Cidades

"CIDADE PERDIDA"

Depois de propagar ET Bilu, Urandir viraliza no País com mito de Ratanabá

Cidadão ilustre de Rochedo, no Mato Grosso do Sul, é conhecido por documentário "Terra Convexa" e "Projeto Portal"

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Mestre em histórias que brincam com o imaginário popular, Urandir Fernandes de Oliveira, diretor do longa-metragem "Terra Convexa" e responsável por propagar o ET Bilu, de Corguinho para o mundo, retorna aos holofotes da mídia com a "revelação de Ratanabá", a cidade perdida no meio da Amazônia que convenceu até mesmo o ex-secretário Especial da Cultura, Mario Frias. 

Eleito cidadão ilustre de Rochedo, nascido em Marabá Paulista, alguns projetos de Urandir ganham destaque, como a criação de Zigurats, a "Cidade do Futuro - Pérola do Universo" que começou a ser construída em 1997, em Corguinho (MS). 

Promovendo turismo à região, ele atrai convidados à cidade com suas construções de tetos arredondados; atividades socio-culturais; serviço de hotelaria; quadras poliesportivas; restaurantes e quiosques; venda e locação de imóveis e até um sistema econômico próprio, a moeda BDM (Bônus Dourado Mundial), que pode adquirir tudo em Zigurats. 

Além disso, no ano passado ele criou o Ecossistema Dákila, que engloba a Cidade Zigurats; Faculdade e Instituto Dákila Pesquisas; BDM Digital e Bank, além de outros empreendimentos como loja de materiais de construção, comercialização de vinhos, cosméticos e até empresa de viagens. 

Urandir também é diretor do longa-metragem "Terra Convexa", produção de 2018 que usa membros do Dakila Pesquisas para defender que o planeta tem esse formato.  

Os "resultados da pesquisa" apontam que, nos continentes, a Terra seria convexa e plana nas águas.

Além disso, haveria um continente até então não descoberto, segundo eles, separado por um paredão de gelo.  

Ratanabá

Ainda ontem (14), o ex-secretário Especial de Cultura, Mario Frias - que recebeu Urandir e sua equipe para conversa em setembro de 2020, quando ainda atuava na pasta - fez uma extensa publicação que defende a existência de uma cidade de 450 milhões de anos "perdida" na Amazônia. 

Frias cita a iniciativa de mapeamento da área feita pela Dakila, com uma tecnologia batizada de "Detecção e alcance de luz" (do inglês Light Detection and Ranging), que se baseia na captação de distâncias entre o sensor e a superfície a ser mapeada, por meio de um pulso de laser que se propaga, com a vantagem de "adentrar" a floresta sem precisar desmatar. 

"Nós sabemos a localização exata, mas não podemos divulgar porque órgãos como a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), ONU e principalmente o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), simplesmente estão articulados para tomar a Amazônia de nós", comenta Urandir.  

Conforme ele, que é presidente do Instituto Think Tank Dakila Pesquisas, após essas ações de mapeamento, até o fim do mês as imagens serão processadas e devem "mostrar o que realmente há lá". 

Conheça Ratanabá

Segundo o instituto Dakila Pesquisas, Ratanabá foi capital do mundo há 450 milhões de anos. Soterrada na Amazônia, a cidade perdida apresenta ramificações por toda a América do Sul.  

“Trata-se de um verdadeiro império que foi submerso pela lama e tomado pela floresta. Foi fundado pelos Muril, primeira civilização da Terra, e possui monumentos bem preservados, alguns em formato piramidal, além de galerias subterrâneas ligando a outros países”, afirma Urandir.

Como destacou o ex-secretário, que afirma não ter visitado os locais na época por conta de um "pré-infarto", a região de Ratanabá corresponderia a 32 quadras, com linhas simétricas (de Apiacás) no meio da floresta no Estado do Mato Grosso.  

"Com as descobertas sobre Ratanabá, todas as demais construções antigas espalhadas pelo mundo farão sentido sobre sua existência", disse Urandir durante Live realizada há duas semanas. 

Entenda o que é Ratanabá

Vale ressaltar que a ciência aponta que a primeira espécie de hominídeos apareceu sobre a Terra há apenas 450 mil anos, os chamados Homo heidelbergensis.  

Os mais famosos "Homo sapiens" teriam surgido num período ainda mais "recente", entre 250 e 150 mil anos atrás.  

Eduardo Goés Neves é professor do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição e classificou a informação de Ratanabá como um "desserviço à arqueologia", em entrevistas à mídia comum.

Como bem destaca Neves, nem os dinossauros existiam há 350 milhões de anos. "Se alguém falasse que existiram cidades na Amazônia há 3.500 anos, eu até pensaria que essa era uma questão para tentar entender melhor e pesquisar. Agora, uma civilização há 350 milhões de anos? Não existe a menor possibilidade disso", expõe o arqueólogo.

