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Operações afastam usuários de drogas da antiga rodoviária

Moradores relatam queda no número de usuários de drogas na região do Bairro Amambaí e dependentes químicos dispersam para outras localidades

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Após hiato de operações na antiga rodoviária, as quais tinham como objetivo dispersar os usuários de drogas da região, ações da Guarda Municipal e da Polícia Militar diminuem o número de moradores de rua no local, que atualmente está em obras.

Segundo a presidente da associação de moradores do Bairro Amambaí, Rosane Nely, em um período de oito meses, cinco dependentes químicos foram assassinados na região por conta de brigas entre eles.

Além disso, outros problemas estavam ocorrendo no bairro, como queima de colchões e carros na Praça das Araras, acúmulo de lixo e criminalidade alta.

Diante do retrocesso na segurança da região, Nely reuniu-se no dia 1º de agosto com os comandantes da Guarda Municipal e da Polícia Militar para que ambas voltassem com as ações para inibir os crimes na região da antiga rodoviária.

“A gente fez um acordo em reunião tanto com a Guarda como com a Polícia Militar, para que elas façam esse apoio com a gente, e na hora em que elas passarem lá, que seja feita uma orientação aos moradores de rua para eles não ficarem mais ali”, disse Rosane Nely.

Na terça-feira, foi feita a primeira operação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) com a Secretaria Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) para a retirada de lixo e entulhos acumulados pelos usuários de drogas.

Além da ação, que dispersou momentaneamente os moradores de rua do local para a limpeza da via pública, segundo a Guarda Municipal e a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), as equipes de patrulhamento preventivo e de abordagem social estão frequentemente na região para garantir a segurança e prestar atendimento aos moradores de rua.

“A gente também conta com o apoio da SAS para fazer o acolhimento, para convidar eles a irem ao Centro POP [Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua], para mostrar que existe um lugar para fazerem um tratamento se quiserem”, acrescentou a presidente da associação de moradores.

De acordo com Rosane Nely, a Guarda deve realizar novas operações preventivas no bairro, já que está sendo observada pelos moradores uma queda do número de usuários de drogas e de acúmulo de lixo ao lado da antiga rodoviária.

Mesmo com essa constatação da diminuição de moradores em situação de rua no Bairro Amambaí, a reportagem do Correio do Estado esteve presente na região e percebeu que ainda há alguns usuários de drogas que resistem no local, porém, a quantidade não deve passar de 25 pessoas.

COMERCIANTES

Entre os comerciantes que estão de portas abertas na antiga rodoviária, as opiniões sobre os usuários de drogas se divergem.

Para a cabeleireira que pediu para ser identificada como Preta, que trabalha na antiga rodoviária há 42 anos, não há problema a existência de moradores de rua perto do comércio.

“Esse povo não atrapalha ninguém, eu vejo as drogas como doença, e eles são coitados que precisam de apoio. Eles me respeitam e têm o jeito deles de viver. Aqui eu continuo esperando a obra da antiga rodoviária ser concluída, atendendo os meus clientes fiéis”, declarou.

Uma outra moradora do bairro há três anos e comerciante na região há 20 anos acredita que uma hora a polícia conseguirá retirar de vez os usuários de drogas da região.

“A ronda da polícia deve ser mais frequente, quando acontece, tira eles, mas eles voltam. Também os moradores de rua recebem aqui assistência e o povo dá comida, desse jeito eles permanecem”, opinou. 

Orimar Chagas, 80 anos, é ex-comerciante na antiga rodoviária e mudou-se recentemente para o Jardim Jockey Club. Ao Correio do Estado, ele diz qual é a visão dele sobre os usuários de drogas que ficam na região.

“Ali na rodoviária velha o pessoal fica falando, mas os usuários de droga não mexem com ninguém, passam a maior parte do tempo dormindo, às vezes eles pedem dinheiro, esse é o único incômodo, e também tem o pessoal que serve comida para eles lá”.

OPERAÇÃO

Ao longo dos últimos anos, ocorreram diversas fases da Operação Laburu na antiga rodoviária. As ações apresentavam números relevantes da diminuição de dependentes químicos na região.

Em 2020, o tenente-coronel do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Claudemir Domingos de Melo, afirmou ao Correio do Estado que o acúmulo de pessoas no local diminuiu de forma considerável desde a primeira fase da operação, em setembro de 2019.

