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POLÍCIA

Furto milionário de fios de alta tensão acontecia antes da ligação da rede

Sem o risco de sentirem a diferença potencial da alta tensão que ainda estava desligada, os fios eram removidos e remontados em uma espécie de bobina, para serem trazidos até a Capital

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Durante a manhã desta quinta-feira (30), a Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) detalhou as ações do grupo criminoso que em menos de seis meses deixou prejuízo milionário pelo furto de fios de alta tensão, relatando que as redes ainda não estavam ligadas o que teria facilitado o trabalho da quadrilha. 

Anteriormente, como bem acompanha o Correio do Estado, as investigações já apontavam para um prejuízo estimado em R$1,2 milhão à Energisa, e que os "funcionários" desse esquema receberam R$200 de diária para execução dos furtos dos fios.

Conforme detalhado pelo delegado Reginaldo Salomão, causa espanto justamente o "aprimoramento dessa modalidade criminosa", segundo ele, uma vez que o histórico em Mato Grosso do Sul aponta para crimes passados mais comumente praticado por empresas.

"E agora a gente vê já pessoas físicas praticando esse tipo de furto", disse ele, alegando ainda que as vendas desses materiais como alumínio e cobre, diferente um montante bruto que seria mais caro, muitas vezes é vista como um valor insignificante, mas o prejuízo social dessa ação acaba sendo muito maior. 

Isso porque há um projeto de ampliação da rede elétrica para abastecimento de pequenos empresários e também empresas de grande porte, principalmente voltada para o setor de frigoríficos mais próximo à Rochedo. 

Com toda uma série de negócios paralisados sem a chegada da energia, como restaurantes e escritórios para atender à população local, o delegado expõe que o serviço de instalação dos cabos era logo em seguida desfeito e os itens subtraídos antes mesmo da energia circular pelo cabeamento. 

"À medida que a empresa de energia elétrica, a Energisa, vinha montando essa rede de Campo Grande para lá - através de cabos de alta tensão, que são compostos de alumínio e aço - conforme eles avançavam quilômetros, para trás os cabos de alta tensão vinham sendo subtraídos e furtados".

Com a Energisa instalando essa linha complementar para aumentar a capacidade de fornecimento de energia, esses furtos aconteciam pelo menos desde meados deste ano, e entrevistas separadas aos sete presos ontem (29), todos confirmaram que já realizavam o crime pela terceira, quarta e até oitava vez entre os envolvidos. 

"Esse cabo de alta tensão posteriormente seria energizado, que se já estivesse com energia eles não conseguiriam pegar, porque automaticamente eles receberam ali uma carga de eletricidade muito grande", explica o delegado Roberto Guimarães. 

Furto de fios

Remunerados com as diárias de 200 reais para execução dos furtos dos fios, esses indivíduos escalavam a rede elétrica e cortavam os cabeamentos com um alicate corta-fio, além de empregarem até mesmo uma esmerilhadeira policorte. 

Sem o risco de sentirem a diferença potencial da alta tensão que ainda estava desligada, os fios eram removidos e remontados em uma espécie de bobina, para depois serem trazidos até Campo Grande. 

Na Capital, os itens eram deixados em uma residência localizada no bairro Silvia Regina, com um homem identificado apenas pelo vulgo de "Marquinhos", responsável por recepcionar os veículos com o fruto do crime. 

Posteriormente, "Marquinhos" encaminhava o objeto de furto para um outro receptador, terceiro esse que seria o encarregado de trabalhar o material, retirar todo o alumínio e aço furtado das redes de energia elétrica para depois revender os itens. 

Ao todo sete indivíduos foram presos ligados ao grupo, sendo feito um auto de prisão em flagrante, por furto qualificado, mediante escalada, rompimento de obstáculos, e "da mesma forma a receptação qualificada dessa pessoa que recebe esse material para depois revender", complementou Guimarães. 

Ao todo, foram apreendidos 1.548 kg de cabos de alta tensão. Durante a operação, foram apreendidos celulares, veículos e ferramentas utilizadas nos furtos.

