Cidades

Enem 2023

Primeiro dia de Enem: sonhos, ansiedade e atrasos

O primeiro dia do exame contou com "água da aprovação", torcida para candidatos que chegaram faltando poucos minutos para fechamento dos portões. E, é claro, atrasados

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O movimento em uma universidade que foi local de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), teve variação de sentimentos como expectativa, nervosismo e ansiedade de estudantes e pais, neste domingo (5), em Campo Grande.

Em Mato Grosso do Sul, 47.470 estudantes realizam a primeira etapa do Enem, em 1.629 salas distribuídas em 114 locais de prova nos 41 municípios. Sendo que na Capital estão previstos que 20.008 façam o exame.

No estado, os portões foram abertos às 11h da manhã e faltavam poucos minutos para às 12h, quando os portões são fechados, uma torcida de acadêmicos, pais, professores fizeram coro para animar os candidatos durante a corrida, dando aquele "gás".

Candidato consegue chegar faltando dois minutos para o fechamento dos portões

 Veja o vídeo:

 

 

 

Sempre é tempo

O candidato Genilson Marques de Oliveira, de 36 anos, compareceu para prestar o exame pela segunda vez com intuito de testar seus conhecimentos.

"É como um aprendizado, um termômetro. Estou há muito tempo sem estudar e quero saber onde estão meus pontos fracos e meus pontos fortes. Onde posso melhorar e atualizar os meus conhecimentos. Mas se der certo, por que não agora?", explicou. 

Motivada por professores, Evanir Santana da Silva, de 40 anos, contou ao Correio do Estado que está prestando o Enem pela segunda vez, desde o início do ano estudou com ajuda de cursinho online.

"Tenho um sonho de terminar uma faculdade de História. Os meus professores sempre falavam muito que a gente não tem que desistir e sempre correr atrás dos seus sonhos. Meu sonho sempre foi ser professora de história e estou tentando", contou Evanir.

Atrasos

Ao menos mais de quatro estudantes chegaram atrasados e não quiseram falar com a imprensa. Um deles faria o processo seletivo pela primeira vez. Já uma mulher, explicou que teve problemas com a filha por isso não conseguiu chegar no horário.

O estudante Pedro Henrique Sebastião Serra, de 18 aos, natural de Santarém (PA) não conseguiu chegar no local de prova a tempo. E lamentou o ocorrido explicando que se confundiu com o horário de Brasília. 

“Já estou no curso de Farmácia, pretendia fazer para talvez entrar em outro curso. E confundi o horário. Agora vou continuar minha faculdade normal e ano que vem me preparar de novo para fazer o Enem”, explicou João Henrique. 

Documentos 

Durante a realização do exame, estudantes deixaram o local de prova por esquecer o documento de identidade, como o caso da estudante Giulia Mergarejo, de 16 anos, que pretendia prestar a prova como teste. “Eu vim para ter experiência de fazer o Enem”.
 

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Já o estudante Rafael Antônio, de 19 anos, vítima de furto há alguns meses, até apresentou o boletim de ocorrência e um xérox da identidade, mas não conseguiu fazer a prova
“Fui furtado uns meses atrás. Fiz o boletim [de ocorrência], mas aparentemente o boletim expirou em agosto. Não tive tempo de fazer outro daí perdi a prova”, lamentou o estudante que faria o Enem pela primeira vez.

 

Falta de transcritor

Outro caso que gerou revolta na família da estudante Selena Raquel Alonso, de 17 anos, que está com o braço quebrado, devido a um acidente de carro em que chegou a perder os avós, foi a falta de assistência previamente solicitada.

A família solicitou, por meio de protocolo no site do Enem, um transcritor. Já que a estudante é destra e está com o braço imobilizado. Só souberam no momento da aplicação do exame que o transcritor não estava no local para ajudar a estudante.

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“É muito ruim porque me esforcei o ensino médio inteiro para chegar nesse dia e não poder fazer a prova e ter a chance de realizar o meu sonho”, lamentou Selena que pretende cursar medicina. 

Motivação

Enquanto os candidatos chegavam para o exame, a recepção conforme anos anteriores girou em torno de profissionais de outras universidades atraindo jovens para se inscrever em futuras bolsas de estudo. 

Fazendo a acolhida para elevar os ânimos dos estudantes estava presente a professora de espanhol, Andreia Arguero de um colégio particular. “Estou aqui para incentivar e apoiar os nossos alunos nesse momento tão importante na vida deles” e complementou:

“A expectativa é a melhor possível, eles se prepararam para isso e vão conseguir”.

