Sob a regência do Oito de Espadas, podemos ser tomados por dúvidas internas, sentimentos de impotência e indecisão. Este arcano alerta para os perigos da autossabotagem e dos pensamentos limitantes.
Dúvida sobre si mesmo
Como muitas cartas do naipe de Espadas, o Oito nos lembra que a mente pode ser tanto uma aliada quanto uma inimiga. Neste arcano, vemos uma de suas manifestações mais desafiadoras: a insegurança paralisante.
A imagem tradicional da carta é forte: uma figura com os olhos vendados, mãos amarradas, cercada por espadas afiadas. À primeira vista, parece uma situação sem saída. Assim como na carta do Diabo, há aqui uma sensação de aprisionamento — mas, neste caso, o cárcere é mental.
Cada espada representa um pensamento limitante, um medo, uma dúvida. A muralha que impede o movimento não é concreta, mas simbólica — construída por narrativas internas que nos convencem de que não somos capazes, de que é melhor não tentar.
São defesas psíquicas criadas, muitas vezes, por experiências difíceis que nos ensinaram a nos manter pequenos.
Quando penso em medos e inseguranças, a carta da Lua é a primeira que me vem à mente — mas o receio trazido pelo Oito de Espadas é bem diferente. A Lua representa ilusões, incertezas, desconfianças e medos inconscientes.
Ela sugere a necessidade de encarar a sombra, revelar verdades ocultas e confiar na própria intuição para superar os obstáculos. Já o Oito de Espadas fala de limitações autoimpostas, aprisionamento mental e da sensação de estar preso a pensamentos negativos e medos concretos.
A figura retratada sente-se aprisionada, incapaz de agir ou seguir adiante. Mas o Oito de Espadas, apesar da angústia que provoca, é também um espelho. Ele reflete ilusões que podem ser desfeitas — e nos encoraja a retomar o poder sobre nossas escolhas.
Embora seja uma carta sensível, o Oito de Espadas traz uma mensagem firme: você tem opções, mesmo que agora não consiga vê-las. A prisão não é tão intransponível quanto parece. Com coragem e autorresponsabilidade, é possível encontrar uma brecha, um caminho. Esta carta pede que você reformule a maneira como enxerga sua situação — não como um beco sem saída, mas como um ponto de virada.
Oito de espadas - DivulgaçãoOito de Espadas – Prisão Mental e Autossabotagem
No Tarô, o Oito de Espadas representa um estado de aprisionamento psicológico, em que nos sentimos encurralados por crenças limitantes ou medos internos. A sensação é de impotência e isolamento — como se não houvesse saída.
Embora as circunstâncias pareçam restritivas, grande parte dessas limitações nasce da própria mente, alimentada por inseguranças e temores. Essa carta nos convida a refletir sobre onde estamos nos limitando e a reconhecer que temos o poder de romper essas barreiras mentais.
Ciclo de vitimização:
Você pode se ver como vítima, ignorando conselhos e acreditando que nada vai funcionar. Esse comportamento afasta os que querem ajudar, o que aprofunda ainda mais a solidão e o desespero.
Paralisia e medo:
O medo — do fracasso, do julgamento, da mudança — pode ser tão grande que leva à paralisia total. Isso cria um ciclo vicioso de negatividade e autossabotagem. Embora os outros vejam soluções, quem está nessa posição pode se sentir cego, confuso ou emocionalmente esgotado.
Relacionamentos e carreira:
A carta pode indicar relações sufocantes, abusivas ou situações profissionais em que a pessoa se sente presa e sem saída. Pode haver medo de agir por causa de dependência financeira, filhos, contratos, reputação ou vergonha. No entanto, a liberdade está ao alcance se houver coragem para dar o primeiro passo.
Caminho para a libertação:
A chave para sair dessa prisão está dentro de você. É preciso assumir responsabilidade, enfrentar um problema por vez e abandonar a postura passiva ou de vítima. A ação, por menor que seja, quebra as correntes da paralisia. Buscar apoio, pensar com clareza e abandonar o papel de vítima são passos essenciais para a cura.
O Oito de Espadas também pode apontar para estados de ansiedade ou outras questões relacionadas à saúde mental. Neste caso, a carta não ignora o sofrimento, mas sugere que talvez seja hora de buscar apoio: terapias, práticas de autocuidado ou pessoas que possam ajudar a clarear o caminho.
Pergunte a si mesmo:
– Quais limites estou criando ao meu redor?
– Onde o medo ou a insegurança me impedem de agir?
– Em que momentos digo “eu não consigo”, antes mesmo de tentar?
Este arcano convida à reflexão, mas também à ação. Enfrentar o medo e dar o primeiro passo, por menor que seja, pode ser profundamente libertador.
Assim como a carta do Diabo, esta carta mostra o lado sombrio da psique — mas, ao fazê-lo, lembra que a libertação é possível. Você tem a chave. E a jornada de volta para si mesmo começa quando levanta os olhos e escolhe, com firmeza e compaixão, dar um novo passo.
Ao confrontar essas questões, você pode começar a identificar as áreas onde está se autoimpondo limitações e trabalhar para superá-las.
