Economia

EFEITO COVID

No Estado, 3% dos bares e restaurantes fecharam as portas durante a pandemia

Empresários afetados pela pandemia já planejam a abertura de novos empreendimentos na Capital

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Os empreendimentos que funcionam durante o período noturno foram os que ficaram fechados por mais tempo durante a pandemia da Covid-19.

 Com o toque de recolher, bares e restaurantes permaneceram fechados por mais tempo do que outros comércios. 

Levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MS) aponta que 3% das empresas do setor de alimentação foram extintas durante a pandemia.  

Empresários de Campo Grande que fecharam as portas durante a pandemia já planejam novos empreendimentos. 

Com seis anos de existência, o restaurante de comida japonesa Hot n’ Rolls anunciou em agosto o encerramento das atividades.  

“A pandemia foi como um divisor de águas para nós. Sempre tivemos como propósito trazer o melhor da gastronomia japonesa, com produtos de primeira linha e profissionais requisitados. Com a pandemia, muita coisa mudou, inclusive o consumo das pessoas. Foi aí que percebemos que a proposta do Hot n’ Rolls não fazia tanto sentido como antes, há seis anos, quando inauguramos em Campo Grande. Por isso resolvemos trazer uma nova proposta para a região”, contou o proprietário Gustavo No.

O empresário explica que deve abrir um novo empreendimento, ainda voltado à culinária japonesa, em dezembro, mas já estão atendendo por delivery. Segundo ele, as expectativas são muito positivas para o pós-pandemia. “Iremos reabrir com uma nova proposta. O No Don será um noodles bar, que nada mais é do que um bar, mas trazendo o Ramen [um tipo de macarrão] como especialidade. Esse tipo de local é bem comum em Nova York e no Japão. Queríamos inovar e trazer algo diferente para a região. Algo que vá além do sushi, que já se popularizou bastante. Por enquanto, estamos atendendo apenas por delivery, pois estamos reformando o local, que será temático. Além do Ramen, o maior enfoque serão os drinks, finger foods e também atrações surpresas. Nossa expectativa é abrir o espaço físico em dezembro”, afirmou Gustavo No ao Correio do Estado.  

Um dos bares mais tradicionais da Capital, o Twist encerrou as atividades ainda em abril. Há 17 anos de portas abertas, o empreendimento foi desativado para evitar o endividamento.

De acordo com o empresário Maurício Wanderley, os custos para manter o local eram muito altos, por isso ele decidiu encerrar as atividades em abril, segundo mês da pandemia no Estado.

“Fechei porque achei que não era viável me endividar, afinal, os gastos continuariam vindo e não sabemos até quando vamos ficar com essa incerteza, apesar dessa falsa aparência de que está tudo bem a pandemia não acabou”, destacou o empresário.

Wanderley explica que ainda não tem certeza sobre os planos para o futuro, mas deve abrir um negócio voltado a outro setor. “Não pretendo voltar com o Twist. Estou pensando em abrir alguma coisa durante o dia, mas nada certo ainda”, ressaltou.

Segmento

O presidente da Abrasel-MS, Juliano Wertheimer, afirma que o cenário só não foi pior, com o fechamento de mais empresas, por causa da atuação conjunta entre empresários e o poder público. E ainda com a possibilidade de suspender ou reduzir jornada e salários, medida decretada pelo governo federal para preservar empregos.  

“Desde que a pandemia se iniciou, a Abrasel-MS vem atuando para evitar o fechamento total do setor. Em Campo Grande, as negociações com a prefeitura foram fundamentais, pois a entidade mostrou as necessidades do setor e a gestão municipal compreendeu a importância de tomar medidas de segurança para enfrentar a pandemia, mas que ao mesmo tempo não fechassem os estabelecimentos por completo, preservando negócios e empregos”, explicou o presidente, que ainda destacou a Medida Provisória nº 936/2020, que foi transformada na Lei nº 14.020/2020 em julho.

