Cidades

Campo Grande

Vereadores aprovam aumento dos penduricalhos da "Folha Secreta"

Projeto da prefeita Adriane Lopes (PP), que extingue limite de jetons e de "encargos especiais", ítens que já foram pagos por fora, foram aprovados em primeira votação na Câmara de Campo Grande

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Os penduricalhos salariais e verbas indenizatórias que deram origem ao escândalo da Folha Secreta tiveram suas regras afrouxadas pelos poderes Legislativo e Executivo de Campo Grande. O projeto de lei que elimina o limite de pagamento dos jetons, aumenta os salários dos servidores comissionados e amplia as gratificações pagas aos servidores foi aprovado em primeira votação pelos vereadores da Capital nesta quinta-feira (5).

O projeto, que acaba com os limites de pagamentos para a rubrica chamada “encargos especiais” — que, em dezembro de 2022, motivou a primeira reportagem denunciando a prática de contracheques ocultos, a Folha Secreta, publicada pelo Correio do Estado — foi aprovado em primeira votação pela Câmara dos Vereadores e agora depende de uma segunda votação para voltar para a sanção da prefeita Adriane Lopes (PP).

Ironicamente, na justificativa do projeto, Adriane Lopes argumentou que as alterações nas leis complementares 190 e 199, que regulam o pagamento de salários e gratificações a servidores municipais, atendem às “cláusulas 7.5.1 e 7.7.1 do TAG (Termo de Ajuste de Gestão, proposto pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul)”, as quais exigem medidas administrativas para redução de gastos com pessoal.

“A proposta busca normatizar medidas administrativas para promover o aumento de receitas e a redução de despesas com pessoal”, justificou a prefeita, que iniciará seu segundo mandato em 1º de janeiro.

Durante a campanha eleitoral, Adriane Lopes enfrentou críticas relacionadas à Folha Secreta.
A primeira das sutis mudanças nas duas leis está na gratificação por encargos especiais. A rubrica, que é concedida pela realização de tarefas não incluídas na descrição do cargo ou da função, tinha de ter um regulamento específico, e seu valor era limitado ao vencimento do servidor, devendo o valor individual ser proposto no plano de trabalho sobre o qual o servidor fará jus ao pagamento.

Pois agora, mesmo com a exigência do Tribunal de Contas por mais transparência e corte de gastos com pessoal, a prefeita de Campo Grande não precisará de lei específica para regulamentar o pagamento destes encargos, e nem mesmo há uma limitação de valor para estes encargos.

No contracheque oculto que o Correio do Estado mostrou em dezembro de 2022, a atual secretária de Finanças, Márcia Helena Hokama, recebeu R$ 24.713,00 só de encargos especiais. Na ocasião, a rubrica sequer trazia descontos de tributos, como Imposto de Renda, ou previdência. 

Naquele holerite, de novembro de 2022, ela ainda ganhou mais R$ 9.741,03 por jetons. Esta outra rubrica se refere ao pagamento pela participação em reuniões de conselhos ou outras reuniões.

Neste contracheque oculto, os pagamentos “por fora” totalizaram na época R$ 34,4 mil, enquanto no holerite oficial, que consta no Portal da Transparência, a remuneração líquida foi de R$ 17,2 mil.

A propósito, o projeto aprovado ontem pelos vereadores de Campo Grande, também tira os limites para os jetons.

Se atualmente as pessoas que participam destes conselhos só podem ser pagas por até dez reuniões mensais, o projeto proposto por Adriane Lopes e aprovado em primeira votação pelos vereadores tira o limite dos pagamentos.

Gratificações e jetons

Mas também há mudanças no pagamento das verbas de representação e nas gratificações. Se antes as gratificações de representação para os cargos em comissão estavam limitadas a até 100% do valor símbolo, agora estão limitadas a até R$ 200% do valor símbolo. 

Para fins de comparação, um servidor comissionado que recebe o maior salário possível, o cargo DCA-1, terá R$ 5.049,45 de gratificação, e quase R$ 10,1 mil de gratificação por representação. 

Mas não é só isso, antigamente os encargos especiais eram limitados a até 100% do vencimento, e agora são limitados a 100% do cargo DCA-1. Sobre o valor do jeton, esse pagamento por reunião (não importa o quanto dure a participação na reunião), antes ele era limitado a 100% do vencimento, e agora, não há mais limites. 

 

Nova lei

Veja o que muda no regime de pagamento dos servidores públicos da Capital:

Lei complementar 190

Gratificação por Encargos Especiais

"Art. 115. A gratificação por encargos especiais será concedida pela realização de trabalhos não incluídos dentre as tarefas inerentes ao cargo ou função, para atender à execução de serviços especiais descritos em projetos de trabalho específicos".

Redação antiga:

"As regras, critérios e parâmetros de concessão da gratificação por encargos especiais serão definidos em regulamento específico, limitado seu valor ao vencimento do servidor, devendo o valor individual ser proposto no plano de trabalho respectivo”.

