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MÚSICA

Agronejo: Ana Castela defende estilo que mistura modão com funk e batidas de DJs

Cantora se apresenta em Paranaíba na sexta-feira e diz sentir falta da terra natal, Sete Quedas, na fronteira com o Paraguai

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A cantora Ana Castela parece ser a protagonista real de um legítimo conto de fadas em que, no lugar de um príncipe encantado, surge repentinamente o primeiro lugar nas paradas de sucesso das plataformas musicais. Quer ver?

Era uma vez uma garota de 17 anos que adorava a vida na roça e sonhava em se tornar dentista. Ela gostava muito de cantar. Participava de um coral de igreja, chamado Coração de Maria, todo quarto fim de semana de cada mês. 

E também costumava soltar a voz a qualquer hora do dia, no vai e vem da tão acolhedora rotina do campo, mesmo que estivesse andando de bicicleta, de moto ou de cavalo.

Foi, justamente, durante um galope, musicado com a sua própria voz, nas cercanias de Sete Quedas (MS), a 470 quilômetros de Campo Grande, que a vida virou de ponta-cabeça para Ana Flávia Castela, mais conhecida apenas como Ana Castela.

SETE QUEDAS

“Eu sempre morei em Sete Quedas. Vivia entre a cidade e a fazenda dos meus avós, no Paraguai. Foi uma infância feliz, no meio do campo, junto com a minha família, uma das coisas que mais gosto”, diz a cantora, que, após o show em Campo Grande, em 24 de junho, volta a se apresentar no Estado nesta sexta-feira, quando subirá ao palco em Paranaíba.

“Cresci ouvindo música sertaneja com a minha família. Minha mãe sempre gostou de música e cantava por hobby. Gostava de cantar Paula Fernandes, gosta até hoje”, conta Ana, deixando escapar uma risada. Sobre o Coração de Maria, ela afirma: “Acho que ali comecei a aprender mais sobre música”.  

Nascida na vizinha Amambai, em 16 de novembro de 2003, a cantora, que atingiu o topo da parada do Spotify no mês de julho, após o seu mais recente – e maior – sucesso, “Pipoco”, aparecer em uma live de Kim Kardashian, não perde uma oportunidade de reforçar o vínculo de origem com Sete Quedas, na fronteira com o Paraguai.

Ana Castela até começou a frequentar, em Dourados (MS), uma graduação em Odontologia. Mas mal sabia que, em pouco tempo, ganharia dinheiro com a própria boca, e não cuidando das dos outros. 

Com a pandemia, a futura agropopstar precisou, como todo mundo, se recolher e retomou o cotidiano rural. Passou a publicar, nas redes sociais, vídeos de covers – de rap acústico, feminejo e pop good vibes – que cantava à capela.

AGROPLAY

Um dia, o cantor Rodolfo Alessi, da dupla Fabinho & Rodolfo, assistiu uma das postagens de Ana no YouTube e se interessou. A jovem intérprete cantava “Mastiga Abelha”, sucesso na voz do também sul-mato-grossense Loubet.

A essa altura, Alessi já pilotava o selo musical Agroplay, em parceria com Raphael, uma das metades da dupla Leo & Raphael, que lançou hits como “Os Menino da Pecuária” e “Agro É Top”.

 Para a história ficar ainda mais cor-de-rosa, Alessi, por acaso mesmo, acaba descobrindo que Ana Castela é filha de uma amiga de Sete Quedas.

Em fevereiro do ano passado, ainda com aparelho nos dentes e espinhas no rosto, estava no ar “Boiadeira”, que ela gravou com o DJ Lucas Beat, descortinando, ou ao menos jogando luzes, sobre uma fronteira musical ainda não explorada no universo da música sertaneja – a sonoridade eletrônica e o baticum das pistas, de modo geral, mas com destaque para o funk carioca.

“Eu cresci entre a fronteira do Brasil com o Paraguai. A fazenda dos meus avós fica a 30 quilômetros de Sete Quedas. Então, conheci um pouco da cultura paraguaia, das músicas, das comidas. Mas eu amo mesmo a mistura de estilos do nosso Brasil”, diz Ana Castela.

AS CANÇÕES

“‘Boiadeira’ é uma música de composição do meu empresário, o Rodolfo. Ele é amigo da minha mãe e foi ele quem me convidou para gravar essa música. Ele quem me deu esse presente”, reconhece Ana.