“Outra importante medida foi a MP 936, pois, com a suspensão e a redução das jornadas de trabalho, muitos estabelecimentos evitaram as demissões em massa, e é preciso ressaltar que o governo federal prorrogou novamente, o que dará novo fôlego para as empresas”, explicou.

Conforme dados do Ministério da Economia, em Mato Grosso do Sul, foram firmados 106,5 mil acordos, sendo 47.482 suspensões de contrato; 22.688 reduções de 50% na carga horária e nos salários; 20.516 acordos com a redução de 70% das horas e do salário; e 14.353 firmaram redução de 25%.

Ainda conforme a Abrasel-MS, o número de postos de trabalho no setor caiu 13,7%. No período de janeiro até outubro de 2020, foram admitidos 4.010 trabalhadores, enquanto 5.982 foram demitidos, restando um saldo negativo de 1.972 vagas.

Wertheimer considera o saldo negativo reflexo da crise causada pela pandemia. “Durante o pico da pandemia, apesar de Campo Grande ser a única capital do País em que os restaurantes não fecharam totalmente, muitas empresas precisaram reduzir seu quadro de funcionários para diminuir as despesas e sobreviver a este período”.

Economia

Caged registra criação de 132,7 mil postos de trabalho em outubro

Mês teve recuo, mas saldo do ano passa de 2 milhões de vagas criadas

27/11/2024 21h00

Foto: Agência Brasil

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A criação de emprego formal caiu em outubro. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, 132.714 postos de trabalho com carteira assinada foram abertos no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

Em relação aos meses de outubro, o volume é o menor desde 2020, quando se iniciou a metodologia atual do Caged. A geração de empregos caiu 30,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em outubro de 2023, tinham sido criados 190.366 postos de trabalho, nos dados com ajuste, que consideram declarações entregues em atraso pelos empregadores.

Em entrevista coletiva, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que os juros altos contribuíram para a desaceleração na abertura de vagas.

“Espero que a transição do Banco Central venha a ajudar isso no tempo. Creio que o Banco Central não foi colaborativo nesse período de analisar completamente os indicadores macroeconômicos e ajudar nas decisões para a gente não perder o ritmo de crescimento. Houve uma desaceleração [na criação de empregos]”, disse o ministro.

Saldo acumulado

Nos dez primeiros meses do ano, foram abertas 2.117.473 vagas. Esse resultado é 18,6% mais alto que no mesmo período do ano passado. A comparação considera os dados com ajustes, quando o Ministério do Trabalho registra declarações entregues fora do prazo pelos empregadores e retifica os dados de meses anteriores.

O resultado acumulado é o maior desde 2022, quando tinham sido criados 2.341.665 postos de trabalho de janeiro a outubro. A mudança da metodologia do Caged não torna possível a comparação com anos anteriores a 2020.

Setores

Na divisão por ramos de atividade, três dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais em outubro. A estatística foi liderada pelos serviços, com a abertura de 71.217 postos, seguidos pelo comércio, com 44.297 postos a mais. Em terceiro lugar, vem pela indústria (de transformação, de extração e de outros tipos), com a criação de 23.729 postos de trabalho.

O nível de emprego diminuiu na construção civil, com o fechamento de 767 postos. Com a pressão pelo fim da safra de vários produtos, a agropecuária eliminou 5.757 vagas no mês passado.

Destaques


Nos serviços, a criação de empregos foi puxada pelo segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com a abertura de 41.646 postos formais. A categoria de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais abriu 10.698 vagas.

Na indústria, o destaque positivo ficou com a indústria de transformação, que contratou 23.800 trabalhadores a mais do que demitiu. Em segundo lugar, ficou o segmento de eletricidade e gás, que abriu 124 vagas.

As estatísticas do Caged apresentadas a partir 2020 não detalham as contratações e demissões por segmentos do comércio. A série histórica anterior separava os dados do comércio atacadista e varejista.