 

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Calor extremo

Saiba como proteger cães e gatos durante a onda de calor no Brasil

O bloqueio atmosférico que mantém o ar quente sobre o País não afeta apenas a saúde humana, animais como cães e gatos também sofrem com as altas temperaturas

28/12/2025 20h00

Os últimos dias de 2025 estão sendo marcados pelo forte calor em diversas regiões do Brasil

Os últimos dias de 2025 estão sendo marcados pelo forte calor em diversas regiões do Brasil Foto: Arquivo

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Os últimos dias de 2025 estão sendo marcados pelo forte calor em diversas regiões do Brasil. Com temperaturas ultrapassando os 40°C, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho de onda de calor para estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. O bloqueio atmosférico que mantém o ar quente sobre o País não afeta apenas a saúde humana, animais como cães e gatos também sofrem com as altas temperaturas.

No Rio de Janeiro, clínicas veterinárias registram aumento expressivo de atendimentos relacionados ao clima. O cenário preocupante exige atenção redobrada dos tutores para evitar complicações e até a morte de animais.

Por que os pets sofrem mais com o calor

Diferentemente dos humanos, que transpiram por toda a superfície do corpo, cães e gatos possuem mecanismos diferentes para regular a temperatura.

"Os cães fazem a troca de calor do corpo com o ambiente principalmente pela respiração. Como eles têm essa dificuldade por conta do calor, acabam adquirindo hipertermia", diz Luiza Mahin, médica veterinária que atua há 13 anos no Instituto Veterinário Municipal Jorge Vaitsman, no bairro da Mangueira, no Rio.

Essa limitação fisiológica torna os animais muito mais vulneráveis em dias de temperaturas elevadas.

Raças mais vulneráveis ao calor

"Nesta época do ano, de dezembro a fevereiro, pegamos muitos casos de animais com hipertermia. Os mais comuns são os animais de pequeno porte e os braquicefálicos (com focinho achatado)", conta Luiza.

Entre as raças mais acometidas estão yorkshire, pinscher, shih-tzu, bulldog, american pit bull e bulldog francês. Entre os gatos, os persas são os mais vulneráveis.

Alexandre Antônio, veterinário formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), acrescenta outros grupos de risco: "Cães grandes, com muitos pelos, que aquecem mais rápido, como golden retriever, samoieda e são-bernardo, também precisam de atenção redobrada e nunca devem sair para passear nos horários em que o sol está mais intenso."

Sinais de alerta que todo tutor precisa conhecer

Antônio enumera sintomas que merecem atenção: "Aquela respiração muito intensa, o animal deitado por muito tempo, com aquela respiração bem ofegante, tentando buscar um lugar fresco. Geralmente eles deitam a barriguinha no chão gelado do piso. Esses são sinais claros de que o animal está passando por um processo de hipertermia."

Segundo Luiza, os animais chegam ao consultório arfando muito e com dificuldade para respirar. "As línguas já estão um pouco arroxeadas, por conta da dificuldade da troca gasosa, do oxigênio."

Sinais importantes incluem:

- Língua arroxeada;

- Abdômen avermelhado;

- Muita remela nos olhos;

- Dificuldade para andar ou caminhar;

- Animal muito cansado, deitando no chão;

- Patinhas queimadas.

Alguns casos podem ser fatais

"Jamais devem ser ignorados esses sinais, porque é uma condição que pode levar o animal a óbito", alerta Antônio. "Às vezes, o tutor acha que isso é algo normal, confunde com apenas um calorzinho do verão, e deixa passar batido. Se ignorar isso, o animal pode vir a óbito em poucos minutos."

Luiza reforça a urgência: "Observou que o seu animal não está bem, está com dificuldade respiratória, a língua está arroxeada, está caminhando com dificuldade, está deitando no chão, está cansado? Isso pode ser um sintoma de hipertermia. O ideal é procurar uma clínica veterinária para atendimento médico adequado, de pronto atendimento."

