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Em força-tarefa de coleta do Censo na Capital, IBGE alcança locais de difícil acesso

Atualmente, Mato Grosso do Sul é o quarto pior Estado em coleta do Censo do IBGE, com um dos menores percentuais de dados levantados no país

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A partir desta sexta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza em Campo Grande, uma força-tarefa de coleta do Censo, começando pelos setores de Aglomerados Subnormais, uma ação voltada ao acesso desses locais que exigem maior logística. 

 Aglomerados Subnormais são ocupações irregulares de terrenos de propriedade alheia – públicos ou privados para fins de habitação em áreas urbanas e, em geral, caracterizados por um padrão urbanístico irregular, carência de serviços públicos essenciais e localização em áreas restritas à ocupação.

Desse modo, o IBGE mobilizou um esforço coletivo, envolvendo diversos recenseadores e pessoal alocado em outras funções dentro do órgão, incluindo agentes censitários, coordenadores etc. 

A ação recebeu o nome de Censo na Comunidade, por meio do qual busca-se intensificar a coleta de todos os setores de Aglomerados Subnormais nesta ação. 

Segundo o IBGE, são setores nos quais há boa receptividade dos informantes, mas que demandam logística elaborada, devido à distância e à dificuldade de acesso. Daí porque alocar os recursos humanos e materiais em uma operação única.

No dia de hoje, comemora-se, ainda, o dia do servidor público. “Aproveitamos a ação para nos aproximar da Comunidade, divulgando o trabalho e a importância do Censo Demográfico”, informou a equipe do IBGE. 

Sobre a coleta  

Nesta manhã, o Censo na Comunidade teve ponto de encontro na Rua Maria de Lourdes Vieira  Matos, esquina com Rua José Pedrossian, no Loteamento Homex. 

Segundo Sylvia Martinez, Coordenadora do Censo em Campo Grande, apenas hoje, a equipe de coleta do censo está atuando em 29 regiões da Capital. 

“Ao todo são 60 pessoas que estão participando da força-tarefa, fora os recenseadores, que já estão trabalhando em outros setores”, disse. 

“Nós temos um prazo de conclusão do censo que foi adiado para o dia 2 de dezembro, então a gente precisa intensificar os trabalhos para que a gente possa cumprir esse prazo. Então, a partir de agora, em 2 semanas, a gente vai ter um trabalho de força-tarefa”, finaliza. 

Ela explica, ainda, que, atualmente, há em Campo Grande 26 comunidades que estão divididas em 30 setores. “Hoje, nós estamos trabalhando em 18 comunidades e temos mais 11 regiões”, explicou.

Estima–se que atualmente, são 5 mil casas e barracos, segundo o último levantamento que fizeram com os agentes de saúde. 

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, atualmente, Mato Grosso do Sul é o quarto pior Estado em coleta do Censo do IBGE, com um dos menores percentuais de dados levantados no país. 

As entrevistas do levantamento começaram no dia 1º de agosto, após dois anos de atraso. O IBGE planejava o término para outubro, mas teve de ampliar o prazo até o início de dezembro diante das dificuldades para contratar e manter os recenseadores em campo.

Segundo Leodomar Rodrigues, presidente do bairro Homex, há várias barreiras que impedem a população local de ter mais qualidade de vida, considerando que muitos vivem, inclusive, em barracos. 

Recorrentemente, é difícil para que agentes de saúde consigam fazer seu trabalho. Além disso, muitos moradores enfrentam problemas para receber energia elétrica e água encanada.

Ele acredita que com o levantamento do censo será possível alcançar mais melhorias. “É o progresso chegando através desse censo, as pessoas vão relatar as dificuldades, como essas da luz da água”, disse. 

Moradores  

Adrieli Teixeira é recenseadora e moradora do bairro e relata que tal levantamento serve  para fazer a contagem da população e levar benfeitorias. “Ele serve também para levantar estatística de quantas pessoas por idade tem. Isso pode ajudar para que quando tiver a vacina eles tenham uma base. É para utilidade pública também essas coisas”, disse. 

Outra moradora, Keila de Jesus Dona De Casa, de 27 anos, conta que a principal falta da região é em relação à saúde. 

“A gente corre muito atrás de ajuda e quando chega a criança adoece, não tem remédio, falta muita luz, mas criança está doente, falta água gelada para as crianças. “A gente passa semanas e semanas sem água também. Muito problema”, relatou. 

