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Após transplante, campo-grandense se tornou atleta e vai correr na São Silvestre pela quarta vez

Quando descobriu a doença que afetava a medula, Carlos Rezende, precisou de doações de sangue por mais de um ano até conseguir o doador que salvou sua vida

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Muito se fala sobre a importância da doação de sangue e medula óssea, que os simples gestos podem salvar vidas. No caso do biomédico, Carlos Rezende, de 58 anos, as doações não só salvaram sua vida, como, ele firmou como missão, salvar outras vidas.

Após a recuperação da doença, se tornou atleta e neste sábado (31) vai participar pela quarta vez da 97ª Corrida Internacional de São Silvestre em São Paulo. 

Mas até chegar nesse momento, a vida de Carlos passou por muitas mudanças. 

O diagnóstico da doença foi recebido em setembro de 2015, quando Carlos descobriu que possuía Aplasia Medular Severa, que é de forma simplificada, o mal funcionamento da medula e que em seu caso, a cura era o transplante. 

No momento em que recebeu o diagnóstico, Carlos já vinha de uma caminhada de mais de 30 anos atuando em salas de aula, pois sua primeira formação foi em Biologia, e é desse período que é conhecido como Professor Carlão. 

“Por ser  professor há muito tempo, tive a graça de ter milhares de alunos. E quando fui internado eu precisava de sangue e acabou caindo nas redes sociais e recebi uma quantidade absurda de doações. E isso gerou em mim exatamente uma gratidão imensa, independentemente do que viria pela frente se iria concluir o processo com vida ou sem vida, o carinho imenso que me foi dado pelo  volume imenso de doação de sangue que recebi”, diz.

Desde quando soube da doença até o momento que recebeu o transplante, Carlos precisou de transfusões de sangue por mais de um ano, devido a medula não estar funcionando corretamente. 

“Eu fiquei 1 ano e 4 meses até a fazer meu transplante, entre o diagnóstico e o transplante. E nesse período tomava medicação, e as transfusões. Todo mês eu tinha que tomar uma, duas transfusões. A medula não estava funcionando bem, consequentemente produziu sangue em quantidade insuficiente. Literalmente eu precisei de ações contínuas para que eu pudesse manter a vida. Tiveram meses que foi mais difícil. Foi um ano de campanhas”. 

Mesmo nesse período de incertezas, sem saber quando poderia receber um transplante, criou forças e o projeto Sangue Bom surgiu como forma de ajuda para outras pessoas. 

“Quando estava no hospital eu fundei um projeto, falei naquele momento, que enquanto eu tivesse vida não sabia quanto que teria, mas vou dedicar, exatamente para as campanhas de doação de sangue, medula óssea e órgãos. Prometi que iria me informar, procurar mais informações sobre o assunto e me dedicar a isso”. 

Desde sua fundação, o Instituto Sangue Bom já soma mais de 1.800 ações, só neste ano, já foram realizadas 462 ações solidárias em prol de quem necessita de doações. Não há sede física e também não recebe doações em dinheiro. 

Além do projeto criado enquanto ainda havia incertezas, Carlos também iniciou o curso de Biomedicina, profissão que exerce atualmente.

“Voltei pra faculdade, fui cursar Biomedicina sem saber se estaria vivo pra concluir o curso. Continuei com as ações do projeto, tomando medicamentos, recebendo transfusões de sangue, até que um ano depois eu encontrei o doador compatível”.

O transplante foi realizado em novembro de 2016, no Hospital Amaral Carvalho, referência em transplante de medula óssea, localizado em Jaú, município de São Paulo. 

“E quando retornei após o transplante, em abril, transformei o projeto Sangue Bom em instituto, consegui concluir a biomedicina, hoje trabalho como biomédico. Tudo isso está voltado literalmente a agradecer, como gesto de gratidão lutando pra que mais pessoas tenham a mesma graça que eu”. 

Tempo depois do transplante, Carlos conheceu o seu doador, um jovem paranaense de 29 anos, com quem mantém uma amizade.

