Cidades

EDUCAÇÃO

MS associa vaga de emprego aos estudos e reduz abandono

Parceria com a Funtrab encaminha jovem com idade para trabalhar para cargo, mas medida está associada à permanência do estudante em instituição de ensino

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Mato Grosso do Sul conseguiu reduzir ainda mais o abandono escolar no Ensino Médio no ano passado. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Educação (SED), em 2023 o índice de abandono escolar foi de 1,63%, contra 2,19% em 2022.

Esse número é baseado em um universo de cerca de 85 mil estudantes da Rede Estadual de Ensino (REE) que estão em uma das três séries que compõem o Ensino Médio.

De acordo com o secretário de Estado de Educação, Hélio Daher, são várias as medidas que podem explicar essa redução, porém, um dos destaques é a parceria entre a SED e a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab).

“Os estudantes que estão em idade de trabalhar e que têm esse interesse nós encaminhamos para a Funtrab, para serem encaixados em uma vaga de emprego, mas isso associado à permanência na escola, ou seja, eles só podem ser indicados para a vaga se continuarem estudando”, explicou Daher.

O secretário também afirma que a flexibilização de horários para esses estudantes também tem surtido efeito positivo.

“Se ele conseguir um trabalho de manhã, passamos para a turma da tarde; se for à tarde, colocamos ele à noite. Nosso foco é que esse aluno não deixe a escola”, salientou, explicando também que o número de turmas noturnas aumentou nos últimos anos para atender os alunos que têm emprego.

Outro ponto que contribuiu, segundo o secretário, foram os cursos técnicos oferecidos dentro da carga horária do novo Ensino Médio para os estudantes que optam pelo ensino técnico.

Hélio Daher afirma que a SED trabalhou com o mercado de empregos para saber quais as habilidades eram buscadas pelo mercado de trabalho em um profissional.

“Não faz sentido abrir cursos que não geram emprego, então tivemos essa preocupação”, disse Daher.

No Estado, entre as opções de cursos, a SED oferece vagas para técnico em segurança do trabalho, técnico em agropecuária, técnico em veterinária, técnico em podologia, técnico em enfermagem, técnico em agropecuária e técnico em radiologia.

PANDEMIA

A redução do abandono escolar no ano passado já havia sido registrada em 2022. Naquele ano, que marcou o retorno ao ensino presencial após a pandemia da Covid-19 obrigar os alunos a estudarem remotamente, houve uma queda porcentual em comparação com 2019, último ano com ensino presencial até então.

Enquanto, em 2022, o porcentual foi de 2,19% de abando, em 2019, chegou a 4,3%. Em 2020 e 2021, quando o ensino foi remoto, a SED afirma que o abandono foi de cerca de 1%, porém, esse porcentual foi contabilizado de forma diferentes da dos outros anos, por conta da pandemia.

“Tivemos um avanço muito grande, conseguimos superar a queda depois da pandemia, que foi quando a gente tinha muito medo desse abandono, e conseguimos reduzir, ainda assim. Fizemos uma grande busca ativa pelos alunos que faltavam durante a pandemia. Ligávamos para os pais e, se não atendiam, já acionávamos o Conselho Tutelar e o Ministério Público, com o intuito de achar esse aluno e fazer ele retornar”, contou o secretário.

“Então, foi uma série de ações que fizemos ao longo desses anos para conseguir esse resultado. Além da busca ativa, melhorar a infraestrutura das escolas também é importante. Temos 65 escolas reformadas prontas para serem entregues e mais 125 em reforma”, completou Hélio Daher.

PROGRAMA DA UNIÃO

No mês passado, o governo federal criou o programa Pé-de-Meia, com o intuito de distribuir bolsas a estudantes de baixa renda do Ensino Médio para que eles permaneçam na escola.

Conforme o programa, por ano, o estudante receberá R$ 2 mil, dividido em 10 parcelas, sendo uma quando o aluno se matricular, no início do ano.

As parcelas mensais estão vinculadas à frequência do estudante, que deve ter taxa de comparecimento acima de 80%.