Os organizadores do levantamento do Censo do IBGE esperam que, ao terem esses dados registrados, seja possível levar mais melhorias para a população. 

 

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BRASIL

Governo busca conectar todas Unidades de Saúde Indígena até 2026

"Nosso objetivo é chegar até o final do ano que vem com a universalização da conectividade em todas as unidades de saúde indígenas do nosso país", afirmou o secretário nacional de Saúde Indígena

19/04/2025 20h00

de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,7 milhão de brasileiros se declaram indígenas, com laços ancestrais com uma das 305 etnias identificadas no país.

de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,7 milhão de brasileiros se declaram indígenas, com laços ancestrais com uma das 305 etnias identificadas no país. Reprodução

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O governo federal busca interconectar todas as unidades de saúde indígena do Brasil até o fim de 2026, o que garantiria que todos os estabelecimentos públicos responsáveis pela atenção primária à saúde dos povos originários tenham acesso à internet de qualidade.

“Nosso objetivo é chegar até o final do ano que vem com a universalização da conectividade em todas as unidades de saúde indígenas do nosso país”, afirmou o secretário nacional de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba em entrevista à Agência Brasil, na véspera do Dia dos Povos Indígenas.

Celebrada neste sábado (19), a data promove a diversidade e a riqueza das culturas dos povos originários, além de chamar a atenção para a luta dos quase 1,7 milhão de brasileiros que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se declaram indígenas, com laços ancestrais com uma das 305 etnias identificadas no país.

Segundo Weibe, melhorar a conectividade dos territórios permitirá, entre outras coisas, que o Poder Público implemente a infraestrutura de telessaúde nas comunidades, garantindo que os indígenas tenham acesso a médicos especialistas sem precisar deixar suas aldeias.

“Isso também nos permitirá expandir a tecnologia da telessaúde, com a qual podemos evitar as remoções de pacientes indígenas para fora dos territórios”, acrescentou o secretário.

Dos 34 atuais Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis), 19 já dispõem do serviço de consultas à distância, que utiliza internet banda larga do Programa Conecta Brasil, do Ministério das Comunicações.

E que, segundo o MPI, reduz o deslocamento dos pacientes, que podem realizar exames de rotina e consultas com cardiologistas, oftalmologistas, dermatologistas, pneumologistas e outros especialistas a partir dos polos bases já devidamente equipados. Segundo a Sesai, a iniciativa tem potencial para beneficiar a mais de 781 mil indígenas.

Divididos estrategicamente por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas, os Dseis são unidades gestoras descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS).

Cada um reúne um conjunto de serviços e atividades, prestadas por meio das Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSIs), polos-bases e Casas de Saúde Indígena (Casais).

Comunicação

“Além de garantir a inclusão dos dados [clínicos] nos sistemas de informações [nacionais], a conectividade das unidades de Saúde é uma forma de permitir que os profissionais de saúde que vão atuar nestas localidades mantenham contato com seus familiares”, acrescentou Weibe Tapeba ao falar sobre a dificuldade de manter os profissionais não indígenas nos territórios distantes dos grandes centros urbanos.

“Temos territórios de difícil acesso, onde o recrutamento não é um processo fácil, pois o profissional precisa praticamente ficar morando no território por um longo período, às vezes, por meses. Por isso, temos buscado melhorar e garantir as condições de trabalho, incluindo a parte de infraestrutura”, garantiu o secretário.

Ele detalhou que mais de 700 pontos de conectividade já foram implementados e frisando que estas e outras iniciativas da pasta exigem maior aporte de recursos financeiros.

“Assumimos a secretaria [em 2023, primeiro ano da atual gestão federal] em meio a um cenário de desmonte.

Ainda durante a transição [entre os governos Bolsonaro e Lula], a proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional previa o corte de 59% do orçamento da Sesai.

Conseguimos não só recompor o orçamento, como, nos dois primeiros anos, incrementamos o Orçamento em cerca de R$ 1 bilhão”, afirmou Weibe, detalhando que R$ 500 milhões foram aportados em 2023, e outros R$ 500 milhões em 2024, elevando para cerca de R$ 3 bilhões o total atualmente destinado ao subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS).

“É o maior orçamento da saúde indígena de todos os tempos. Mesmo assim, temos uma demanda reprimida, um passivo, sobretudo em termos de infraestrutura, especialmente na área do saneamento básico”, admitiu o secretário, informando que cerca de 60% dos territórios indígenas no Brasil ainda não têm acesso à água potável.