Cuidados práticos para proteger seu pet

Horário dos passeios

"A partir de 9h, 10h, já está muito quente. O passeio tem que ser de manhã muito cedinho, 6h, 7h, 8h no máximo", orienta Luiza

Antônio é ainda mais específico: "Das 9h da manhã até 17h, 18h da tarde, é expressamente proibido nesse calor de verão que está acontecendo. O ideal é sempre escolher horários mais cedo, das 6h até as 7h, 8h no máximo, ou a partir das 19h."

Ambiente e alimentação

É importante manter o animal em um ambiente fresco e oferecer alimentos mais gelados. "Uma fruta congelada, fazer um gelinho para eles de melancia, de banana, tudo bem picado. Até mesmo com o próprio sachê ou com uma alimentação natural, com franguinho congelado, fazendo um gelinho de frango", diz Luiza.

Tapetes e toalhas

Antônio recomenda congelar tapetinhos higiênicos e toalhas e espalhá-los pela casa ou colocá-los embaixo da caminha para que os animais possam deitar e se refrescar. Luiza menciona também os tapetinhos gelados vendidos em pet shops e o uso de pano umedecido com água fria nas axilas e região inguinal do animal.

O que nunca fazer

Alexandre é enfático sobre um erro comum: "Nunca deixar o pet dentro do carro. ‘Vou ali no mercado rapidinho e deixo o pet dentro do carro.’ Eu já vi muitas tragédias, muitos óbitos acontecendo por causa desse descuido. Em cinco ou dez minutos dentro do carro, o animal pode desenvolver hipertermia, desidratação severa e vir a óbito."

REVITALIZAÇÃO

Reforma na Praça dos Imigrantes contempla 27 lojas e lanchonete

Empresa responsável pelo serviço terá 180 dias para entregar espaço totalmente revitalizado e pronto para voltar a ser ponto cultural da Capital

28/12/2025 18h30

Lanchonete da Praça dos Imigrantes se encontra abandonada desde agosto de 2023

Lanchonete da Praça dos Imigrantes se encontra abandonada desde agosto de 2023 Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Praça dos Imigrantes, localizada na região central de Campo Grande, teve sua revitalização retomada depois de dois anos e será contemplada com lojas, lanchonete e outros espaços, segundo a Prefeitura

Em nota enviada à reportagem, a administração municipal confirmou que as obras começaram, como já havia sido publicado pelo Correio do Estado há dois dias, e também disse o que será feito na durante os 180 dias de serviço.

"A intervenção contempla a reforma de 27 lojas, a implantação de 02 banheiros acessíveis (PCD), além da construção de lanchonete e copa, esta última com 02 banheiros acessíveis (PCD), visando à melhoria da infraestrutura, acessibilidade e atendimento ao público", disse.

Sob responsabilidade da empresa H.G.W. Muhlen Ltda, as obras da Praça dos Imigrantes, localizada na região central de Campo Grande, foram retomadas depois de dois anos paradas, sob valor de R$ 600 mil. De acordo com o contrato, a empresa terá 180 dias (6 meses) para realizar o serviço, que tem como objeto “execução da revitalização e construção”.

No comunicado, o Executivo municipal diz que o montante "conta com recursos do Ministério do Turismo, da Caixa Econômica Federal e da Prefeitura Municipal".

A licitação foi aberta no dia 24 de julho deste ano, por intermédio da Secretaria Especial de Licitações e Contratos (Selc). Diante das propostas enviadas pelas empresas até o dia 8 de agosto, a H.G.W. Muhlen Ltda saiu vencedora do processo licitatório, com celebração do contrato na primeira semana de outubro.

Mesmo que a empresa terá até 180 dias para concluir o serviço, o contrato tem vigência até 4 de julho de 2026, de acordo com o portal da transparência da Prefeitura de Campo Grande. No acordo assinado há cerca de dois meses, o Executivo municipal deixa explícito que pode haver prorrogação do prazo estabelecido inicialmente.

"O prazo de execução total dos serviços será de até 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir do recebimento pela Contratada da Ordem de Execução dos Serviços, podendo ser prorrogado conforme necessidade", esclarece.