“‘Pipoco’ é uma composição que eu assino, feita em parceira com DJ Chris no Beat e que contou com a participação da Melody. Tem a versão rural, mas tem a parte divertida e a pegada do funk”, segue a jovem artista. “São duas importantes canções da minha carreira. ‘Boiadeira’ foi a minha primeira música, a que inclusive me deixou conhecida como Boiadeira, e ‘Pipoco’ foi a música que fez o Brasil conhecer Ana Castela”, resume.

TUDO DE REPENTE

Anunciada como a ponteira de uma nova comitiva da música sertaneja, que canta o orgulho do agronegócio e mistura o modão bruto com batidas eletrônicas, a jovem estrela que, como muitas garotas do mundo agro, curte laço comprido, três tambores e outras competições com cavalos, abre o jogo sobre o que sente diante de tanto sucesso. 

Somente no Instagram, são mais de 2,8 milhões de seguidores. E o número de shows mensais, desde julho, varia de 27 a 29 apresentações.

“Ainda não caiu minha ficha. Aconteceu tudo muito rápido, foi tudo de repente. A música no top 1, a quantidade de shows, a repercussão do meu trabalho. Ainda não tô conseguindo assimilar bem, não”, conta a artista, em meio aos sorrisos que só aumentam o seu carisma.

PLAYSTATION

Ana vive atualmente em Londrina (PR), base do Agroplay e de toda uma cena de músicos, técnicos e outros profissionais que fazem da cidade uma espécie de Liverpool – terra dos Beatles – do agronejo. 

“Hoje em dia, não consigo nem ficar em casa [mais risos]. E quando estou em casa, gosto de dormir. Não dá tempo de fazer mais nada”, diverte-se a garota, que até outro dia dedicava-se com afinco a maratonas no PlayStation 5.

“Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Ganhei reconhecimento, sou muito feliz por tudo que a música tem me proporcionado. Em compensação, não tenho tempo de sair com meus amigos nem ir até a fazenda dos meus avós com frequência. Sinto muita falta de lá”, confessa Ana Castela. Seus avós paternos deixaram Assis (SP), com os filhos, quando o pai da artista tinha apenas oito anos de idade.

ASSÉDIO

Apesar do pouco tempo de carreira, Ana considera “normal” situações de assédio ou abordagens mais inusitadas por parte dos fãs. 

“Dou um jeitinho de sair dessas situações e levo tudo de boa”, despacha a Boiadeira, que vê a participação na Festa do Peão de Barretos, em agosto, como um divisor de águas. “Cantar para uma multidão, na maior festa do peão do Brasil, estar no palco onde já passaram meus ídolos. Eu nem consigo explicar o que senti naquele dia. Surreal, incrível”.

FAZENDINHA SESSIONS

O repórter a questiona sobre a relação da agromusic com o agronegócio, que já começou a investir no segmento musical e em outros desdobramentos do que poderá ser uma nova onda maior do que se imagina. Por exemplo, será lançado amanhã o longa “Sistema Bruto”, de Gui Pereira.

Com Marisa Orth e Jackson Antunes no elenco, além de Bruna Viola, um dos nomes precursores do novo modão, o filme não se utiliza de leis de incentivo fiscal e conta com o aporte financeiro de mais de 30 empresas do setor.

“O agro é tudo. É o que a gente come, é o que a gente compra no mercado. E é nesse cenário tão forte e tão brasileiro que a gente canta as nossas músicas e vem trazendo esse novo estilo que a gente chama de agronejo”, defende a musa agro, que promete para “logo logo” mais novidades. “Músicas novas, parcerias. Espero que todo mundo goste. É a Boiadeira, bebê”. Por enquanto, já estão bombando as faixas do projeto “Fazendinha Sessions”.

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Bem-estar B+: Rotina de cuidados noturnos: como renovar a pele enquanto dorme

Especialista dá dicas de como restaurar e prevenir os sinais do tempo

15/03/2025 15h00

Bem-estar B+: Rotina de cuidados noturnos: como renovar a pele enquanto dorme

Bem-estar B+: Rotina de cuidados noturnos: como renovar a pele enquanto dorme Foto: Divulgação

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Uma rotina de cuidados noturnos com a pele é essencial para promover a renovação celular e prevenir os sinais de envelhecimento. À noite, a pele entra em um processo de regeneração natural, momento perfeito para potencializar os cuidados com ativos específicos.