Escreva a legenda aquiOito de Espadas e os Céus da Semana: Superar Limites, Iluminar Caminhos e Assumir o Próprio Poder
A penúltima semana de maio chega com convites profundos à libertação. Reforçando o que já disse, o Oito de Espadas apresenta uma figura vendada e cercada por espadas, aparentando estar presa. Contudo, esse cerco é simbólico: os obstáculos são mais mentais do que reais. A carta fala de condicionamentos, medos e crenças limitantes — e do potencial para superá-los quando reconhecemos que a chave da mudança está dentro de nós.
Essa energia se conecta intensamente ao céu astrológico desta semana, especialmente ao desta terça (20), quando o Sol entra no signo de Gêmeos, dando início a uma temporada marcada por movimento, trocas e novas perspectivas.
Gêmeos é o signo da multiplicidade, da curiosidade e da comunicação. Mas para que essas qualidades floresçam, talvez seja necessário antes reconhecer onde ainda estamos presos a padrões antigos de pensamento, a dúvidas que paralisam ou a narrativas internas que nos diminuem.
Este arcano indica um período em que você pode se sentir mentalmente bloqueado ou preso. Ele simboliza sentimentos de restrição e impotência — muitas vezes autoimpostos —, sugerindo que os obstáculos percebidos podem ser superados com uma mudança de perspectiva.
Lembre-se: temos o poder de transformar nossa realidade. Ao encarar os medos e desafiar as próprias inseguranças, abrimos caminho para a liberdade e o crescimento.
Sol em Gêmeos: Arejar a Mente, Romper Travas
Com o Sol em Gêmeos, ganhamos clareza e agilidade mental para desatar os nós criados por dentro. Como no Oito de Espadas, o primeiro passo para a liberdade é perceber que há escolhas possíveis — e que o movimento começa com a decisão de enxergar. A entrada do Sol nesse signo favorece conversas esclarecedoras, estudos, descobertas e deslocamentos — não apenas no mundo externo, mas principalmente nas estruturas internas que precisam de luz.
Essa fase nos convida a questionar certezas, desmontar julgamentos rígidos, abrir a escuta e permitir que novas ideias ressignifiquem antigos impasses. As espadas que cercam a figura no Tarô são também ferramentas: com consciência, elas podem cortar laços obsoletos em vez de manter amarras.
O Primeiro Decanato de Gêmeos é representado pelo Oito de Espadas
Um aspecto curioso: geminianos que nascem nos dez primeiros dias do signo — comumente associados ao Oito de Espadas — são considerados os mais “puros”: comunicativos, curiosos, mentalmente ágeis, versáteis e inquietos.
No entanto, esse decanato também carrega o desafio de romper com ciclos negativos de tristeza e melancolia — o pior já passou.
O Oito de Espadas frequentemente aponta a dificuldade de assumir responsabilidade pela própria situação. Em vez de agir, tende-se a esperar pelo socorro alheio. Mas, na maioria das vezes, o problema em que você se encontra foi criado — consciente ou inconscientemente — por você mesmo.
Sim, podemos ser levados a armadilhas criadas por outros, mas somos nós que, depois, nos deixamos aprisionar nelas. Aqui há um chamado claro: libertar-se é não só possível, como necessário. Contudo, para isso, é preciso despertar os olhos — pois, muitas vezes, a verdadeira cegueira é aquela que vem de dentro.
Dicas para Superar os Desafios
Autoconhecimento: Reserve um tempo para refletir sobre seus pensamentos e sentimentos. A meditação ou a escrita podem ajudar a esclarecer onde você está se sentindo preso.
Comunicação: Compartilhe seus sentimentos com alguém de confiança. Às vezes, falar sobre nossos medos pode diminuir seu poder sobre nós.
Ação: Identifique pequenos passos que você pode dar para sair da situação atual. Mesmo ações simples podem criar impulso e levar a mudanças significativas.
Saturno em Áries: O Compromisso com a Liberdade
E neste domingo (25), uma mudança importante acontece: Saturno entra em Áries. Este trânsito marca o início de um ciclo de responsabilidade sobre o próprio caminho. Saturno, o senhor do tempo e dos limites, ingressa no signo do impulso e da ação. A mensagem é clara: é hora de assumir as rédeas da própria vida.
Nesse contexto, o Oito de Espadas ganha uma nova camada de sentido. O que parecia prisão pode, na verdade, ser um chamado à autonomia. A responsabilidade saturnina não reprime o desejo ariano de agir — ela o estrutura. Mostra que a liberdade não vem da negação dos limites, mas da capacidade de usar esses limites como alicerces para decisões conscientes.
A Dança do Mês: Ver + Soltar + Estruturar
Com o Sol em Gêmeos e Saturno em Áries, este período pede que vejamos com clareza onde estamos nos limitando, para que possamos soltar o que já não serve — e, então, construir um caminho com mais propósito.
O Oito de Espadas não é uma sentença: é um espelho. Ele reflete o momento em que percebemos que a venda nos olhos pode ser retirada, e que as saídas estão mais próximas do que pensamos.
Em resumo: o Oito de Espadas não fala de limitações, mas de coragem interior. É sobre romper a prisão das próprias crenças, nomear os medos, pedir ajuda quando necessário — e seguir adiante, com leveza na mente e firmeza nos passos.
O céu se abre, mas a verdadeira travessia começa dentro de nós.
“Clamei ao Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores.” (Salmo 34:4)
Uma ótima semana e muita luz,
Ana Cristina Paixão