“Há vazios assistenciais. Locais onde as ações de saúde são a [única ou das poucas] materialização da presença do Estado brasileiro.

E com a quantia disponível, mantemos cerca de 22 mil profissionais de saúde indígena e todas as unidades de saúde indígena; investimos no sistema de saneamento e custeamos os contratos que os Distritos Sanitários Especiais Indígenas [Dseis] mantém, o que inclui horas-voos e locação de veículos [para transporte de pacientes, profissionais e suprimentos”, disse o secretário, apontando que uma redução do orçamento disponível poderia inviabilizar a prestação do serviço de saúde para a população indígena.

“Temos um estudo que aponta que para darmos conta do passivo e resolvermos os vazios assistenciais, especialmente na Amazônia, seriam necessários quase duas vezes mais recursos do que os que já vínhamos recebendo. A necessidade real seria de cerca de R$ 5 bilhões ou R$ 6 bilhões”, frisou Weibe.

Atendimentos

De acordo com a Sesai, o número de atendimentos a indígenas, incluindo consultas médicas, vacinações, atendimentos odontológicos, entre outros serviços, vem aumentando ano após ano, tendo saltado de 9,18 milhões em 2018 para 17,31 milhões no ano passado.

Diante desse cenário, a Sesai tem buscado alternativas para otimizar a gestão e ampliar a assistência. "Começamos a reorganizar a secretaria, buscando apoio e parcerias com instituições; realizando termos de execução direta e TEDS [Termos de Execução Descentralizada] com universidades e com outras instâncias do governo brasileiro, além de acordos de cooperação técnica com instituições importantes", concluiu o secretário.

 

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CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Campo Grande celebra liderança no ranking de arborização urbana

Capital repete índice de Mato Grosso do Sul e aparece com mais de 90% dos domicílios em vias arborizadas

19/04/2025 17h30

Árvores nas ruas beneficiam a população reduzindo, por exemplo, as temperaturas locais.

Árvores nas ruas beneficiam a população reduzindo, por exemplo, as temperaturas locais. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campo Grande aparece com mais de 90% de seus municípios em vias que tenham pelo menos uma árvore plantada, colocando a Capital de Mato Grosso do Sul na liderança do ranking nacional. 

Recentemente o IBGE apontou, conforme dados do Censo Demográfico de 2022, que Mato Grosso do Sul aparece como a unidade da federação mais arborizada, tendência que se repete localmente em Campo Grande. 

Se quase 92,5% das residências de MS estão em ruas arborizadas, o índice campo-grandense fica pouco abaixo, batendo 91,4% dos domicílios em vias públicas com ao menos uma árvore. 

Para o  Secretário Municipal de Meio, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável, Ademar Silva Júnior, os reconhecimentos nacionais e internacionais obtidos (como os títulos de "Tree City of the World”, Cidade Árvore do Mundo em tradução livre) pela Capital, mostram o compromisso regional com a sustentabilidade. 

“Pelo sexto ano consecutivo, a cidade recebeu o título de “Tree City of the World”, pela  Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Fundação Arbor Day. É a única capital brasileira a manter o selo desde sua criação, em 2019, o que reforça o compromisso local com a gestão e manutenção da floresta urbana", cita Ademar. 

Árvores em CG

Para esclarecer a classificação, o IBGE considera apenas a presença de árvores em áreas públicas, ou seja, os pés de manga e demais árvores frutíferas nos quintais campo-grandenses sequer entram nessa equação. 

Analisadas as características urbanísticas do entorno dos domicílios, a metodologia adotada avalia cada trecho das ruas, que são chamados de “faces de quadra”. 

"... Compreendida como um pedaço da quadra onde fica o domicílio,  por exemplo, de uma esquina a outra. Isso significa que as árvores precisavam estar no trecho da rua em que os moradores residiam", explica o município em nota. 

Árvores em ambiente urbano possuem funções bastante específicas, ajudando desde o escoamento, contribuindo inclusive para valorização dos imóveis locais. 

Essas árvores nas ruas beneficiam a população, por exemplo, reduzindo as temperaturas locais, o que torna o ambiente mais agradável e saudável. 

Uma boa arborização urbana é indicada como meio para melhoria da qualidade do ar, removendo poluentes e aumentando a produção de oxigênio, que por sua vez diminuem o estresse e a ansiedade. 

**(Com assessoria)


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