Águas da aprovação

Acadêmicas de Medicina da UEMS "abençoando calouros" com a água a aprovação / Foto: Gerson Oliveira

Na hora do exame toda “fézinha” é bem-vinda. No caso das Acadêmicas do primeiro ano de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul inovaram no comércio e é claro, o incentivo aos colegas vendendo paçoquinha, balas, caneta e a tal da “água da aprovação” com a promessa de abençoar os futuros calouros.

A acadêmica Yasmim Souza Beletatti, de 19 anos, que estava acompanhada de suas colegas, explicou que além de prestar apoio, estavam aproveitando para vender produtos para arrecadar dinheiro da formatura.

“A gente veio dar apoio e vender nossos produtinhos, tem água, paçoca, caneta, para a gente levantar dinheiro para a nossa formatura também. Mas principalmente para incentivar nossos calouros porque ano passado a gente estava aqui fazendo o Enem nessa mesma posição. Então, agora a gente está incentivando às outras pessoas”, contou.


Com o grupo, Ingrid Gonçalves Paiva, de 25 anos, que está cursando o primeiro ano de medicina, contou que há um ano, quando prestou o Enem, apesar de ser um momento em que o estudante está muito nervoso e ansioso, a calma nessa hora é fundamental.“A gente vê que quando você está do lado de cá você vê que tudo valeu a pena”. 

 

Prova

No próximo domingo (12), os estudantes retornam ao local de prova para a segunda etapa do exame, que consiste em 45 questões objetivas de Ciências da Natureza e 45 questões objetivas de Matemática. 

 Em ambos os dias os portões dos locais de provas são fechados às 12h, e o exame começa às 12h30. A duração é de cinco horas e meia no primeiro dia e de cinco horas no segundo.

 

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Pesquisa

Brasileiro debateu menos política em grupos de família e amigos no WhatsApp em 2024

Levantamento do InternetLab mostra que esse tipo de conteúdo apareceu com menos frequência nesses grupos do que em anos anteriores da série histórica.

15/12/2025 21h00

Divulação

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A circulação de notícias e discussões sobre política em grupos de família, amigos e trabalho no WhatsApp caiu em 2024, mesmo em um ano de eleições municipais.

Levantamento do InternetLab mostra que esse tipo de conteúdo apareceu com menos frequência nesses grupos do que em anos anteriores da série histórica.

A proporção de pessoas que apontam os grupos de família e de amigos como aqueles em que mais aparecem debates sobre questões da sociedade foi de 23% e 24%, respectivamente, em 2024.

Em 2023, quando não houve eleições, esses percentuais eram de 30% e 27%. Nos grupos de trabalho, a proporção manteve-se em 11%.

Já o compartilhamento de notícias sobre política em grupos de família, amigos e trabalho caiu de 31%, 29% e 13%, em 2023, para 27%, 24% e 11%, respectivamente, em 2024.

A diretora de Pesquisa e Operações do InternetLab, Heloisa Massaro, explica que, na etapa qualitativa da pesquisa, surgem relatos de saturação dos usuários desses grupos.

"Em anos anteriores, muitas pessoas diziam que, depois de brigas ou expulsões de grupos maiores, passaram a criar grupos paralelos, menores, com poucos amigos ou familiares, nos quais conseguiam conversar sobre política. O que observamos mais recentemente é um pouco diferente. Neste ano, apareceu mais um relato de saturação dos grupos em geral. Um cansaço mesmo. As pessoas estão menos ativas nos grupos", afirmou.

O estudo apresenta depoimentos de alguns entrevistados, sem identificá-los. Uma das entrevistadas, de São Paulo, relata sensação semelhante à descrita pela pesquisadora.

"Me sinto muito cansada com a quantidade de informações e de coisas que temos que acompanhar para manter contato e informação", afirmou.

Segundo Heloisa, isso não significa que o tema política tenha desaparecido das interações no aplicativo. "Muitas vezes, a discussão migra para conversas individuais no WhatsApp ou para outros espaços", disse.

"Nos grupos, pelo menos na minha família, ficou proibido mesmo. Quando alguém toca em algum assunto, como alguma mudança na economia, logo alguém interrompe, porque sabe que vai dar briga', contou outra entrevistada.

