Aproximadamente 350 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Mato Grosso do Sul (MST-MS) ocuparam, na manhã desta quarta-feira (4), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande. O grupo está no local reivindicando reforma agrária, distribuição de cestas básicas e liberação de linhas de crédito.
As mesmas pautas motivaram bloqueios nas rodovias BR-262, MS-384 e MS-156 durante a última semana.
Segundo Douglas Cavaleiro, diretor estadual do MST, as famílias têm reivindicado as mesmas pautas nas rodovias do estado há 16 anos, mas até o momento não houve diálogo para negociação.
“Nas últimas semanas, fechamos rodovias pedindo a presença do superintendente nacional do Incra para uma conversa, mas ele cancelou devido a compromissos de agenda. Ele sinalizou que viria ontem, mas não aconteceu. Hoje, ele pediu para conversar por videoconferência, mas não aceitamos. Se é para conversar, tem que ser olho no olho”, relatou.
De acordo com Douglas, o grupo está em contato com o superintendente estadual do órgão, Paulo Roberto da Silva, mas, até o momento, nenhuma data foi agendada para uma conversa. Os manifestantes devem permanecer no órgão federal por tempo indeterminado, até que o superintendente agende uma reunião com o grupo.
"Precisamos ser ouvidos, por isso não vamos sair daqui. Estamos há anos lutando por nossas reivindicações e só sairemos quando o superintendente vier pessoalmente conversar conosco”, relatou.
Protestos em rodovias
Na última semana, cerca de 800 pessoas fecharam rodovias do estado, reivindicando condições básicas de sobrevivência. Os protestos duraram três dias e, além dos manifestantes, indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru também bloquearam rodovias em protesto contra a falta de água nas aldeias.