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Vereadores cogitam CPI, mas Carlão diz que prefeita dará fim a contracheque oculto

Denúnacia do Correio do Estado mostrou o pagamento de jetons e outras verbas por fora a secretários municipais da Capital

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A denúncia publicada pelo jornal Correio do Estado de que servidores do primeiro escalão da Prefeitura de Campo Grande tiveram altos rendimentos e têm folha de pagamento oculta não disponibilizada no Portal da Transparência causou revolta entre os vereadores na última sessão do ano da Câmara Municipal. 

Em conversa com a reportagem, o presidente da Casa de Leis, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, revelou que a prefeita Adriane Lopes (Patriota) lhe garantiu que pretende acabar com a “farra” dos “contracheques” até o fim deste ano.

Já os demais vereadores cogitam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em fevereiro de 2023, quando termina o recesso parlamentar de fim de ano, para apurar o fato de secretários municipais terem mais de R$ 34 mil por mês como ganhos extras. 

De acordo com a reportagem do Correio do Estado, um integrante do primeiro escalão da prefeitura da Capital ganhou, somente em novembro, mais de R$ 54 mil, quando somados os contracheques oficial e oculto, com a justificativa de que o “gordo” vencimento seria pagamento de “jetons” e “encargos especiais”.

Segundo disse o presidente Carlão à reportagem, os secretários municipais estariam ganhando esse “excedente” nos seus vencimentos mensais por conta da realização de reuniões, sendo um valor para cada reunião. 

“Eles vão fazendo as reuniões e o salário vai aumentando, tipo um jeton mesmo. No entanto, a prefeita me garantiu que agora neste mês de dezembro vai acabar isso e os secretários terão de se contentar com o salário oficial. Essa é uma maneira que ela tem para fazer gestão pública e, por isso, a partir de 31 de dezembro deste ano, os secretários não vão receber essa gratificação”, assegurou.

Ele completou que o secretário que não aceitar a determinação da prefeita Adriane Lopes pode pedir exoneração do cargo. 

“Na minha avaliação, é uma boa iniciativa da prefeita, e tem de fazer isso mesmo, porque, se for pagar um jeton por cada reunião realizada, a prefeitura não vai conseguir ficar no azul. A Câmara Municipal acabou com o pagamento por sessão extraordinária faz tempo, e os secretários municipais já tem um bom salário e não precisam ganhar um complemento por reunião realizada. Isso é fria, e a prefeita me garantiu que vai acabar com isso. Ela fazendo isso e diminuindo o número de professores cedidos, vai conseguir melhorar o salário dos professores”, analisou.

COBRANÇA

Por outro lado, muitos dos demais vereadores são favoráveis à criação de uma CPI para apurar o caso, que consideram absurdo, tendo em vista que a prefeitura diz não ter dinheiro para dar reajuste aos professores e a outros servidores. 

O vereador Marcos Tabosa (PDT) usou a tribuna para criticar os altos salários, denunciados pelo Correio do Estado, e afirmou que há cerca de sete meses vem denunciando que o Portal da Transparência não é transparente.

“A gente tem que se aprofundar nos supersalários, a gente não tem direito de acessar holerite dos servidores, então só por meio de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] para investigar e chegar ao fundo”, disse o parlamentar, completando que muitos servidores ganham menos de um salário mínimo, enquanto outros têm supersalários. 

“Aos professores falta caixa, né? A prefeita Adriane Lopes é conivente com essa situação, porque há seis anos ela sabe que tem folha extra, que ninguém sabia que era oculta”, acrescentou.

Marcos Tabosa ainda reforçou que, na retomada dos trabalhos, em fevereiro de 2023, já vai entrar com o pedido de criação da CPI, aproveitando o período de recesso para coletar assinaturas de apoio. 

O vereador André Luis (Rede) também disse ser favorável à instauração de uma CPI, mas foi enfático ao afirmar que o caso também deve ser investigado pela polícia.