Regiões
Todas as cinco regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em outubro. O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 65.458 postos a mais, seguido pelo Sul, com 34.372 postos. Em seguida, vem o Nordeste, com 18.345 postos. O Norte abriu 7.349 postos de trabalho, e o Centro-Oeste criou 4.457 vagas formais no mês passado, tendo o menor desempenho por causa do fim da safra.

Na divisão por unidades da Federação, 24 das 27 registraram saldo positivo. Os destaques na criação de empregos foram São Paulo (+47.255 postos); Rio Grande do Sul (+14.115), em recuperação após as fortes enchentes que atingiram o estado; e Rio de Janeiro (+10.731). Os três estados que fecharam vagas foram Bahia (-579 postos), Mato Grosso (-172) e Goiás (-45).

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Economia

Pacote de cortes de gastos abordará supersalários e grandes fortunas

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho adiantou pontos das medidas

27/11/2024 20h00

Pacote de cortes de gastos abordará supersalários e grandes fortunas

Pacote de cortes de gastos abordará supersalários e grandes fortunas Agência Brasil

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O pacote de corte de gastos a ser anunciado nesta quarta-feira (27) pelo governo federal abordará supersalários no serviço público e imposto sobre grandes fortunas, disse há pouco o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Em entrevista coletiva para explicar a criação de 132,7 mil postos de trabalho em outubro, o ministro adiantou alguns pontos das medidas.

“Supersalários, imposto para super-ricos, vem tudo aí. Pacote completo”, disse Marinho. Perguntado se o pacote também envolve aumento de correção na tabela do Imposto de Renda, o ministro simplesmente disse: “Tudo”, sem entrar em detalhes.

Em relação ao seguro-desemprego, Marinho declarou que não haverá mudança de regra. Segundo o ministro, a ideia chegou a ser discutida no pacote, mas não avançou.

“Não há mudança de regra para o seguro-desemprego, por exemplo, mas vamos aguardar os detalhes. Se não eu vou furar o olho do colega [ministro da Fazenda, Fernando Haddad]. [O pacote] será muito diferente do que estava sendo desenhado até então”, disse. Em relação ao abono, Marinho nem confirmou nem negou alterações.

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Marinho confirmou que o pacote a ser anunciado às 20h30, em cadeia de rádio e TV, pelo ministro Haddad será detalhado nesta quinta-feira (28) em entrevista coletiva. Há um mês, o governo tenta enviar medidas de corte de gastos obrigatórios que impeçam, até 2027, o estouro do limite das despesas do arcabouço fiscal. Em vigor desde o ano passado, o marco fiscal restringe o crescimento real (acima da inflação) das despesas do governo a 70% do crescimento real das receitas, limitado a 2,5% acima da inflação por ano.

Debates

Em outubro, Marinho chegou a anunciar que pediria demissão se o Ministério do Trabalho não fosse ouvido na elaboração do pacote. Nesta quarta-feira, o ministro disse ter mudado de opinião porque conseguiu botar as “impressões digitais” nas medidas.

“Eu disse [em outubro] que, se não fosse ouvido, eu pediria demissão. Mas fui envolvido. Participei do debate. Hoje Haddad fará o pronunciamento. Amanhã serão anunciados os detalhes. Lá tem as minhas digitais nos debates lá colocados”, declarou.

Outras medidas

Na segunda-feira (25), Haddad confirmou que o pacote também trará medidas para reformar a previdência dos militares, reformular o Vale Gás e limitar os supersalários no funcionalismo público federal.

Na entrevista de hoje, Marinho disse que o pacote de corte de gastos é necessário para ajustar o ritmo de crescimento dos gastos ao das receitas. “A PEC [proposta de emenda à Constituição] da Transição resolveu um problema herdado do governo anterior e resolveu que a economia funcionasse por dois anos. Agora é preciso ajustar a velocidade de despesas com receitas. No ano passado, o Congresso não aprovou todo o desejado [pelo governo]”, declarou.

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