 

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Cidades

Câncer de cabeça e pescoço tem maioria de casos avançados no país

Quanto menor o nível de educação do paciente, maior a gravidade

27/01/2025 21h00

Escolas da educação básica iniciam ano letivo com proibição de celular

Escolas da educação básica iniciam ano letivo com proibição de celular ISAC NOBREGA/ PR

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De cada dez casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil, oito são identificados em estágio avançado. É o que revela pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), publicada na revista científica internacional The Lancet Regional Health Americas. A publicação é uma das mais prestigiadas do setor.

O estudo Disparidades no estágio do diagnóstico de tumores de cabeça e pescoço no Brasil: uma análise abrangente de registros hospitalares de câncer, investigou 145 mil casos entre 2000 e 2017, e também comprovou que, quanto menor o nível de educação do paciente, maior a probabilidade de diagnóstico em estágio grave.

São câncer de cabeça e pescoço os tumores que aparecem na boca, orofaringe, laringe (a região das cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça a Pescoço.

A maior parte das pessoas diagnosticadas com a doença tem 60 anos de idade. No entanto, o Inca observou que, nos casos mais graves, os pacientes são mais jovens, com 50, 40 e 30 anos de idade, principalmente pessoas sem o ensino básico ou educação incompleta e os mais pobres. Homens com menos de 50 anos, de baixa escolaridade, que fumam e consomem bebidas alcoólicas, eram oito em dez dos casos graves.

Os pesquisadores também chamam atenção para as desigualdades regionais na prevalência do estágio mais avançado na Região Norte do país e defendem mais ações para favorecer o diagnóstico precoce.

"O foco agora é tornar mais rápido o acesso às consultas e aos exames especializados, com menos burocracia, a partir do encaminhamento realizado pelas equipes de atenção primária", disse, em nota, a epidemiologista do Inca Flávia Nascimento de Carvalho, responsável pela pesquisa, fruto de seu doutorado.

As chances de cura para o câncer de cabeça e pescoço são de 90%, se tratado desde cedo. São sinais de alerta desconforto na garganta, uma ferida que não cicatriza, alteração na voz ou rouquidão e nódulos.

Em 2011, o presidente Luiz Inácio Lula teve um câncer de laringe que, diagnosticado, foi tratado e curado.

Cidades

Parceria entre UFGD e Embaixada do Brasil na França irá ampliar intercâmbio de estudantes indígenas

Ministério dos Povos Indígenas firmou o acordo, que prevê também investimentos em projetos de pesquisa e na expansão da ciência por meio dos saberes tradicionais

27/01/2025 18h46

Parceria foi firmada pelo Ministério dos Povos Indígenas, na França

Parceria foi firmada pelo Ministério dos Povos Indígenas, na França Foto: Divulgação

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O Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), por meio da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND), firmou acordo com a Embaixada do Brasil na França, que visa fortalecer o intercâmbio de estudantes indígenas.

O encontro teve participação do secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena; o reitor da UFGD, Jones Dari Goettert; o embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, e diplomatas responsáveis pela área de educação.

O objetivo foi discutir os avanços do projeto Guatá, uma iniciativa que destaca a importância do intercâmbio de estudantes indígenas na Universidade Paris 8 Vincennes Saint-Denis, na França.

Acordo firmado visa, além de fortalecer a mobilidade acadêmica de estudantes indígenas, promover projetos de pesquisa e ampliar as trocas culturais entre Brasil e França, investindo na formação de pós-graduandos indígenas e na expansão da ciência por meio dos saberes tradicionais.  

O secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, disse que passou por esse processo quando era estudante, tendo apoio o oportunidade de fazer o intercâmbio e que agora, haverá o fortalecimento do programa para que mais indígenas possam ser beneficiados.

A iniciativa é vista como um passo importante e histórico para a educação indígena.

Segundo o Ministério, a parceria "reforça o compromisso do governo brasileiro com a valorização da educação superior e protagonismo dos povos indígenas em cenários acadêmicos globais."

 "O intercâmbio cultural e educacional é uma ferramenta essencial para o fortalecimento de lideranças indígenas robustas, que dialoguem com soluções significativas para suas comunidades, a fim de catalisar mudanças em níveis locais, regionais e globais", diz o MPI, em nota.

Também participaram da reunião:

  • Matheus de Carvalho Hernandez, Chefe do Escritório de Assuntos Internacionais da UFGD;
  • Claudia Roma, Coordenadora da pós-graduação em Geografia da UFGD;
  • Márcia Misuzaki, Docente da pós-graduação em Geografia da UFGD;
  • Maria Aparecida Oliveira, Diretora da Faculdade Intercultural Indígena da UFGD.

Projeto Guatá

O programa de bolsas de mobilidade é iniciativa da Embaixada da França no Brasil que, desde 2023, seleciona estudantes indígenas para o intercâmbio de seis a dez meses em universidades do país europeu.

Guatá, na língua guarani, tem, entre outros sentidos, o de caminhar, viajar, se movimentar.

O programa funciona como um doutorado sanduíche, onde os alunos têm maior liberdade para participar de aulas e seminários.

Para os selecionados, é fornecido assagem aérea, ajuda de um professor supervisor e bolsa em dinheiro mensal enquanto durar o intercâmbio. 

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