Economia

Levantamento

PIB da indústria, construção e comércio segue abaixo do nível de 2014

O nível de produção da manufatura brasileira está cerca de 15% abaixo do pico da série histórica

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Três setores representativos da economia brasileira e que se destacaram nos governos anteriores do PT ainda seguem produzindo abaixo do verificado em 2014, quando o país entrou em uma das maiores recessões da sua história: indústria manufatureira, comércio e construção.

Essas atividades eram responsáveis por 33% do valor adicionado ao PIB (Produto Interno Bruto) no início da década passada. Nos últimos três anos, essa participação ficou em 29%.

Nas Contas Nacionais do IBGE, a indústria manufatureira e a construção estão dentro do grande setor industrial, junto com o segmento extrativista e atividades como eletricidade, água e esgoto. Já o comércio é contabilizado como parte do grupo serviços.

O nível de produção da manufatura brasileira está cerca de 15% abaixo do pico da série histórica, que foi alcançado em 2013. O declínio do setor, portanto, começou antes da recessão de 2014-2016.

A construção e o comércio tiveram seus picos no início de 2014. A primeira ainda está mais de 20% abaixo daquele patamar. O segundo mantém uma defasagem de 5%.

Esses resultados contrastam com o comportamento da agropecuária, setor que mais cresceu desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1995, e foi também o primeiro a se recuperar da recessão. Os serviços como um todo tiveram sua trajetória de recuperação adiada por causa da pandemia, mas voltaram ao patamar pré-crise no segundo semestre de 2022.

Construção

Entre os três setores que ainda não voltaram, a construção é a que sofreu a maior perda de participação no PIB na história recente, de 6,4% em 2013 para 3,3% em 2021. A crise fiscal que resultou em cortes em programas de investimentos e de habitação popular inviabilizou a manutenção do alto nível de produção do setor alcançado há uma década.

José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), afirma que o Brasil tem hoje grandes projetos de infraestrutura em andamento, mas que demoram para dar resultado, e obras que demandam baixos recursos, como construção de praças e asfaltamento de avenidas.

"Falta investimento na coisa média. A estrada que dá acesso à Dutra, a vicinal, a ponte, o conjunto habitacional", afirma Martins. "Para isso, precisa voltar a ter investimento público. Mas não adianta ter investimento público sem responsabilidade fiscal."

Nos últimos dois anos, o setor cresceu o dobro do PIB. Pode crescer o triplo em 2023, segundo projeção da entidade. Martins diz que o setor chegou a 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada no pico. As vagas caíram para 2 milhões no momento mais agudo e agora estão em 2,5 milhões.

Indústria

Outro segmento ainda sem perspectiva de voltar ao pico é a indústria de transformação ou manufatureira, que chegou a representar mais de 20% do PIB brasileiro na década de 1970. Em 1980, foi iniciado um processo de desindustrialização que reduziu essa participação praticamente pela metade.

Um trabalho dos economistas André Nassif e Paulo Morceiro mostra que essa desindustrialização não é uma tendência mundial.

A taxa de crescimento do valor adicionado pelo setor caiu na década passada no Brasil, mas avançou na média das economias mais representativas, resultado puxado pelos emergentes China e Índia. Em alguns países desenvolvidos, como EUA e Japão, ela ficou praticamente estável.
"O Brasil é um caso particular. A participação da indústria de transformação no PIB mundial não tem uma trajetória de queda. Está relativamente estável. Se você exclui a China, tem uma redução muito pequena.

Não há um processo [global] de desindustrialização", afirma Rafael Cagnin, economista do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Ele afirma que outros países que também tiveram uma rápida desindustrialização, como Reino Unido e Austrália, já haviam alcançado um alto nível de desenvolvimento antes que isso ocorresse. Não é o caso do Brasil.

Naquelas duas economias, a indústria encolheu, mas se tornou mais intensiva em tecnologia e com mais capacidade de agregação de valor. "O Brasil tem o pior caso de desindustrialização prematura. Um processo dos mais intensos do mundo, que ocorreu antes de o país enriquecer e que efetuou os setores mais intensivos tecnologicamente, que hoje são os que estão na base da indústria 4.0", diz o economista do IEDI.

Para ele, o governo eleito pode seguir os passos de outras economias que buscam a reindustrialização, o que passa por um Estado com capacidade de articulação e coordenação junto ao setor privado.

Comércio

O comércio é outro setor que tem demorado mais a se recuperar da recessão de 2014-2016, embora esteja próximo de alcançar o patamar da época. Desde 2012, tem um peso na economia que supera o da indústria de transformação –cerca de 14% do valor adicionado ao PIB e 20% de participação no grupo serviços como um todo.

A CNC (confederação nacional do comércio) estima que o setor deve fechar 2022 com crescimento próximo de 1,2%, praticamente o mesmo resultado dos dois anos anteriores, em um cenário de juros elevados e inflação ainda alta.

O valor é bem inferior ao desempenho do PIB brasileiro, cujo crescimento neste ano é estimado em 3,1% e deve ficar em 1,6% na média 2020-2022. Segundo a CNC, passados quase dois anos e meio desde o início da crise sanitária, o volume de vendas segue cerca de 1% acima do observado em fevereiro de 2020.

ECONOMIA

Fundos imobiliários estão "baratos", com pagamento de dividendos atrativo mas risco alto

Índice de fundos imobiliários, o Ifix, registra quedas mensais consecutivas desde setembro

08/02/2025 21h00

Ambiente tem impedido que os fundos cresçam, mas fica descartada possibilidade de crise generalizada e absoluta no setor.

