Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o número de focos de incêndio detectados por satélite na região do Pantanal aumentou em 200% em um ano.
Em 2019, de 1 de janeiro à 24 de julho, foram registrados 1.266 focos. Já este ano, no mesmo período, já foram notificados 3.801 focos.
Em todo o Estado também houve aumento, enquanto ano passado, até o dia 24 de julho, foram detectados 2.000 registros, enquanto em 2020, já foram 3.829.
O mês de julho foi o mais cruel para a região pantaneira até agora este ano, com 1.267 queimadas. Mas os números dos anos anteriores mostram que este número tende a aumentar nos próximos meses.
O Programa Queimadas monitora o Pantanal desde 1998. As médias dos focos de incêndio desde o início dos registros até 2019, indicam que setembro é o mês onde ocorre o maior índice de queimadas.
Se os números se repetirem, o estado crítico da região que ocupa 25% do território sul-mato-grossense pode ser agravar ainda mais este ano.
Estado de emergência
O governo de Mato Grosso do Sul decretou na sexta-feira (24) situação de emergência ambiental no Pantanal Mato Grosso do Sul.
“Em decorrência do conjunto de fatores ambientais negativos que resultam na propagação de incêndios florestais, no prejuízo à navegabilidade dos rios, culminando na emissão de altíssimos índices de fumaça que prejudicam ainda mais a saúde da população de toda a região”, diz trecho do decreto, publicado no Diário Oficial do Estado.
A medida é válida por 180 dias. Neste período, as aquisições para bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres ficam dispensados de licitação.
Covid-19
Em pela pandemia da Covid-19, a situação das queimadas se agrava ainda mais pelo fato da doença estar se espalhando pelas cidades que possuem o Bioma Pantanal.
O avanço da fumaça tem causado problemas de saúde na população local, o que provocou o aumento de atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por causa de doenças relacionadas à qualidade do ar.
De acordo com o boletim epidemiológico deste sábado (25), Corumbá registra 991 casos da doença, 84 deles notificados nas últimas 24 horas.
A macrorregião do município possui 22 leitos. Neste sábado, 77% deles estão ocupados, desses 41% são de pacientes diagnosticados com Covid-19 e 36% com outras doenças.