Além das parcelas mensais, haverá também um bônus, que pode chegar a R$ 3 mil, mas que só poderá ser sacado ao fim do Ensino Médio (R$ 1 mil por ano, se não houver reprovação). Se o aluno fizer o Enem ao fim do 3º ano, receberá mais R$ 200, em parcela única.

Para o titular da SED, além das ações do governo do Estado, a medida do governo federal também deve colaborar para MS tenha nova queda no índice de abandono escolar.

“Se todo mundo se ajudar, menos estudantes vão deixar a escola. Aqui já fazemos isso, temos ajuda de muitos prefeitos, e espero que esse programa do governo federal seja mais uma ferramenta”, finalizou Daher.

Polícia

Com mais de 120 anos em penas a cumprir, procurado desde os anos 80 morre em confronto com Derf

Ele já havia sido preso várias vezes por crimes de roubo, porte de arma e latrocínio

15/07/2025 17h45

Com mais de 120 anos em penas a cumprir, procurado dos anos 80 morre em confronto com DERF

Com mais de 120 anos em penas a cumprir, procurado dos anos 80 morre em confronto com DERF Divulgação/PCMS

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Um homem de 65 anos, identificado como Luis Cesar Santos, morreu na manhã de hoje (15) após entrar em confronto com a Polícia Civil de Campo Grande.

O suspeito era investigado por crimes decorrentes de 19 ações penais que, juntas, somavam mais de 120 anos de prisão a serem cumpridos. 

De acordo com a Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (DERF), a maioria dos crimes cometidos por Luis eram de roubo e porte ilegal de arma de fogo, mas ele também havia sido responsável por um latrocínio, isto é, roubo seguido de morte, na década de 80 em Campo Grande, época marcada por uma onda de assaltos na cidade. 

Na época, ele foi preso pelo crime. Mais tarde, foi o responsável por uma fuga da prisão onde teria rendido os agentes penitenciários e o atual juiz corregedor, utilizando uma arma de fogo, mas foi capturado logo em seguida. 

A DERF afirma que o homem foi preso diversas vezes, inclusive em outros estados do país, onde conseguiu escapar na maioria das vezes, além de ter se envolvido em outros confrontos policiais e reagido às prisões. 

Segundo a Polícia, o homem já era procurado por causa do seu “currículo criminal”. Os policiais teriam identificado nesta terça-feira um imóvel suspeito no bairro Sayonara, em Campo Grande, onde ele poderia estar escondido. 

Ele foi abordado à distância pela polícia, como uma forma de minimizar possíveis riscos visto o histórico violento do sujeito.

Porém, ao ser abordado, ele reagiu com um revólver, sendo atingido logo depois. Ele chegou a ser encaminhado para a Santa Casa municipal, mas foi a óbito. 

Uma outra equipe policial se dirigiu até a residência do suspeito onde encontraram sua parceira, de 61 anos, que também possuía mandado de prisão em aberto pelo estado de Rondônia por tráfico de drogas.

A mulher foi presa e conduzida até a sede da DERF, onde aguarda transferência para outra unidade prisional. 
 

MENOS ARMAS

Após alta em 2022, número de registros de CACs despenca em MS

Os números apresentados representam uma queda de 87% nos registros dos CACs em um período de dois anos

15/07/2025 17h30

Após alta em 2022, número de registros de CACs despenca em MS

Após alta em 2022, número de registros de CACs despenca em MS Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A Polícia Federal divulgou nesta terça-feira (15), dados estatísticos relacionados a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs), que mostrou que, de 2022 para 2025, o número de novos registros de CACs despencou drasticamente em Mato Grosso do Sul. Conforme o levantamento, em 2022, foram 8.866 registros, e dois anos depois, em 2024, o número caiu para 1.153. Até agora, em 2025, foram apenas 568.

Os números apresentados representam uma queda de 87% nos registros dos CACs em um período de dois anos. Os dados têm origem na base de dados fornecida pelo Exército Brasileiro, que era responsável pelos registros até o dia 30 de junho de 2025.

