Cidades

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Com 450 acidentes de trânsito, Afonso Pena é a via mais perigosa

Duque de Caxias, Marechal Deodoro e Júlio de Castilho são as avenidas com mais vítimas de colisões

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Segundo o levantamento do Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT) de Campo Grande, a Avenida Afonso Pena foi a via mais perigosa da Capital este ano, por registrar o maior número de acidentes de trânsito da cidade, com 450 ocorrências de janeiro a 24 de novembro. 

Para Ivanise Rotta, secretária do GGIT e chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), o fato de a via ter o maior número de acidentes tem relação com as características da avenida e dos empreendimentos que nela existem.

“Por ser uma via larga, que, quando não está congestionada, leva o motorista a transitar em alta velocidade e por ser uma via plana onde estão muitos bares. E a bebida é o segundo fator que mais causa acidentes, que geralmente são de madrugada, quando não tem muitos carros”, explicou.

A secretária do GGIT ainda salientou o fato de a Avenida Afonso Pensa ser uma via com ótima sinalização e com vários pontos de fiscalização eletrônica, o que mostra que as indicações da pista não são respeitadas pelos motoristas.

“A Afonso Pena é uma das avenidas mais bem sinalizadas, com sinalização boa, onde tem redutor de velocidade. A fiscalização está ali para toda a via, por isso, ainda há autuações e multas”, relatou Rotta.

Em apenas 11 meses deste ano, o número de acidentes de trânsito já supera a marca do ano passado inteiro. De janeiro a 24 de novembro, foram 9.794 ocorrências, enquanto no período de janeiro a dezembro de 2021 foram notificados 8.638 acidentes. 

De acordo com o GGIT e o Batalhão da Polícia Militar de Trânsito (BPMTran), do total de acidentes deste ano, 6.094 foram sem vítimas e 3.656 com vítimas; ocorreram 73 óbitos, 41 no local e 32 a caminho da unidade de saúde ou na internação. 

Em 2021, foram 4.106 ocorrências sem vítimas e 4.457 com pessoas feridas, e um total de 75 mortes. Apesar do aumento no número de acidentes como um todo, Ivanise afirmou que prefere se concentrar no fato de que neste ano, até a data do levantamento, havia menos acidentes fatais registrados em Campo Grande em relação ao ano passado. 

“Quando você trabalha no trânsito, tem de se preocupar mais com os acidentes graves e os fatais. Os acidentes leves não causam danos para os seres humanos, o que nós visamos é zero acidentes fatais e com vítimas”.

Apesar de a Afonso Pena ser a via com mais acidentes, a maioria não teve feridos. As vias com mais óbitos registrados neste ano foram as avenidas Duque de Caxias, Marechal Deodoro e Júlio de Castilho, com duas mortes cada. Os motociclistas estiveram presentes no maior número de acidentes, foram 49 dos 73 óbitos. 

O levantamento aponta que a velocidade excessiva, o uso de álcool e a condução sem habilitação foram os principais fatores dos acidentes, tanto em 2021 quanto neste ano. 

“É inadmissível que nós continuemos nos matando. A sociedade ainda aceita a bebida enquanto se conduz um veículo, se nós conseguíssemos transpor esta máxima, poderíamos reduzir o número de acidentes. Qual o nosso ideal? Ter o mesmo comportamento de quando visse alguém fumando em local fechado para quem bebeu e dirigiu, que seja tão inaceitável quanto isso”, afirmou Rotta.

Para a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran, outro ponto que contribui para que as pessoas sigam consumindo álcool e dirigindo são as punições para quem infringe essas regras e a falta de consciência quanto às consequências, como a morte de terceiros.

“Não temos exemplos de grandes punições quando há mortes no trânsito, as penas acabam convertidas em cestas básicas ou indenizações com bem material, mas a pessoa que perdeu alguém no trânsito nunca mais vai poder ter sua vida de volta. O condutor tem de ter a consciência de que se beber e dirigir está correndo risco e pode matar outras pessoas, o comprometimento de cada um é essencial para que a gente possa diminuir os acidentes”, completou.

O perfil da maioria das vítimas também não mudou. Homens, de 18 a 45 anos de idade e que pilotam motocicletas são os que mais se acidentam na Capital. 

“Para que haja redução, deve-se contar com todo mundo, com a população, com engenharia de trânsito, com a educação para o trânsito – para acolher, para informar –, com os primeiros socorros, que tem de chegar rapidamente. É uma combinação de medidas que pode ajudar a melhorar o trânsito”.

A Agetran afirma que desde 2011 tem realizado ações de conscientização no trânsito.
O programa Vida no Trânsito é baseado em práticas internacionais, de acordo com o modelo preconizado pela Organização Mundial de Saúde, e é realizado em conjunto com mais de 40 instituições, entre elas, o Samu, o Corpo de Bombeiros, o Detran e o Cetran.

