Forte tempestade atingiu Campo Grande na tarde e noite desta quarta-feira (9), após dias seguidos de calorão e recorde nacional de altas temperaturas.
Mas, a mesma chuva que veio para ‘abençoar’ após dias seguidos de tempo seco e quente, também causou prejuízos.
Acompanhada de raios, trovões, descargas elétricas, granizo e ventos, a chuva provocou inúmeros estragos em ruas e avenidas movimentadas da cidade.
O pé-d’água aliviou o calor, derrubou as temperaturas de 34ºC para 20ºC, melhorou a qualidade de respiração, diminuiu a poluição, limpou a atmosfera e aumentou a umidade relativa do ar, mas, alagou ruas e casas, abriu buracos, arrancou teto de UPA e derrubou painéis de publicidade.
De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, choveu 35,6 milímetros no Carandá Bosque, 46,8 mm na Vila Progresso, 24,2 mm na Vila Santa Luzia, 30,2 mm no Jardim Monte Alegre, 52,6 mm na Vila Abulquerque e 12,2 mm no Jardim Panamá.
Os ventos atingiram 51,2 km/h na região do Imbirussu e 85,2 km/h na região do Colégio Militar de Campo Grande. Ao todo, 2.450 raios foram registrados.
O Correio do Estado percorreu os principais pontos de alagamento, na manhã desta quinta-feira (10), e constatou diversos estragos. A chuva causou:
- Queda de árvores em diversos bairros
- Queda de postes de energia
- Enchentes em diversos bairros
- Alagamento de ruas e casas
- Queda parcial de energia nos bairros Jardim São Lourenço, Pioneiros, Parque Residencial Rita Vieira, Alves Pereira, Universitário, Tiradentes, Cruzeiro, Chácara Cachoeira, São Francisco, Chácara dos Poderes, Vila Nasser, Jardim Autonomista, Santo Amaro, Jardim dos Estados, Coronel Antonino, Chácara das Mansões ,Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian, Parque do Lageado, Mata do Segredo, Jardim Centro Oeste, Vila Sobrinho, Vila Santo Antônio, Conjunto Residencial Mata do Jacinto, Monte Castelo, Jardim Panamá, Moreninha, Jardim Paulista, Núcleo Industrial, Nova Lima, Conjunto Aero Rancho, Jardim Noroeste, Vila Taveirópolis, Conjunto Jose Abrão e Jardim Seminário – Energisa restabeleceu o fornecimento de energia elétrica a 85% dos moradores afetados
- Lamaçal nas avenidas Rachid Neder, Ernesto Geisel e Ludio Martins Coelho e nos bairros Monte Castelo, São Francisco, Santa Emília, entre outros
Portão foi arrrombado com a força da água da chuva. Foto: Marcelo Victor
- Abertura de buracos e crateras nas ruas
- Queda de painel no Fort Atacadista da avenida Coronel Antonino
- Queda de painel/outdoor publicitário, na avenida Eduardo Elias Zahran - painel já está sendo consertado
- Desabamento do teto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon
- Alagamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário
- Transbordamento do Córrego Segredo, na avenida Ernesto Geisel
- Sujeira e lixo nas ruas: galhos, folhas, latas, garrafas, copos plásticos, entre outros diversos objetos
- Semáforos desligados em diversas avenidas
- Fechamento do aeroporto para pousos e decolagens por cerca de 1 hora e meia - aviões tiveram que dar voltas por uma hora, no céu de Campo Grande, para conseguirem pousar
- Arrombamento de portão
- Chuva invadiu casas e estragou móveis de moradores do bairro Monte Castelo
- Não houve vítimas fatais
De acordo com morador do Monte Castelo, que não quis se identificar, lamaçal e alagamento ocorrem, no mínimo, três vezes por ano na região da Rachid Neder.
"Prefeitura nunca vem limpar. Nós que temos que limpar a rua. Junta eu mais um vizinho ali e nós fazemos a limpeza. Todo ano é isso aqui", disse o senhor, em tom de revolta.
Estudante, Kayla Kanae Sato, de 20 anos, estava no Fort Atacadista no momento em que o outdoor caiu e contou como foi.
"Começou a chover bem forte e aí os funcionários fecharam as portas de vidro, porque estava entrando água dentro do Fort. Tinha caído placas e a parte de trás também estava caindo, tipo assim, estava tudo caindo. Eu fiquei com muito medo, foi muito esquisito", relatou a estudante.
A Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) mobilizou mais de 100 trabalhadores, 25 caminhões trucados, 10 pás carregadeiras, 3 caminhões com carroceria e 1 caminhão munck para desobstruir ruas e retirar galhos e árvores das vias, após temporal registrado nesta quarta-feira (9).
Em trabalho conjunto, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Defesa Civil Municipal, Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atuam no no atendimento às emergências.
"Ainda na noite de ontem, assim que a chuva chegou com ventos fortes e granizo em algumas regiões, equipes da Prefeitura de Campo Grande foram às ruas para garantir a segurança da população, desobstruindo as vias com a remoção das árvores que caíram. Trabalho que entrou madrugada adentro e foi retomado na manhã desta quinta-feira (10). A Defesa Civil Municipal recomenda à população que, em caso de tempestade, as pessoas permaneçam em local seguro, evitando transitar em locais com alagamento, não fique perto de muros, árvores e redes de alta tensão. Em caso de emergência, as pessoas podem acionar a Defesa Civil 199 e ou o Corpo de Bombeiros pelo 193", informou a prefeitura por meio de nota enviada à reportagem.
CUIDADOS
O tempo chuvoso requer cuidados aos sul-mato-grossenses. Confira:
- Em caso de chuva: não enfrentar pontos de alagamento ou enxurradas; procurar rotas alternativas no trânsito e dirigir devagar;
- Em caso de raio: evitar locais abertos; não ficar debaixo de árvores; não ficar próximo a cercas de metal; ficar calçado e desligar eletroeletrônicos da tomada;
- Em caso de granizo: deve-se tomar cuidado no deslocamento após chuva de granizo, pois o chão fica escorregadio.