A partir de 1° de julho, após decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio  do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a fiscalização passou para a Polícia Federal (PF), que passará a atualizar os dados com base nas informações registradas em seus próprios sistemas.

O levantamento divulgado levou em consideração os registros de armas para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores desde 2001, e mostrou que, desde então, 2022 foi o ano com mais registros de CACs até agora. 

Cabe ressaltar que, 2022 foi o último ano em que Jair Bolsonaro esteve a frente da presidência da república. O ex-presidente era conhecido desde que assumiu o poder por facilitar o acesso da população civil às armas. Em 2018, ano em Bolsonaro foi eleito, havia apenas 164 armas registradas em nome dos CACs em Mato Grosso do Sul, número que, de acordo com os dados da PF só aumentou com o passar dos anos. Veja:

  • 2019: 940 registros
  • 2020: 1999 registros
  • 2021: 4600

Levando em consideração os dados ano a ano, de 2019 para 2022, o aumento no número de registros variou entre 112% a 130%. Já nos primeros 6 meses de 2025, foram 568 registros, um aumento de 180 se comparado ao mesmo período do ano anterior.

QUEDA

A queda drástica no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorreu após o atual governo federal ter adotado medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Isso porque, em julho de 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis.

Também foi editado um decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.

Em 2024, O Ministro da Justiça e Segurança Pública da época, Flávio Dino, se manifestou sobre essa queda nos registros de armas de fogo por civis, e relacionou com a diminuição de 6% no número de assassinatos divulgada naquele ano.

“Isso prova cientificamente que não é a proliferação irresponsável de armas que enfrenta a criminalidade, e sim polícias equipadas, preparadas tecnicamente, com planejamento adequado. Sem esquecer, claro, o principal para novas e sustentáveis conquistas: políticas de justiça social, a exemplo de escolas de tempo integral”, escreveu.

ARMAS

Os dados divulgados pela Polícia Federal, trouxeram ainda estatísticas sobre armas registradas por colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, com filtros por unidade da federação, categoria, tipo de certificado, calibre e tipo da arma.

Em Mato Grosso do Sul, atualmente são 22.846 caçadores, 16.181 atiradores desportivos e 632 colecionadores, somando um total de 39.659 registros. Além disso, os armamentos mais comuns são pistolas, com13.229 registros, carabinas, com 13.123 registros, revólvers, com 7.683 registros e espingarda, com 5.583 registros.

FISCALIZAÇÃO

A decisão de mudar o comando da fiscalização aconteceu após uma reunião de oficiais do Exército Brasileiro com delegados da Polícia Federal, que aconteceu em maio. A medida estava em tramitação desde 2023 e é considerada peça-chave para frear a disseminação desenfreada do armamento na mão de civis, que foi alvo de críticas do Partido dos Trabalhadores (PT) durante todo o governo Bolsonaro.

Depois do encontro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), informou que foram destinados R$ 20 milhões para a PF assumir a responsabilidade. "Vamos criar Delegacias de Controle de Armas nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal e 96 Núcleos de Controle de Armas em delegacias federais no interior do país, totalizando 123 estruturas”, disse o secretário-executivo do ministério, Manoel Carlos de Almeida Neto.

A substituição do Exército já havia sido determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em decreto assinado em julho de 2023, que proibiu ainda a venda de três tipos de armas de fogo para cidadãos comuns e agora ficam restritas apenas para as forças de segurança.

O documento previa que a nova responsabilidade da PF, de emissão do registro e a fiscalização das licenças dos CACS, começaria em 1º de janeiro de 2025, No entanto, a corporação pediu a prorrogação do prazo por seis meses, por causa da falta de recursos e para poder terminar a capacitação dos agentes.

Com o termo aditivo ao acordo, assinado pelos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e José Múcio Monteiro (Defesa), o prazo final para a conclusão do processo foi fixado em 1º de julho de 2025.

A transferência das responsabilidades para a Polícia Federal está baseada no Decreto nº 11.615, de julho de 2023, que determina que a entidade passe a cuidar da autorização, controle e fiscalização de armas, munições e acessórios usados para caça excepcional, tiro esportivo e colecionamento de armas.

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