Medo de dar opinião

Mais da metade (56%) das pessoas que participaram da pesquisa relataram sentir medo de expressar opinião sobre política porque "o ambiente está muito agressivo". O percentual, no entanto, manteve-se relativamente estável nos últimos três anos, dentro da margem de erro.

"Esse indicador está estável desde 2022, quando atingiu 57%. Naquele ano houve um pico, o que é esperado, por ter sido uma eleição presidencial muito marcada pela polarização", explicou Heloisa.

Além disso, 52% dos entrevistados afirmam se policiar cada vez mais sobre o que dizem nos grupos, enquanto metade diz evitar falar de política para fugir de brigas.

"Os dados sobre as pessoas se policiarem mais cresceram até 2022 e depois se estabilizaram em um patamar um pouco mais baixo. Isso é consistente com o contexto, já que eleições federais tendem a gerar mais engajamento e mais conflito do que eleições municipais ou anos não eleitorais", afirmou.

"Acho que os ataques hoje estão mais acalorados. Então, às vezes você fala alguma coisa e é mais complicado. O pessoal não quer debater, na verdade já quer ir para a briga", disse uma das entrevistadas.

Mulheres se resguardam mais

No recorte por gênero, a pesquisa indica que as mulheres relatam mais medo de se posicionar, se policiam mais e evitam com maior frequência compartilhar mensagens que possam atacar os valores de outras pessoas.

"Em praticamente todos os indicadores ligados a se sentir seguro ou à vontade para falar de política, as mulheres aparecem com percentuais mais baixos. Já os homens predominam entre os mais ativos, administradores de grupos ou dispostos a compartilhar conteúdo mesmo com risco de conflito", disse Heloisa.

Menos usuários em grupos de debate político

De 2020 a 2024, o número de usuários que participam de grupos exclusivamente dedicados a debater política no WhatsApp caiu quase pela metade. Enquanto 10% dos usuários estavam nesses grupos em 2020, apenas 6% relataram participar deles em 2024.

Heloisa pondera, no entanto, que a variação foi pequena entre 2023 e 2024 e deve ser lida dentro de uma tendência mais ampla.

"Quando olhamos a série histórica, essa queda é gradual e acompanha uma redução geral do número de grupos dos quais as pessoas participam. Há também queda na média de grupos por pessoa. Por isso, interpreto esse dado mais como parte dessa tendência geral do que como um recuo específico e abrupto do debate político", afirmou.

Grupos de campanha eleitoral

Em 2024, houve aumento no recebimento de links e na inserção em grupos de campanha eleitoral no WhatsApp. A proporção de usuários que receberam um link e entraram em um grupo desse tipo cresceu nove pontos percentuais em relação a 2023 (36% ante 27%) e cinco pontos na comparação com 2022 (31%), ano de eleições federais.

"Isso sugere um uso mais sofisticado desses grupos por parte das campanhas. Vimos estratégias mais elaboradas do que em anos anteriores. Muitos desses grupos estavam ligados a bairros, comunidades locais ou ações específicas, algo característico das eleições municipais", explicou Heloisa.

"Ou seja, não é que o debate político tenha desaparecido. Ele continua existindo, mas de forma mais direcionada e estratégica, fora dos grupos tradicionais de família, amigos e trabalho", concluiu.

Sem intervenção

Em meio a greve, Prefeitura defende contrato com o Consórcio Guaicurus e recusa intervenção

A Agetran se apresentou contrária ao pedido de liminar da ação popular, movida por Luso Queiroz (PT), que solicita intervenção imediata do Município na gestão do Consórcio Guaicurus

15/12/2025 19h20

Os motoristas do Consórcio Guaicurus aderiram à greve e pararam completamente o serviço durante esta segunda-feira (15)

Os motoristas do Consórcio Guaicurus aderiram à greve e pararam completamente o serviço durante esta segunda-feira (15) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), se apresentou contrária ao pedido de liminar da ação popular, movida pelo ex-candidato à prefeito Luso Queiroz (PT), que solicita intervenção do próprio Município na gestão do Consórcio Guaicurus.

A ação popular solicita a intervenção administrativa imediata na concessão do transporte coletivo urbano, atualmente operada pelo Consórcio Guaicurus, e imputa ao Município, à AGETRAN e à AGEREG suposta omissão fiscalizatória e gestão inadequada do contrato de concessão.

A Agetran diz que a ação popular "mostra-se manifestamente inadequada, pois pretende submeter ao Poder Judiciário a revisão ampla da política pública municipal de transporte coletivo urbano, fundada em alegada omissão administrativa", a qual "não se confirma segundo o relatório de auditoria do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS). 

