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Poupança

Rentabilidade da poupança pode cair com a nova queda da taxa de juros

Provável recuo da Selic a, pelo menos, 8,5% ao ano

Época Negócios

04/09/2017 - 11h37
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Se confirmadas as previsões, na próxima quarta-feira (04/09) o Comitê de Política Monetária (Copom) cortará pelo menos 0,75 ponto porcentual da Selic, a taxa de juros básica da economia, hoje em 9,25%. A redução é suficiente para acionar o gatilho que modifica a regra de rentabilidade da caderneta de poupança, que passa a render menos sempre que a Selic for igual ou inferior a 8,5%.

Na prática, a caderneta de poupança, que hoje tem valorização de 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR), passará a render 70% da Selic, mais a TR. Na ponta do lápis, o desempenho do investimento trará resultados inferiores aos verificados atualmente. Mas isso não significa que as demais aplicações de renda fixa, como o Tesouro Direto, CDBs e similares tornem-se mais atraentes. Segundo os especialistas, antes de tomar uma decisão, o investidor precisa comparar a rentabilidade no final da operação.

Essa é opinião, por exemplo, do professor Joelson Sampaio, da Fecap. "A taxa de administração é que vai determinar se o investimento vai ficar ruim ou não", diz.Sampaio explica que, com a incidência de Imposto de Renda e a taxa de administração, o investidor pode receber menos em produtos de renda fixa do que se deixasse na poupança, mesmo ela rendendo 70% da Selic mais a TR. Ele diz que em um cenário de juros de 8,5%, apenas os fundos de renda fixa com taxas administrativas de 0,5% ganhariam da poupança.

Diante desse cenário, o gatilho tende a baixar as taxas de administração desses investimentos, acredita Angela Nunes, planejadora financeira pela Planejar. No caso do Certificado de Depósito Bancário (CDB), o professor de finanças da Saint Paul Escola de Negócios, Alan Ghani, aconselha olhar para os prazos para saber se a incidência de Imposto de Renda não irá comprometer muito da rentabilidade. Ele explica que, para um prazo de seis meses, a poupança ganha do CDB que paga até 90% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), balizado pela Selic.

Para quem vai investir durante um prazo entre um e dois anos, o ideal é recorrer ao CDB que pague mais de 85% do CDI. Já para o investidor que pretende deixar o dinheiro rendendo mais de dois anos, vale a pena um CDB que pague mais de 83% do CDI.

Caso contrário, melhor deixar na poupança.Por mais que a caderneta possa ser mais atrativa em muitos casos, Angela Nunes alerta que não adianta sacar o dinheiro fora do aniversário da poupança, se não perde a rentabilidade. Ou seja, se fizer uma aplicação dia 5 de abril e outra dia 15 de abril, a primeira terá rendimento no próximo dia 5 enquanto a segunda no próximo dia 15. Aplicações menores que 30 dias, também não recebem nenhum retorno.

Entretanto, Angela pondera que a poupança é um bom instrumento para aprender a poupar, principalmente pela facilidade. "Algum esforço é melhor do que esforço nenhum", diz.Mas Joelson Sampaio, da Fecap, lembra que o dinheiro também não pode ser esquecido na poupança. Caso os juros voltem a subir, elas se torna um mal investimento se comparado aos fundos de renda fixa. Isso ocorre porque se a Selic estiver alta, os retornos nesses investimentos serão maiores, enquanto que a poupança volta a pagar na modalidade anterior, ou seja, 0,5% por mês mais a TR.

Mudança

A regra da poupança mudou em maio de 2012, quando os juros da economia estavam em 9% e o governo de Dilma Rousseff tinha a intenção de baixá-los ainda mais. Na época, sem as alterações na poupança, a queda poderia comprometer a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional, que são usados como empréstimos para o governo, além de outros investimentos em renda fixa.Para não prejudicar as pessoas que já tinham dinheiro investido na poupança, foram criadas as divisões "velha" e "nova" poupança.

O rendimento referente aos valores depositados até 3 de maio de 2012 foram incorporados ao saldo da "poupança antiga" e passaram a render segundo as regras antigas. Mesmo com a possível queda taxa básica de juros na próxima quarta-feira, a rentabilidade da "antiga" não sofrerá alteração. Já os depósitos feitos depois de 3 de maio de 2012 fazem parte da poupança "nova" e passam a render menos. Para quem tem dinheiro nas duas modalidades, os saques passaram a ser feitos prioritariamente do dinheiro novo e o banco passou a identificar no extrato os saldos referente às poupanças "velha" e "nova". 
 

MATO GROSSO DO SUL

Juro alto pode prejudicar novo leilão da Rota da Celulose

Modelagem feita pelo governo oferece taxa de retorno de 10,47% ao ano pelo investimento; abaixo da Selic, que está em 12,75% e com perspectiva de alta

26/12/2024 07h00

BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das rodovias que será concedida

BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das rodovias que será concedida Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado

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A elevação dos juros e o aumento do preço do dólar têm sido uma pedra no sapato nos planos do governo do Estado de Mato Grosso do Sul para conceder à iniciativa privada o conjunto de rodovias formado majoritariamente pela BR-262, MS-040, MS-338 e MS-393, além da BR-267, chamado de Rota da Celulose.

No início deste mês de dezembro, após as demonstrações dos grandes players do setor de logística de que ninguém estava interessado em investir pelo menos R$ 9 bilhões nestas rodovias de Mato Grosso do Sul ao longo dos próximos 30 anos, o governo de Mato Grosso do Sul retirou o edital e pretende enviar à B3, no primeiro semestre de 2025, um novo edital para tentar leiloar estas rodovias à iniciativa privada.

