Cidades

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Leilão da Rota da Celulose deve ser retomado apenas em agosto

O processo ainda depende de uma análise técnica ainda em curso pela Comissão Especial de Licitação

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O leilão da Rota da Celulose, realizado no dia 8 de maio na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), deve sofrer novo atraso e continuar suspenso por pelo menos mais 30 dias. A informação foi confirmada pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante o Encontro de Líderes dos Territórios Empreendedores organizado pelo Sebrae/MS nesta sexta-feira (11). 

Segundo o secretário, o processo depende de uma análise técnica ainda em curso pela Comissão Especial de Licitação. 

“A empresa que ficou como segunda colocada entrou com pedido, e está avaliando agora. Está aguardando o posicionamento da ANTT sobre aquela questão daquele atestado. Acho que ainda demora uns 30 dias para tomar a decisão se a primeira colocada é a vencedora ou se ela vai ser desabilitada e vai chamar a segunda”, explicou.

A responsabilidade pela diligência é do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), que ainda não concluiu o parecer necessário para que a comissão tome uma decisão definitiva. “A decisão não tem ainda elementos técnicos. A EPE ainda não terminou a análise da diligência que ela tem que fazer para que depois tenha um posicionamento em relação a esse recurso”, completou Verruck.

A K-Infra, empresa que venceu o leilão da Rota da Celulose em consórcio com o fundo Galapagos Capital (formando o consórcio K&G), obteve no dia 03 de julho uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) permitindo seu retorno à administração da BR-393, no Rio de Janeiro. 

A rodovia, conhecida como Rodovia do Aço, havia sido retomada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no dia 10 de junho, após decisão de caducidade do contrato com a concessionária.

Mesmo com a decisão do ministro Gilmar Mendes, que determinou a permanência da K-Infra na operação da rodovia até o cálculo de indenizações e definição de um plano de transição, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informou que os prazos da Concorrência nº 001/2024 seguem temporariamente suspensos.

“A comissão de licitação irá analisar o processo licitatório por meio de diligências complementares. Os prazos estão temporariamente suspensos. Novas informações serão divulgadas após o cumprimento de todo o processo administrativo”, informou, em nota, a administração estadual.

Imbróglio judicial no RJ influencia disputa

O processo que levou à suspensão do leilão em Mato Grosso do Sul tem relação direta com a situação da K-Infra na BR-393. A empresa utilizou sua experiência na concessão da Rodovia do Aço como parte da documentação exigida no edital da Rota da Celulose.

Com a perda do contrato no Rio, o consórcio liderado pelo fundo XP - segundo colocado no leilão - apresentou recurso questionando a habilitação da K-Infra.

A ANTT e o Dnit, que inicialmente haviam dado atestado à empresa, agora apontam irregularidades, incluindo uma dívida de R$ 1,6 bilhão da concessionária com a União. A K-Infra, por sua vez, alega que os débitos são anteriores à sua gestão, iniciada em 2018, e afirma que já renegociou os valores.

Apesar da disputa judicial, o consórcio K&G ofereceu o maior desconto entre os concorrentes, com 9% de deságio no preço do pedágio estipulado pelo Estado. O grupo da XP propôs 8%, enquanto os demais apresentaram ofertas de 4% e 5%.

Enquanto isso, o impasse na BR-393 segue. Mesmo com a liminar favorável do STF, o Dnit acionou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta quarta-feira (9) para impedir a tentativa da K-Infra de retomar a cobrança de pedágio em Barra do Piraí (RJ). O governo federal argumenta que a liminar não tem base suficiente para permitir o retorno da empresa à operação da rodovia.

A concessionária acatou a ordem de desocupação, mas informou que recorrerá novamente à Justiça. 

“A Concessionária acatou a ordem, ainda que discorde de sua legalidade. Por esse motivo, está levando novamente o caso à Justiça e já oficiou os órgãos competentes sobre o ocorrido”, disse a empresa em nota à Agência iNFRA.

Obras e investimentos previstos no contrato

A concessão prevê a administração de 870 quilômetros de rodovias em Mato Grosso do Sul, incluindo as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, além de trechos das federais BR-262 e BR-267. Ao todo, serão implantadas 12 praças de pedágio.

Entre as principais obrigações do futuro concessionário estão a duplicação de aproximadamente 115 quilômetros, principalmente entre Campo Grande e a fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo. Também estão previstas a construção de anéis viários em Ribas, Água Clara e Bataguassu, 457 quilômetros de acostamento e 245 quilômetros de terceira faixa.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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