Saiba: Em apenas 11 meses deste ano, o número de acidentes de trânsito já superou a marca do ano passado inteiro. De janeiro a 24 de novembro deste ano, foram 9.794 ocorrências. No período de janeiro a dezembro de 2021, foram notificados 8.638 acidentes. (Colaborou Daiany Albuquerque)

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MEIO AMBIENTE

Prevfogo vai manter brigadistas o ano inteiro no Pantanal de MS

Ameaça de incêndios florestais no bioma levará o governo federal a investir valor estimado; só com a equipe, serão R$ 387,6 mil para garantir ações por 12 meses

19/11/2024 09h00

Incêndios no Pantanal iniciaram mais cedo neste ano; União quer evitar que o mesmo ocorra em 2025

Incêndios no Pantanal iniciaram mais cedo neste ano; União quer evitar que o mesmo ocorra em 2025 Foto: Viviane Amorim/Secom/MMA

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Pela primeira vez, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) vai manter ao longo do ano inteiro brigadistas atuando no Pantanal.

Edital lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está contratando 15 brigadistas pelo período de até dois anos para atuarem permanentemente em Corumbá, principal município afetado pelos incêndios florestais no Pantanal.

O registro de incêndios na região completou 12 meses em outubro. Além disso, o governo federal vem sendo alvo de críticas diante das medidas realmente eficazes para combater o desmatamento e a poluição de gás carbônico, ainda mais com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), neste mês.

As inscrições para formar essa equipe inédita de atuação no território ocorrem entre os dias 20 e 21, das 8h às 16h. Mesmo amanhã sendo feriado nacional, os candidatos podem se inscrever no Parque Marina Gattass, que fica na Rodovia Ramão Gomes, de acesso à Bolívia, e onde está a sede do Prevfogo/Ibama na Capital do Pantanal.

Não há cobrança para inscrição. O edital contempla uma vaga para brigadista-chefe de Brigada Pronto Emprego de Manejo Integrado do Fogo, 
duas vagas para brigadista-chefe de esquadrão e outras 12 vagas para brigadistas.

Os investimentos para garantir o funcionamento dessa nova equipe, envolvendo só pessoal, é de cerca de R$ 32,3 mil mensais. Esse valor é o quanto vão receber o time de brigadistas futuramente contratados.

Para atuar apenas como brigadista, o salário é de R$ 1.980,00. Já o chefe de esquadrão tem vencimentos de R$ 2.640,00. Por sua vez, 
o brigadista-chefe vai receber R$ 3,3 mil.

Antes dos graves incêndios deste ano, o Prevfogo/Ibama atuava apenas em períodos emergenciais, que iam de agosto a dezembro. Em alguns casos, havia a contratação de um menor efetivo a partir de julho.

Neste ano, essa política foi mantida, e todo o efetivo só assumiu o posto em julho. Porém, os incêndios ocorreram de forma intensa antecipada, e em junho o fogo atingiu 426.700 hectares do Pantanal. Já no mês seguinte foram 159.850 hectares devastados pelas chamas.

No período de quase 11 meses, o fogo acabou destruindo mais de 21% do Pantanal, de acordo com dados do Laboratório de Análises Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ), o que equivale a 3.212.225 hectares.

Essa situação foi alcançada mesmo com o empenho de mais de 500 pessoas no combate direto, além do uso de aeronaves do Ibama, do Exército, da Marinha e do Corpo de Bombeiros no período mais crítico do fogo, ou seja, entre agosto e outubro.

Para especialistas que fazem o monitoramento de dados, o combate direto é um recurso que acaba gerando gastos milionários, mas que não evitam totalmente a propagação de incêndio para mais áreas.

“Enfatizamos a necessidade urgente de políticas e ações coordenadas para a prevenção e o combate aos incêndios. Chamamos atenção sobre as fontes de ignição humana, que têm sido as principais causas dos atuais incêndios na região, e reforçamos para a população a importância das leis vigentes de proibição do uso do fogo diante do contexto climático extremo deste ano”, apontou a nota técnica do Lasa/UFRJ, por meio dos pesquisadores Renata Libonati, Julia Abrantes Rodrigues, Filippe Lemos e Liz Belém.

“Este ano apresenta condições meteorológicas extremamente favoráveis para a propagação dos incêndios sem precedentes nas últimas quatro décadas”, completou.
Com essas novas contratações, o Prevfogo vai ter disponível uma equipe para realizar o manejo integrado do fogo na prevenção, no monitoramento e na preparação.