Novela

Localizada no quadrilátero entre a 26 de agosto, Joaquim Murtinho, Barão de Melgaço e rua Imigrantes, essa praça, no "coração" da Cidade Morena", recebeu sua última reforma há cerca de 25 anos, sendo que ainda em junho de 2022 um investimento de R$ 268 mil foi anunciado para revitalização do ponto

Já em 1º de agosto de 2023, em agenda na praça, a prefeita Adriane Lopes assinou nova ordem para execução das obras por parte da empresa Tascon Engenharia, que deveria ter entregue o espaço revitalizado em dezembro do ano passado.

Nesse evento, às vésperas do ano eleitoral, a chefe do Executivo chamou a secretária Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande, Mara Bethânia Gurgel, e o então responsável pela pasta de Infraestrutura e Serviços Públicos, Domingos Sahib Neto, para posarem na assinatura da ordem.

Com pompa e circunstância, uma orquestra foi colocada debaixo do sol para "celebrar" a assinatura e, em menos de um ano o espaço já estava esquecido, acumulando lixo e vandalismos.

Abandono

Longe de possuir uma piscina ou fonte em seu interior, como na Ary Coelho, a Praça dos Imigrantes têm se tornado um espaço de "banhistas", como flagrado pelo Correio do Estado em maio deste ano, já que as torneiras constantemente quebradas servem para que alguns moradores de rua realizarem sua higiene no local. 

Em visita in loco, a reportagem conversou com populares, que confirmaram que as raras visitas de agentes da Prefeitura acontecem de forma isolada, trazendo manutenções que não costumam durar.

Até meados de abril, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), a Praça dos Imigrantes havia recebido duas limpezas em 2025, a primeira em 30 de janeiro e a segunda no dia 15 do quarto mês deste ano.

Exatamente um mês após a dita limpeza da praça, no último dia 15 de maio o cenário do local já mostrava a destruição nos quiosques e um mesmo ponto de água desperdiçada - denunciada pelo Correio do Estado em fevereiro, que foi encontrado mais uma vez aberto e jorrando litros sem parar, como visualizado em uma gravação do local feita uma semana depois. 

Entre pedaços de forro; potes de xampu; garrafas pet; pacotes de sabonete; roupas, o espaço que já abrigou até mesmo um sarau, também servia como ponto de acúmulo de lixo e banheiro ao ar livre para usuários de substâncias entorpecentes que trafegam pelo centro da cidade.

Agora, com a retomada das obra, é esperado que a praça volte a ser um ponto de referência cultural na cidade.

História da Praça

A Praça dos Imigrantes é palco da história de Campo Grande desde 1888, quando um povoado sediava casamentos e desfiles. O local servia também de estacionamento para carros de boi.

Em 1912, o espaço público recebeu a denominação de Costa Marques, em homenagem ao governador do Estado que, pela primeira vez, visitava o povoado.

Com o passar dos anos, passou a ser conhecida como Praça dos Imigrantes, em homenagem à dedicação e à contribuição de pessoas de todas as partes do mundo que escolheram Campo Grande para viver.

Em 2000, a praça foi totalmente revitalizada para funcionar como a Feira dos Artesãos. No local, podem ser encontrados diversos tipos de artesanato e trabalhos manuais, tais como: cerâmica, couro, arte indígena, arte em mosaico, trabalhos em biscuit, madeira, tecelagem, bordados, pinturas diversas, bijuterias, licor de pequi, entre outros.

O espaço funcionava de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados até o meio-dia, onde continha lanchonete e estacionamento para ônibus de turismo. Todas as quintas-feiras, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo promovia apresentações musicais e culturais no espaço.

Saiba

Além da Praça dos Imigrantes, a H.G.W. Muhlen também está responsável pela revitalização da Praça Cidade Jardim, na Rua Petúnias com a Rua Centáurea, Rua dos Álamos e Rua Taioba, no Bairro Cidade Jardim, contrato que também foi assinado em outubro deste ano, sob valor de R$ 529 mil.

*Colaborou Leo Ribeiro e Laura Brasil

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