Redação nova

“Os encargos especiais serão concedidos pela realização de trabalhos não incluídos dentre as tarefas inerentes ao cargo ou função, para atender à execução de serviços especiais descritos em projetos de trabalho específicos”

Sobre o direito aos jetons: 
 

Art 116: 

Redação antiga

 “§1º O ato de instituição do órgão colegiado ou o seu regimento interno, a ser aprovado pelo Prefeito Municipal, deverá estabelecer, quando houver pagamento da vantagem, o número de sessões mensais e quantas serão remuneradas, limitada a dez mensais, incluídas as ordinárias e as extraordinárias”.

Redação nova

“§ 1º O ato de instituição do órgão colegiado ou o seu regimento interno, a ser aprovado pelo Prefeito Municipal, deverá estabelecer, quando houver pagamento da vantagem, o número de sessões mensais e quantas serão remuneradas, por regulamento específico do Poder Executivo”.


Lei Complementar 199

Sobre o pagamento das gratificações, verba de representação e jetons: 

Redação antiga

Artigo 25

 “I - gratificação de representação - a ser paga pelo exerclclo de cargo de provimento em comissão e atribuída individualmente em percentual fixado em lei ou regulamento, aprovado pelo Prefeito Municipal, no valor de até 100% do vencimento do símbolo”;

Redação nova

“gratificação de representação a ser paga pelo exercício de cargo de provimento em comissão e atribuída individualmente em percentual fixado em lei ou regulamento, aprovado pelo Prefeito Municipal, no valor de até 200% (duzentos por cento) do vencimento do símbolo”;

Redação antiga

“XI - gratificação pela participção em órgão de deliberação coletiva - concedida a membros de órgão colegiado, que funcione em caráter permanente, ou temporário com atuação contínua por prazo superior a sessenta dias, como retribuição pelo trabalho além das atribuições próprias do cargo ou função ocupada, no valor de até 100% por cento do vencimento”

Redação nova

“XI - participação em órgão de deliberação coletiva - concedida a membros de órgão colegiado, que funcione em caráter permanente, ou temporário, como retribuição pelo trabalho além das atribuições próprias do cargo ou função ocupada”

Redação antiga 

“XIV - gratificação por encargos especiais - concedida pela prestação de serviços não incluídos dentre as tarefas inerentes ao cargo ou função e para atender trabalhos especiais, definidos em regulamento, no valor de até 100% por cento do vencimento””

Redação nova  

 “XIV - encargos especiais concedida pela prestação de serviços incluídos dentre as tarefas inerentes ao cargo ou função e para atender trabalhos especiais, definidos em regulamento, no valor de até 100% (cem por cento) do símbolo DCA-1”
 

 

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TRANSPORTE COLETIVO

Novo valor da tarifa de ônibus será anunciado "nos próximos dias", diz prefeita

Justiça deu prazo de 15 para prefeitura reajustar o valor do passe e Adriane Lopes disse que missão do novo diretor da Agência de Regulação é trabalhar nesta pauta

13/01/2025 11h45

Tarifa do transporte coletivo deve ser reajusta em 15 dias

Tarifa do transporte coletivo deve ser reajusta em 15 dias Foto: Gerson Oliveira / Correio do EStado

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, garantiu que o reajuste da tarifa do transporte coletivo será anunciado em breve, mas disse que valores e outras definições ainda estão sob análise do novo diretor-geral  da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), José Mário Antunes, que tomou posse nesta segunda-feira (13).

"O novo diretor da Agência de Regulação foi empossado hoje e vai estar trabalhando nesta pauta e, pelos próximos dias, vamos anunciar a população. A missão dele já é a partir de hoje trabalhar em cima dessa pauta que é tão importante para Campo Grande", disse a prefeita.

Questionada sobre o possível novo valor, a prefeita voltou a repetir que o assunto será trabalhado a partir de hoje.

Em decisão assinada na última quinta-feira (9), o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazendas Públicas e de Registros Públicos deu o prazo de 15 dias para que a Prefeitura de Campo Grande reajuste a tarifa de ônibus.

O reajuste deveria ter ocorrido em outubro do ano passado e foi estipulada multa diária de R$ 50 mil até que o aumento seja efetivado.

O último reajuste do passe de ônibus ocorreu em março do ano passado, quando passou de R$ 4,65 para R$ 4,75.

Na última gestão, a Agereg, que é responsável pelo transporte coletivo da Capital, era chefiada por Odilon de Oliveira Júnior.

Decisão judicial 

A decisão que determina e dá prazo para o reajuste leva em consideração o contrato de concessão, assinado em 2012, que definiu outubro como data-base para os aumentos anuais.O reajuste deveria haver naquele mês em 2024, o que não foi feito.

Por isso, o Consórcio Guaicurus entrou com embargo de declaração na Justiça, por descumprimento, no qual o juiz deu o prazo para o reajuste.