Em conversa com a Dra. Paula Colpas1, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e consultora da TheraSkin®, conta que, durante a noite, a produção de colágeno aumenta, e a pele fica mais receptiva aos tratamentos.

“Estudos apontam que 70% da regeneração celular ocorre enquanto dormimos, o que reforça a importância de produtos noturnos com ingredientes que auxiliam no combate ao envelhecimento e na renovação celular”, complementa.

Uma rotina adqueda

A médica ainda destaca que seguir uma rotina noturna adequada pode fazer toda a diferença na saúde e aparência da pele ao longo do tempo. Para potencializar esses cuidados, Dra. Paula recomenda algumas etapas essenciais que devem ser seguidas diariamente. Desde uma limpeza profunda até o uso de produtos específicos para tratar os sinais da idade, cada passo contribui para a eficácia do tratamento noturno.

Confira abaixo as principais dicas da especialista para transformar a rotina de cuidados:

1. Limpeza

A rotina de cuidados noturnos começa com a remoção de impurezas, maquiagem, poluição e oleosidade acumulada ao longo do dia. Uma limpeza eficaz é essencial para preparar a pele, garantindo uma melhor absorção dos produtos aplicados em seguida.

O ideal é utilizar um gel ou espuma de limpeza suave, sempre compatível com o tipo de pele. O rosto, colo e pescoço devem ser massageados com movimentos circulares, e o enxágue deve ser feito com água morna ou fria para evitar o ressecamento.

2. Hidratação

Durante a noite, a pele está mais receptiva à hidratação, tornando-se o momento ideal para aplicar produtos que promovem uma profunda umectação.

Usar um bom hidratante é essencial para restaurar a barreira cutânea, prevenindo o ressecamento e mantendo a pele macia e suave. Escolha fórmulas que contenham ingredientes como ácido hialurônico, glicerina ou ceramidas, que ajudam a reter a umidade e a promover uma aparência saudável.

3. Tratamento

A noite é também o momento perfeito para tratamentos intensivos. Aplicar produtos com ativos anti-idade e concentrados, como retinol, peptídeos ou antioxidantes, pode potencializar a regeneração celular.

Esses produtos ajudam a tratar rugas, manchas e sinais de cansaço, promovendo uma pele mais firme e uniforme ao acordar. A combinação de hidratação e tratamento garante que a pele esteja otimizada para a renovação, maximizando os resultados dos cuidados noturnos.

4. Cuidados com a área dos olhos

A pele ao redor dos olhos é mais delicada e requer cuidados especiais. Cremes específicos para essa região podem auxiliar na redução de olheiras, linhas finas e inchaço. A aplicação deve ser feita com leves batidinhas, preferencialmente com o dedo anelar, para evitar pressão excessiva.

5. Hidratação labial

Hidratar os lábios antes de dormir é um passo que não deve ser esquecido. O uso de um balm hidratante impede o ressecamento e garante lábios macios e saudáveis.

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Cinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de Neve

A tentativa de filmar Branca de Neve tem sido quase uma obsessão em Hollywood nas últimas décadas.

15/03/2025 13h30

Cinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de Neve

Cinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de Neve Foto: Divulgação Disney

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A poucos anos do primeiro longa de animação da Disney completar 90 anos (em 2027), o clássico Branca de Neve e os Sete Anões volta às telas, pela primeira vez em 'live action'.

E mais do que um sonho, certamente o estúdio já o considera um pesadelo, ainda maior do que a má experiência de A Pequena Sereia.

Parte do problema que cerca as recentes adaptações da Disney de contos de fadas clássicos e filmes de animação, levando alguns a rotulá-los como "problemáticos" envolvem o retrato da sociedade atual, em perpétuo conflito de gerações radicalizado por redes sociais. Eles vão desde a representação cultural e sensibilidade à nostalgia.

Não é de hoje que a Disney é criticada por apropriação cultural ou deturpação, mas agora a interferência comercial faz com que tudo fique mais delicado.

