que é feito nas organizações militares", acrescentou.

Ele explicou que as quatro primeiras apresentações podem ser online, mas a última, a quinta, tem que ser presencial em uma organização militar.

"Então, durante essas fases, ela vai estar em dia com o serviço militar. Se ela faltar qualquer uma dessas apresentações, é fácil resolver a situação. Porém, se não resolver, ela (a militar) vai estar em débito com o serviço militar. Quando ela finalizar os cinco anos, aí ela vai estar quite com o serviço militar", concluiu.

Mulheres nas Forças Armadas

Atualmente, as Forças Armadas possuem 37 mil mulheres, o que corresponde a cerca de 10% de todo o efetivo. Com a adoção do alistamento, o número de oportunidades deve crescer gradativamente. Hoje, as mulheres atuam nas Forças principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística ou têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em estabelecimentos de ensino, como o Colégio Naval (CN), da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.

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