“Isso é caso de polícia, tem que fazer comunicação, boletim de ocorrência. Isso é criminoso, é um crime contra o patrimônio público administrativo. Isso aqui é muito grave e pode dar cassação da prefeita”, completou.

Ele afirmou também que espera que haja uma explicação para o caso ou que seja engano, pois a prefeitura já disse por diversas vezes que não tem dinheiro para pagar reajuste aos professores e aos profissionais de saúde. 

“Ela está rompendo a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Orçamentária Anual não tem previsão de aumento para ninguém, então não tem nem previsão de aumento. Eu vou pessoalmente fazer um ofício à Secretaria de Finanças pedindo explicação sobre isso e, a partir disso, nós vamos tomar as providências cabíveis”, salientou.

O vereador Júnior Coringa (PSD) também disse que tem de apresentar uma proposta de investigação para o próximo ano, além de propor que qualquer folha extra seja colocada no Portal da Transparência. 

“Até porque tem um teto, que é o [salário] da prefeita”, explicou.

O vereador Dr. Jamal (MDB) garantiu que vai atrás de mais informações sobre o assunto e vai checar a denúncia para tomar as medidas “dentro da lei”, mas também defendeu uma CPI para investigação.


Já Betinho (Republicanos) afirmou que a questão do secretariado é uma prerrogativa do Executivo.

“A Câmara pode pedir investigação sobre isso, mas, por se tratar de uma prerrogativa do Executivo, ela tem liberdade de fazer ou não”. 

O parlamentar Professor Riverton (PSD) disse que tomou conhecimento do caso pela reportagem do Correio do Estado e que cada vereador pode pedir esclarecimentos, ainda mais em casos que superam o teto, mas que ele acredita que a prefeita tem responsabilidade e é o momento para “fazer uma revitalização na gestão, no secretariado e ajustar as contas”.

Coronel Alírio Villasanti (União Brasil) avaliou como absurdos os supersalários dos secretários.

“É um absurdo, porque nós temos, dentro da estrutura da prefeitura, servidores que ganham menos de um salário mínimo, não está pagando adicional de insalubridade, não está pagando aumento dos professores, adicional para o pessoal da guarda”, comentou, afirmando que vai se aprofundar na denúncia para cobrar providências da prefeita e propor investigação na Câmara Municipal.

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) disse ter sido surpreendido com a denúncia e que também vai se inteirar do que está acontecendo e ouvir a Secretaria de Finanças para depois ver as medidas a serem pedidas, como abertura de CPI ou outra investigação. 

“Vamos ver com a nossa bancada, vamos ver o que está acontecendo, eu acredito que toda e qualquer denúncia deve ser investigada”, assegurou.

Já o parlamentar Professor Juari (PSDB) disse que a Câmara não tinha conhecimento, pois os chamados pagamentos extras não aparecem no Portal da Transparência, mas que, se proceder, “é um absurdo”. 

“Agora justifica o porquê de não ter dinheiro para pagar os professores. Enquanto o professor em início de carreira ganha R$ 3,3 mil, um servidor da prefeitura ganha R$ 50 mil. Quantos professores pagaria com o salário de um servidor desse?”, questionou.

Ele afirmou também que a CPI é a última instância, e que primeiro os parlamentares devem cobrar explicações da prefeitura e do secretário de Governo por meio de requerimentos. 

Líder da prefeita na Câmara, Beto Avelar (PSD) se limitou a dizer que desconhece a existência de supersalários. (Colaborou Glaucea Vaccari)

Saiba: - Atualmente, o teto do serviço público no Brasil é de R$ 39,2 mil, valor que equivale ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os encargos especiais e jetons pagos pela Prefeitura de Campo Grande aos funcionários de primeiro escalão não são limitados pelo teto, embora a matéria seja controversa.

A maioria dos julgados no Poder Judiciário considera jetons e encargos especiais como complemento de renda, e não como verba indenizatória, e, por isso, esses valores deveriam ser alcançados pelo teto do funcionalismo.

Mais: sobre eles deveria incidir Imposto de Renda, o que não ocorre no caso do secretariado de Campo Grande.

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Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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