O fator preponderante para a falta de interessados foi a concorrência desleal com a Taxa Selic, a taxa de juros do Banco Central do Brasil (BC), que subiu 1% neste mês, para 12,75%, e tem viés de alta de mais um ponto percentual nas duas próximas reuniões do Conselho Nacional de Política Monetária (Copom), chegando a 14,75% ao ano até o mês de março.

O conjunto de rodovias que o governo de Mato Grosso do Sul pretende leiloar estava oferecendo às empresas interessadas uma Taxa Interna de Retorno do Investimento (TIR) de 10,37% ao ano. A taxa foi calculada em abril de 2024, quando o horizonte no médio prazo para os juros da economia brasileira era bem mais otimista, com a possibilidade de a Taxa Selic voltar a ser de apenas um dígito (menos de 10%) já em 2026.

Agora, esta expectativa de redução na curva dos juros no médio e longo prazos foi prorrogada por pelo menos mais um ano, com perspectiva de início de queda para menos de um dígito em 2027, conforme indica o Boletim Focus mais recente do Banco Central. Certamente o governo de Mato Grosso do Sul terá de aumentar a TIR para competir em pé de igualdade com a Selic.

Estratégias

Uma das estratégias que serão adotadas pelo governo de Eduardo Riedel (PSDB) é a de alongar o encargo dos investimentos a serem realizados.

O edital da Rota da Celulose prevê investimentos diretos – chamados de Capex, no “idioma” do mercado – de R$ 6 bilhões durante a concessão de 30 anos, sendo que mais da metade deste valor seria despendida nos primeiros três anos de concessão.

A ideia é esticar as exigências, como implantação de terceiras faixas e duplicação de Campo Grande a Ribas do Rio Pardo pela BR-262.

Um servidor de alto escalão da administração estadual disse ao Correio do Estado, neste mês, que há apenas duas formas de aumentar o interesse pelo conjunto de rodovias neste cenário de juros altos e aumento dos custos (alta do dólar): redução do Capex ou aumento na tarifa de pedágio.

Claramente, Eduardo Riedel (PSDB) deu mostras de que vai optar pela flexibilização das operações. “Sem mexer em preço de pedágio e sem mexer no projeto original, mas deslocando algumas ações”, disse o governador de Mato Grosso do Sul durante evento na Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul (Fiems) na sexta-feira (20).

Riedel pretende alongar os investimentos. Obras que estavam previstas para os primeiros anos de contrato serão empurradas também para o médio prazo. O edital que foi a leilão e não teve interessados previa a concentração dos investimentos da ampliação da capacidade até 2028, ano em que eles bateriam R$ 400 milhões. A ideia é diluir esses valores, que somam R$ 1,8 bilhão, em um período maior.

Esse R$ 1,8 bilhão está incluído nos aproximadamente R$ 6 bilhões em investimentos em melhorias (Capex). Também existem mais R$ 3 bilhões de investimentos em custo fixo de manutenção (Opex). O governo não deve mexer neste valor, apesar de existir certa flexibilidade.

Somente para garantir todos os investimentos necessários no Capex, seria necessário o levantamento de R$ 1,895 bilhão por meio de financiamentos em bancos, praticamente todo o valor da ampliação da capacidade. A receita com pedágio não daria conta desse investimento.

A alta da Selic, além de reduzir a atratividade para a remuneração do investidor, ainda deixou o custo do dinheiro para reformar as rodovias maior.

O governo também prevê uma outorga – o valor que o concessionário paga ao poder concedente pela concessão – de R$ 74 milhões de entrada e mais R$ 297 milhões de outorga variável, que será pago ao longo dos 30 anos de concessão. Esses valores estão incluídos nas “despesas operacionais”, o chapado “Opex”.

Os recursos da outorga variável serão usados para financiar a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agems), a Polícia Rodoviária Estadual, entre outras instituições.

Tarifa de pedágio

A modelagem econômico-financeira da Rota da Celulose prevê a instalação de 12 praças de pedágio, sendo que a praça de Bataguassu, na BR-262, teria o valor mais barato: R$ 4,70, enquanto a praça de Ribas do Rio Pardo, na BR-262, teria o valor maior: R$ 15,20.

As praças de Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, na MS-040, seriam as segundas mais caras: R$ 13,70.
 

BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das rodovias que será concedidaTarifas de pedágio previstas na Rota da Celulose

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Cazaquistão

Avião da Embraer que caiu pode ter sido atingido por sistema de defesa aérea russo

Passageiros sobreviventes relataram ouvir uma explosão ao se aproximarem de Grozny, na região russa da Chechênia

25/12/2024 22h00

Avião caiu com 67 pessoas a bordo

Avião caiu com 67 pessoas a bordo Foto: Reprodução

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A queda de um avião da Embraer que matou ao menos 38 pessoas em Aktau, no Cazaquistão, nesta quarta-feira, 25, pode ter sido causada por um míssil, segundo relatos da imprensa.

De acordo com a agência Euronews, fontes oficiais ligadas à investigação do desastre disseram que alguns dos passageiros que sobreviveram ao acidente com o E190 da Azerbaijan Airlines teriam ouvido uma explosão ao se aproximarem de Grozny, na região russa da Chechênia, o destino do voo que saiu da capital do Azerbaijão, Baku.

Mais cedo, o canal de notícias Anewz, do Azerbaijão, havia citado em reportagem as declarações de um blogueiro militar russo relacionando os danos à aeronave a um sistema de mísseis de defesa aérea.

A tese de que o sistema de defesa aérea russo pode ter abatido o avião é corroborada por relatos de ataques de drones ucranianos na Chechênia na manhã desta quarta-feira.

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