Por exemplo, tanto A Pequena Sereia, originalmente inspirada no conto dinamarquês de Hans Christian Andersen, quanto Branca de Neve, por sua vez baseada em um conto de fadas alemão dos Irmãos Grimm, podem não capturar ou respeitar totalmente as nuances culturais das histórias, especialmente quando reinterpretadas para o público moderno.

As heroínas dos desenhos clássicos eram princesas ou jovens em perigo, 'salvas' pelo príncipe com quem casavam e "eram felizes para sempre". Todas com grande habilidade doméstica, doçura e instinto maternal aguçado.

Bem diferente dos valores de uma geração movida por uma nova onda de feminismo e equidade. Por isso as representações de protagonistas femininas têm sido calorosamente debatidas, com críticos argumentando que essas personagens, particularmente em suas formas originais, muitas vezes incorporam papéis de gênero ultrapassados ou narrativas problemáticas sobre amor e resgate.
 

Cinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de NeveCinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de Neve - Divulgação Disney

Em A Pequena Sereia, Ariel sacrifica sua voz e independência pelo amor romântico, enquanto Branca de Neve é frequentemente retratada como passiva, dependente de outros para resgate. O público moderno está desafiando essas representações, exigindo personagens femininas mais fortes e empoderadas que desafiem os tradicionais tropos de donzelas em perigo.

As tentativas de modernizar essas histórias, levaram a Disney a fazer mudanças consideráveis nas histórias de fundo, motivos e enredos dos personagens e nem sempre acerta o alvo e é acusada de inconsistência e desvio de narrativas amadas.

Outro exemplo está nas representações de antagonistas, frequentemente enfatizadas nos filmes da Disney, que em adaptações como Malévola ganhou outro contexto e as complexidades da vilania são exploradas, mas os críticos argumentam que tais representações podem diluir a eficácia das histórias tradicionais, tornando-as menos sobre as distinções claras entre o bem e o mal.

No caso específico de Branca de Neve há outro "problema": o elenco. A a atriz Rachel Zegler tem uma voz inegavelmente potente e linda, porém é de origem colombiana e polonesa, com uma cor de pele bem latina e distinta do que se encaixaria numa princesa "branca como a neve".

Além disso, vocal em suas posições políticas e feministas, seus comentários sobre o clássico só contribuiram para uma rejeição assustadora em alto volume. Nem a beleza de Gal Gadot como a Rainha Má aplacou as reclamações dela também no papel. Racismo claro, e uma dor de cabeça. O filme está em produção há mais de três anos e ninguém espera um grande sucesso.

E vamos combinar, que a tentativa de filmar Branca de Neve tem sido quase uma obsessão em Hollywood nas últimas décadas. Kristen Stewart foi a princesa no longa Branca de Neve e o Caçador, que fez uma releitura mais sombria e voltada para a ação do conto clássico, contando com Charlize Theron como a Rainha Má, enfatizando temas de empoderamento e aventura.

E há também a adaptação cômica Espelho, Espelho Meu que contou com Julia Roberts como a Rainha Má e Lily Collins como Branca de Neve, numa versão mais lúdica da história. Ambos não foram exatamente sucesso de crítica. Por que então já antecipar o pior da Disney?

Cinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de NeveCinema B+: Desafios da Disney na Nova Versão de Branca de Neve - Divulgação Disney

O retorno de Branca de Neve e os Sete Anões às telas em formato live action se insere em uma linha tênue entre o desejo de inovar e o risco de desvirtuar um clássico que, por décadas, tem sido um ícone da Disney. A tentativa de adaptar histórias com mais de 80 anos para o público atual, que exige mais diversidade, complexidade e empoderamento, entra em conflito com a essência das narrativas originais.

Porém, o dilema maior parece ser o descompasso entre a modernização das mensagens e o desejo de manter a magia que fez esses contos imortais. A Disney tenta equilibrar inovação e tradição, mas muitas vezes suas escolhas são vistas como apressadas ou forçadas, e não há garantias de que o público aceitará essas novas versões.

O futuro de filmes como esse parece incerto, e é difícil prever se a nostalgia e a crítica contemporânea poderão coexistir de forma satisfatória. A questão que fica é: será que a Disney, com seus grandes investimentos, será capaz de satisfazer uma geração em busca de algo novo, sem perder a essência que fez de Branca de Neve um marco no cinema?

Em tempo: a crítica do filme virá semana que vem.

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