“Intime-se o requerido [Prefeitura], pessoalmente para que,no prazo de 15 dias, comprove nos autos o efetivo reajuste da tarifa que deveria ter ocorrido no mês de outubro do ano passado, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), até o efetivo reajuste”, diz a decisão.

O novo valor da tarifa deve ser definido através de novos cálculos, já que nem a tarifa técnica, valor que é usado como base para a tarifa pública, ainda não foi divulgado pela administração. A tarifa técnica, esta tarifa é de R$ 5,95.

A decisão do juiz, no entanto, não tem relação com o reequilíbrio do contrato de concessão do transporte público, já que este tema aguarda que uma perícia judicial nas contas da concessionária seja realizada. A análise começou em dezembro e ainda deve demorar para ser concluída.

Polícia

Envolvido em latrocínio de PM morre em confronto com o Choque

Ele é o segundo do trio que matou Valdir Antunes de Oliveira, em 2014, a ser morto pelo Batalhão de Choque da PM

13/01/2025 11h30

Divulgação: BPMChoque

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Bruno Allef Bibiano Cristaldo, de 31 anos, morreu em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPMChoque) na noite do último domingo (12), em Campo Grande.

Ele foi apontado como um dos envolvidos no latrocínio (roubo seguido de morte) do policial militar Valdir Antunes de Oliveira, de 37 anos, morto em 2014. Na ocasião, três homens invadiram a loja de materiais de construção do PM e fizeram reféns. Quando Valdir chegou, foi recebido a tiros no estabelecimento.

Em setembro do ano passado, um outro envolvido no assalto, Weslei Galvani, de 38 anos, também foi morto pelo Choque.

Ocorrência

Em nota, o Choque informou que policiais faziam patrulhamento no bairro Nova Lima quando avistaram um motociclista com capacete levantado e em alta velocidade. Diante disso, a guarnição deu ordem de parada por meio de sinais sonoros e luminosos, mas o condutor da motocicleta empreendeu fuga.

Em determinado momento, o motociclista diminuiu a velocidade, com intuito de manobrar e fazer o retorno na via para continuar a fugir, mas a equipe interviu e desembarcou para realizar a abordagem.

O homem, no entanto, não acatou às ordens do Choque, levou a mão à cintura e sacou um revólver.

No momento em que ele apontou a arma para a equipe, o comandante efetuou disparos para neutralizar a ação do agressor. Ele foi resgatado com sinais vitais e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento do bairro Nova Bahia, onde posteriormente foi constatado seu óbito.

Com ele foi encontrado um aparelho celular, uma carteira com seis trouxinhas de substância análoga a cocaína, além de um revólver com cinco munições intactas e uma deflagrada.

Segundo envolvido no crime morto

No dia 9 de setembro do ano passado, um outro envolvido na morte do PM Valdir Antunes de Oliveira, foi morto pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. Ele foi identificado como Weslei Galvani, e tinha 38 anos.

O caso aconteceu no fim da tarde, quando equipes realizavam rondas na BR-260, em Campo Grande, na altura do trevo da saída para Sidrolândia. A equipe de moto patrulhamento avistou dois homens em uma motocicleta, e notou que um deles tentava esconder algo na cintura, enquanto cobria o rosto para evitar identificação. A ação suspeita motivou a abordagem.

O piloto do veículo obedeceu a ordem e se deitou no chão. Já o garupa, tentou reagir e foi morto, como descreveu o BPMChoque em nota divulgada na época.

"O garupa, no entanto, demorou a obedecer às ordens e, ao se dirigir em direção a uma área de mata, tentou sacar uma arma. Foi ordenado que ele levantasse as mãos, mas ele desconsiderou a ordem e continuou tentando sacar a arma com a intenção de agredir a equipe policial. Diante da ameaça iminente e injusta, foi necessário disparar contra o garupa, atingindo-o", diz nota.

O homem foi desarmado, socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Campo Grande, onde foi atendido pelo médico de plantão, que constatou o óbito.

Foram apreendidos com ele uma arma taurus 9 milímetros e um carregador contendo 8 cartuchos intactos.

Envolvido em morte de PM

Segundo o Batalhão de Choque, os dois homens citados na reportagem integravam o trio envolvido no assalto que resultou na morte do soldado da Polícia Militar, Valdir Antunes de Oliveira, de 37 anos.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, Valdir foi baleado na manhã do dia 23 de julho de 2014, durante um assalto a uma loja de materiais de construção localizada no Jardim Oliveira, em Campo Grande.

Os três rapazes invadiram a loja, que pertencia à família do soldado, e renderam uma funcionária e a esposa do PM, que estava com uma criança de colo. Eles colocaram as vítimas dentro de um banheiro, enquanto pegavam o dinheiro do caixa.

O policial chegou ao local, e foi recebido com um tiro. Os criminosos fugiram, levando R$ 200 em dinheiro, a arma do policial e o celular de um cliente.

Valdir chegou a ser socorrido e foi encaminhado para o Hospital Regional, porém não resistiu aos ferimentos e morreu.

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