Razões para o indeferimento da tutela

O primeiro motivo que a Agetran alega é que o ato lesivo não se presume, pois o ônus da prova é integralmente do autor popular e críticas abstratas à política pública não configuram lesão juridicamente relevante. 

Além disso, ação não se presta à fiscalização genérica da administração, mas apenas à invalidação de atos específicos e comprovadamente lesivos, o que inexiste no presente caso.

O segundo ponto abordado é sobre a atuação fiscalizatória da Agetran, a qual diz que afasta qualquer alegação de lesividade. A agência afirma que realizou fiscalização contínua do contrato de concessão e nos últimos cinco anos foram aplicadas aproximadamente 16 mil penalidades administrativas ao Consórcio Guaicurus.

O documento também traz como defesa o relatório do TCE/MS e diz que confirma a inexistência de dano e regularidade da atuação administrativa.

"O TCE/MS, após auditoria aprofundada sobre a concessão do transporte coletivo, não identificou danos ao erário imputável à AGETRAN ou ao Município, nem apontou ilegalidade grave capaz de caracterizar lesão à moralidade administrativa e ainda reconheceu a existência de fiscalização, controle e acompanhamento contratual, limitando-se a expedir recomendações e determinações administrativas, típicas do controle externo preventivo e corretivo". 

Por fim, a contestação afirma que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público converge com as conclusões do TCE/MS, pois:

  • não imputou irregularidades à atuação da AGETRAN
  • não reconheceu lesão ao patrimônio público
  • não recomendou intervenção administrativa
  • tampouco apontou prática de ato ilegal ou imoral por parte do Poder Concedente.. 

Risco de dano grave à coletividade 

A Agetran inseriu no documento de contestação também uma parte sobre o Periculum in mora reverso, ou seja, o risco de que a própria decisão judicial, ao conceder a liminar, cause um dano mais grave ou irreparável à parte contrária do que aquele que a medida pretendia evitar.

"A intervenção administrativa na concessão do transporte coletivo urbano constitui medida excepcionalíssima, que somente se justifica diante de colapso institucional ou ilegalidade grave e comprovada — circunstâncias absolutamente inexistentes no caso concreto".

De acordo com a Agetran, a concessão liminar de intervenção implicaria: 

  • na ruptura do contrato;
  • insegurança jurídica para operadores, trabalhadores e usuários;
  • risco de descontinuidade do serviço público essencial;
  • instabilidade financeira e operacional do sistema;
  • sobrecarga imediata da Administração Pública sem estrutura instalada.

A Agetran finaliza dizendo que o Município não tem capacidade operacional para intervenção imediata, pois "jamais operou diretamente o transporte coletivo urbano; não dispõe de frota própria, garagens, oficinas, motoristas, mecânicos ou logística operacional". 

Finaliza afirmando que nenhuma das providências solicitadas pode ser implementada de forma imediata por decisão liminar, especialmente em um sistema complexo e de grande escala.

Nota do TRT sobre a greve dos motoristas

Em atendimento aos questionamentos da imprensa, o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região informa que o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande foi notificado formalmente ao 12h36min desta segunda-feira (15/12), da decisão sobre a manutenção mínima de 70% dos trabalhadores em atividade, enquanto durar a paralisação da categoria. A decisão, proferida durante o plantão judiciário, na noite de domingo (14/12), reconhece o direito constitucional de greve e assegura a manutenção de serviços indispensáveis, visto que o transporte coletivo é essencial para a população. 

De acordo com o des. César Palumbo Fernandes, relator do processo, “A Justiça do Trabalho reconhece a importância do direito de greve, constitucionalmente assegurado aos trabalhadores e também a gravidade da situação, ante ao não recebimento dos seus vencimentos. Entretanto, a população também tem constitucionalmente garantido o acesso a serviço público de transporte urbano, caracterizado como essencial e por esse motivo não se pode aceitar a paralisação de 100% dos serviços. Há uma multa fixada inicialmente em R$ 20 mil reais por dia de descumprimento da decisão, que incide de imediato e caso não atendida pode vir a ser majorada, sem prejuízo do reconhecimento de crime de desobediência e adoção de outras medidas coercitivas cabíveis.”

Uma audiência de conciliação foi marcada para esta terça-feira (16/12), às 15h45, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, localizado à Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira, nº 208 – Jardim Veraneio. A reunião será aberta para a imprensa.

 

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