“Quando começamos, no fim de 2019, tinha mais de 300 pessoas aqui. Agora, a quantidade que achamos hoje foi um número reduzido de 40 pessoas”, disse à época.

As ações da Operação Laburu chegaram a contar com 60 PMs, que realizavam varreduras em hotéis e revistas a pessoas em situação de rua no entorno da antiga rodoviária, em busca de fornecedores de drogas.

Atualmente, segundo a Polícia Militar, ainda são feitas ações de segurança pela PM no entorno da rodoviária.

“Quando há ações que visam dispersar esses moradores de rua, nota-se uma diminuição na região da operação, mas de forma gradual ocorre o retorno desses moradores de rua para a região”, disse o tenente-coronel Augusto Regalo.

A Polícia Militar também observa em rondas e ocorrências um grande aumento na quantidade de moradores de rua em outras regiões, entre elas, o Jardim Jockey Clube, próximo ao Shopping Norte Sul Plaza.

“Infelizmente, esse é um problema das grandes cidades que até há pouco tempo não se observava em Campo Grande”, acrescentou o tenente-coronel da Polícia Militar.

Polícia

Com mais de 120 anos em penas a cumprir, procurado desde os anos 80 morre em confronto com Derf

Ele já havia sido preso várias vezes por crimes de roubo, porte de arma e latrocínio

15/07/2025 17h45

Com mais de 120 anos em penas a cumprir, procurado dos anos 80 morre em confronto com DERF

Com mais de 120 anos em penas a cumprir, procurado dos anos 80 morre em confronto com DERF Divulgação/PCMS

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Um homem de 65 anos, identificado como Luis Cesar Santos, morreu na manhã de hoje (15) após entrar em confronto com a Polícia Civil de Campo Grande.

O suspeito era investigado por crimes decorrentes de 19 ações penais que, juntas, somavam mais de 120 anos de prisão a serem cumpridos. 

De acordo com a Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (DERF), a maioria dos crimes cometidos por Luis eram de roubo e porte ilegal de arma de fogo, mas ele também havia sido responsável por um latrocínio, isto é, roubo seguido de morte, na década de 80 em Campo Grande, época marcada por uma onda de assaltos na cidade. 

Na época, ele foi preso pelo crime. Mais tarde, foi o responsável por uma fuga da prisão onde teria rendido os agentes penitenciários e o atual juiz corregedor, utilizando uma arma de fogo, mas foi capturado logo em seguida. 

A DERF afirma que o homem foi preso diversas vezes, inclusive em outros estados do país, onde conseguiu escapar na maioria das vezes, além de ter se envolvido em outros confrontos policiais e reagido às prisões. 

Segundo a Polícia, o homem já era procurado por causa do seu “currículo criminal”. Os policiais teriam identificado nesta terça-feira um imóvel suspeito no bairro Sayonara, em Campo Grande, onde ele poderia estar escondido. 

Ele foi abordado à distância pela polícia, como uma forma de minimizar possíveis riscos visto o histórico violento do sujeito.

Porém, ao ser abordado, ele reagiu com um revólver, sendo atingido logo depois. Ele chegou a ser encaminhado para a Santa Casa municipal, mas foi a óbito. 

Uma outra equipe policial se dirigiu até a residência do suspeito onde encontraram sua parceira, de 61 anos, que também possuía mandado de prisão em aberto pelo estado de Rondônia por tráfico de drogas.

A mulher foi presa e conduzida até a sede da DERF, onde aguarda transferência para outra unidade prisional. 
 

MENOS ARMAS

Após alta em 2022, número de registros de CACs despenca em MS

Os números apresentados representam uma queda de 87% nos registros dos CACs em um período de dois anos

15/07/2025 17h30

Após alta em 2022, número de registros de CACs despenca em MS

Após alta em 2022, número de registros de CACs despenca em MS Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A Polícia Federal divulgou nesta terça-feira (15), dados estatísticos relacionados a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs), que mostrou que, de 2022 para 2025, o número de novos registros de CACs despencou drasticamente em Mato Grosso do Sul. Conforme o levantamento, em 2022, foram 8.866 registros, e dois anos depois, em 2024, o número caiu para 1.153. Até agora, em 2025, foram apenas 568.