Além disso, os novos brigadistas terão de promover ações de conscientização, orientação e educação ambiental relacionadas às queimadas e aos incêndios florestais.

“[A equipe deverá] realizar ações para o público em geral e, em especial, às comunidades atendidas pelo Programa de Brigadas Federais, apoiando localidades que não contam com brigadas contratadas fora do período crítico de incêndios”, informou o MMA.

As ações ainda envolvem a coleta de sementes, a produção de mudas e a recuperação de áreas degradadas, bem como a execução de tarefas de abertura, construção e manutenção de aceiros [áreas abertas em locais de vegetação para reduzir a intensidade do fogo], estradas e caminhos e outras atividades que facilitem o deslocamento da brigada e a extinção de incêndios florestais.

Saiba

Em Corumbá, o Manejo Integrado do Fogo, instituído neste ano pela Lei Federal nº 14.944, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está inserido nas atribuições dos novos brigadistas, para que eles executem ações sobre o uso racional do fogo.

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Pesca Ilegal

Polícia multa "influencers" que produziam conteúdo pescando na Piracema

Ações de fiscalização e combate à pesca ilegal foram intensificadas no feriado prolongado; 628 pessoas foram abordadas e seis detidas

19/11/2024 08h45

Apenas durante o feriado prolongado, 628 pessoas foram abordadas, sendo que seis foram encaminhadas para a delegacia

Apenas durante o feriado prolongado, 628 pessoas foram abordadas, sendo que seis foram encaminhadas para a delegacia Divulgação: PMA

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A Piracema, período em que é proibida a pesca em rios, teve início à meia-noite do dia 5 de novembro, e desde então, as autoridades policias têm reforçado o policiamento para combater a pesca ilegal.

Segundo a Polícia Militar Ambiental (PMA), as ações de fiscalização ambiental foram intensificadas em Mato Grosso do Sul durante o feriado prolongado da Proclamação da República, com apoio da Policia Militar e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) na promoção de barreiras e patrulhas em diversas regiões do estado.

Um caso registrado em Rochedo chamou a atenção das autoridades: quatro homens foram flagrados pescando irregularmente no rio Aquidauana, próximo à confluência com o rio São João. Durante a abordagem, eles alegaram estar "produzindo conteúdo para redes sociais e canais no YouTube".

Eles foram detidos, encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Rochedo e multados em R$ 2.800.

Em nota, a PMA informou que, apenas durante o feriado prolongado, 628 pessoas foram abordadas, sendo que seis foram encaminhadas para a delegacia. Além disso, foram apreendidos 48 molinetes, nove varas de pesca, 24 anzóis de galho, três tarrafas, cinco redes de pesca e cinco armas de fogo nos 249 pontos de fiscalização.

Também foram fiscalizados 68 estabelecimentos comerciais e 27 pesqueiros e ranchos, resultando em multas que somaram R$ 23.314 e na apreensão de 680,38 kg de pescado irregular. A maior apreensão aconteceu no bairro Jupiá, em Três Lagoas, onde foram confiscados 393,68 kg de pescado irregular.

Operação

Neste ano, a Operação Piracema conta com o uso de tecnologias de georreferenciamento por meio do sistema Sistema de Gerenciamento da Informação Ambiental (SIGIA), drones com câmeras termais e monitoramento OVN.

Através delas, foi possível identificar pontos de difícil acesso, fortalecendo o combate às práticas ilegais. Barreiras estratégicas foram montadas em rodovias e pontos de comercialização de pescado, com ações educativas e repressivas.

Durante o feriado, barreiras foram realizadas conjuntamente pela PMA e pelo Imasul na BR-262, próximo a Terenos, e no posto Taquarussu, em Aquidauana. A fiscalização também se estendeu ao sul do Estado, como na região do Porto Vilma e Ipezal, no município de Deodápolis.

Além de fiscalizar, também as ações tiveram foco educativo, alertando sobre as restrições ambientais, especialmente com a aproximação das festas de fim de ano e aumento de turistas no Estado.

Regras durante o defeso

BACIA DO RIO PARAGUAI

  • Pesca de subsistência: Permitida para populações tradicionais, com limite de 3 kg ou um exemplar por dia, exclusivamente para consumo.
  • Pesca científica: Autorizada mediante permissão ambiental.
  • Pesca esportiva (pesque e solte): Permitida a partir de 1º de fevereiro de 2025

BACIA DO RIO PARANÁ

  • Pesca em reservatórios: Permitida para captura de espécies exóticas ou híbridas, com cota de 10 kg mais um exemplar.
  • Regras específicas: Proibida a menos de 1.500 metros de usinas hidrelétricas.
  • Equipamentos autorizados: Linha de mão, vara, anzol, molinete ou carretilha com iscas naturais ou artificiais.

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