Ambiente tem impedido que os fundos cresçam, mas fica descartada possibilidade de crise generalizada e absoluta no setor. Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Juros altos e a crise de credibilidade do governo brasileiro perante o mercado financeiro tem ferido as cotas dos fundos de investimentos imobiliários (FIIs).

O índice de fundos imobiliários, o Ifix, registra quedas mensais consecutivas desde setembro. Em 2024, o indicador teve queda de quase 6%. Só em janeiro, a baixa foi de 3,07%. Nos primeiros dias de fevereiro, o indicador acumula perdas de 0,83% (até quinta-feira, 6).

Embora negativo, o atual cenário traz a vantagem de aumentar a taxa dos dividendos (DY, na sigla em inglês). Na média de todos os fundos listados no Ifix, o dividendo mensal representa cerca de 15% do valor das cotas atualmente, segundo levantamento da Suno.

Os investidores poderiam ver o momento atual como um ponto de entrada neste mercado, mas a conjuntura macroeconômica tem drenado todo o dinheiro para a renda fixa, avalia Martim Fass, líder da área de investimentos imobiliários da Daycoval Asset Management.

O ambiente tem impedido que os fundos cresçam, mas Fass descarta a possibilidade de uma crise generalizada e absoluta no setor.

"A indústria é perene, os imóveis estão lá. Nada vai acabar", diz o executivo. O cenário microeconômico, inclusive, apresenta elementos positivos no segmento imobiliário.

"Os escritórios estão ocupados, a maioria das empresas já mandou funcionários voltarem do home office. Os shoppings estão com atividade e vacância baixa. Os galpões logísticos continuam bem ocupados", afirma Fass, mencionando alguns desses "elementos positivos".

O gatilho principal para um retorno dos FIIs a uma trajetória de valorização está na queda dos juros, sobretudo as taxas longas no mercado futuro.

"Não é necessário que o corte da Selic comece para os fundos se recuperarem. Só de ter uma projeção para a estabilização da taxa de juros em 2026, o mercado vai logo assumir outra cara", afirma Leonardo Garcia, especialista da Trix, plataforma ligada à gestora TRX.

Marcos Baroni, especialista em fundos imobiliários da Suno, aponta que a "falta de estômago" do investidor para os momentos de cotas negativas acaba sendo prejudicial.

Em janelas de cinco a seis anos, 70% do aumento de capital vem da evolução da cota patrimonial e 30% dos rendimentos de dividendos. Com o passar do tempo, por volta de 15 anos, a relação se inverte."

Está "barato"

Os fundos no geral estão com preços descontados, segundo os especialistas. Ou seja, o valor das cotas está aquém do valor patrimonial dos ativos dos fundos. O índice de preço por valor patrimonial (P/VP) médio está em 0,75 atualmente.

Este deságio tem como reflexo uma seca de captações para os FIIs E aqui mora um paradoxo, já que existem boas oportunidades de compra de ativos no mercado, mas os fundos não estão capitalizados para aproveitar.

Baroni aponta que uma das soluções encontradas é a "reciclagem" dos portfólios com a gestão ativa. Os gestores vendem os imóveis que detêm, distribuem o capital e compram novos ativos em que veem potencial. Há, ainda, em menor medida, os fundos que se alavancam para adquirir novos ativos.

Escritórios

Os fundos de tijolo com imóveis de primeira qualidade, como escritórios na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo, ou galpões logísticos na região metropolitana da capital paulista, estão conseguindo manter a entrega de altos dividendos, na visão de Garcia, da Trix.

Porém, diante de uma possível piora na conjuntura econômica, os fundos de escritórios podem se prejudicar. "Fora dos imóveis de maior qualidade, os fundos podem sofrer muito na mão dos inquilinos. Com maior incerteza, pode aumentar a vacância, e aí é preciso aceitar receber um aluguel mais baixo", pondera Garcia

O setor de lajes corporativas fica limitado pela dúvida dos empresários diante dos ciclos econômicos. Se os juros estão altos, há menos investimentos - uma empresa não mudará para um escritório maior, por exemplo. Mas se os juros estão baixos, o problema passa ser que logo eles terão que subir.

"Tem sido difícil encontrar um equilíbrio no segmento, ele precisa sempre de gatilhos para se afirmar", avalia Baroni, da Suno. Ele cita que os escritórios já representaram 60% do índice Ifix, mas hoje está em 7,5% da carteira teórica.

 

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loteria

Resultado da Lotofácil de hoje, concurso 3315, sábado (08/02)

A Lotofácil é uma das loterias mais populares no Brasil, com sorteios realizados seis vezes por semana, de segunda a sábado; veja números sorteados

08/02/2025 19h22

Confira o resultado da Lotofácil

Confira o resultado da Lotofácil Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 3315 da Lotofácil na noite deste sábado, 8 de fevereiro de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 5 milhões

Confira o resultado da Lotofácil de hoje!

Os números da Lotofácil 3315 são:

  • 06 - 08 - 21 - 17 - 04 - 07 - 25 - 14 - 24 - 18 - 03 - 02 - 11 - 09 - 12

O sorteio da Lotofácil é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 3316

Como a Lotofácil tem seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na segunda-feira, 10 de fevereiro, a partir das 20 horas, pelo concurso 3316. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Lotofácil é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 15 dente as 25 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Como apostar na Lotofácil

Os sorteios da Lotofácil são realizados diariamente, às segundas, terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador marca entre 15 e 20 números, dentre os 25 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 15 números, custa R$ 3,00.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com 15 dezenas, que custa R$ 3,00, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 3.268.760, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 211, ainda segundo a Caixa.

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