Os números apresentados representam uma queda de 87% nos registros dos CACs em um período de dois anos. Os dados têm origem na base de dados fornecida pelo Exército Brasileiro, que era responsável pelos registros até o dia 30 de junho de 2025.

A partir de 1° de julho, após decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio  do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a fiscalização passou para a Polícia Federal (PF), que passará a atualizar os dados com base nas informações registradas em seus próprios sistemas.

O levantamento divulgado levou em consideração os registros de armas para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores desde 2001, e mostrou que, desde então, 2022 foi o ano com mais registros de CACs até agora. 

Cabe ressaltar que, 2022 foi o último ano em que Jair Bolsonaro esteve a frente da presidência da república. O ex-presidente era conhecido desde que assumiu o poder por facilitar o acesso da população civil às armas. Em 2018, ano em Bolsonaro foi eleito, havia apenas 164 armas registradas em nome dos CACs em Mato Grosso do Sul, número que, de acordo com os dados da PF só aumentou com o passar dos anos. Veja:

  • 2019: 940 registros
  • 2020: 1999 registros
  • 2021: 4600

Levando em consideração os dados ano a ano, de 2019 para 2022, o aumento no número de registros variou entre 112% a 130%. Já nos primeros 6 meses de 2025, foram 568 registros, um aumento de 180 se comparado ao mesmo período do ano anterior.

QUEDA

A queda drástica no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorreu após o atual governo federal ter adotado medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Isso porque, em julho de 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis.

Também foi editado um decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.

Em 2024, O Ministro da Justiça e Segurança Pública da época, Flávio Dino, se manifestou sobre essa queda nos registros de armas de fogo por civis, e relacionou com a diminuição de 6% no número de assassinatos divulgada naquele ano.

“Isso prova cientificamente que não é a proliferação irresponsável de armas que enfrenta a criminalidade, e sim polícias equipadas, preparadas tecnicamente, com planejamento adequado. Sem esquecer, claro, o principal para novas e sustentáveis conquistas: políticas de justiça social, a exemplo de escolas de tempo integral”, escreveu.

ARMAS

Os dados divulgados pela Polícia Federal, trouxeram ainda estatísticas sobre armas registradas por colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, com filtros por unidade da federação, categoria, tipo de certificado, calibre e tipo da arma.

Em Mato Grosso do Sul, atualmente são 22.846 caçadores, 16.181 atiradores desportivos e 632 colecionadores, somando um total de 39.659 registros. Além disso, os armamentos mais comuns são pistolas, com13.229 registros, carabinas, com 13.123 registros, revólvers, com 7.683 registros e espingarda, com 5.583 registros.

FISCALIZAÇÃO

A decisão de mudar o comando da fiscalização aconteceu após uma reunião de oficiais do Exército Brasileiro com delegados da Polícia Federal, que aconteceu em maio. A medida estava em tramitação desde 2023 e é considerada peça-chave para frear a disseminação desenfreada do armamento na mão de civis, que foi alvo de críticas do Partido dos Trabalhadores (PT) durante todo o governo Bolsonaro.

Depois do encontro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), informou que foram destinados R$ 20 milhões para a PF assumir a responsabilidade. "Vamos criar Delegacias de Controle de Armas nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal e 96 Núcleos de Controle de Armas em delegacias federais no interior do país, totalizando 123 estruturas”, disse o secretário-executivo do ministério, Manoel Carlos de Almeida Neto.

A substituição do Exército já havia sido determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em decreto assinado em julho de 2023, que proibiu ainda a venda de três tipos de armas de fogo para cidadãos comuns e agora ficam restritas apenas para as forças de segurança.

O documento previa que a nova responsabilidade da PF, de emissão do registro e a fiscalização das licenças dos CACS, começaria em 1º de janeiro de 2025, No entanto, a corporação pediu a prorrogação do prazo por seis meses, por causa da falta de recursos e para poder terminar a capacitação dos agentes.

Com o termo aditivo ao acordo, assinado pelos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e José Múcio Monteiro (Defesa), o prazo final para a conclusão do processo foi fixado em 1º de julho de 2025.

A transferência das responsabilidades para a Polícia Federal está baseada no Decreto nº 11.615, de julho de 2023, que determina que a entidade passe a cuidar da autorização, controle e fiscalização de armas, munições e acessórios usados para caça excepcional, tiro esportivo e colecionamento de armas.

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