“Ganhei uma nova família, ganhei uma vida com qualidade graças a esse pequeno gesto que esse jovem fez ao se cadastrar como doador de medula óssea junto ao Redome, que é o controle dos doadores voluntários de medula no Brasil e salvou a minha vida”. 

Atualmente, o esporte também é ferramenta fundamental para Carlos. Depois da recuperação passou a fazer caminhadas e hoje participa de diversas maratonas pelo Brasil e também pelo mundo. Neste sábado (31) irá completar a sua quarta Corrida Internacional de São Silvestre, tradicional competição que acontece no último dia do ano em São Paulo.

“Melhorei minha qualidade de treino e acabei me tornando realmente um atleta transplantado. Fui incluído no time brasileiro de atletas transplantados, já conheci a Europa, conheci a América Latina, conheci os Estados Unidos, tudo a partir da doação e depois do meu transplante. Ano que vem já tem inscrição em seis meias maratona, uso o esporte como ferramenta, para levar a mensagem de amor, mostrando que a doação salva vidas e que o esporte pode promover uma qualidade de vida, seja a pessoa transplantada ou não”, conclui.

Carlos Rezende em uma das edições da São Silveste
Carlos Rezende em uma das edições da São Silvestre - Reprodução/Redes Sociais

Doações 

Com o final do ano e início do próximo, surge a preocupação com os bancos de sangue devido ao período em que as doações tendem a ficar mais críticas, com estoques baixos. 

São viagens, confraternizações, férias e dentre outras preocupações que dispor de um momento para ir até um centro de doação muitas vezes pode ficar de lado.

Para quem vê de perto essa realidade, entende que as pessoas precisam ter consciência da importância de que minutos do dia podem ajudar o próximo. 

“Toda época é importante. Mas nessa época que a gente fala muito de solidariedade. A gente precisa que as pessoas se doem e lembrem de salvar alguém, de salvar uma vida, desse ato de responsabilidade social, acho que isso é muito importante. Então assim tem dia que a gente fecha com 70 pessoas, a gente precisa ter umas 150 passando por aqui por dia”, disse Mayra Franceschi, gerente de relações-públicas do Hemosul.

Hemosul Coordenador, localizado na Av. Fernando Corrêa da Costa, 1304, Centro, estará com atendimento de segundo a sexta das 7h as 17h.

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Novo líder

Ivinhema vence Coxim fora de casa e assume a liderança do Estadual

Com 13 pontos ganhos, quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota, clube do interior segue isolado na ponta da competição,

09/02/2025 18h15

Clube assumiu a liderança da competição neste domingo

Clube assumiu a liderança da competição neste domingo Foto: Reprodução

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Com gols de Elieser e Douglas, o Ivinhema venceu o Coxim fora de casa por 2 a 0, em jogo válido pela 6ª rodada do Estadual e assumiu a liderança isolada do Campeonato Sul-Mato-Grossense. O gol que abriu o marcador saiu aos 7’ da etapa complementar, com Elieser.

O atacante recebeu de Wendel e colocou a bola no ângulo do goleiro Leonardo, que nada pôde fazer. Aos 43’, Thiaguinho foi derrubado dentro da área, pênalti assinalado por Ronan Machado e convertido por Douglas, que cobrou no canto esquerdo do goleiro.

Bem alinhado em campo, o clube comandado pelo técnico Douglas Ricardo manteve a postura ofensiva durante todo o confronto disputado no Estádio Municipal André Borges, com as principais oportunidades nos pés de Wendel, em lances de cruzamentos, faltas, jogadas de aproximação e tabelas.

Com 13 pontos ganhos, quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota, o clube do interior segue isolado na ponta da competição, destaque para Elieser, que além de anotar o gol da partida, possui três gols no certame. 

O artilheiro do “Azulão do Vale” também marcou no empate contra o Aquidauanense logo na 1ª rodada, além de balançar às redes na vitória por 2 a 0 diante do Águia Negra na última quarta-feira (5). Derrotado, o Coxim possui apenas um ponto em seis partidas e amarga a lanterna da competição.

Outros jogos 

Também neste domingo, em casa, o Costa Rica empatou contra o Pantanal SAF por 1 a 1. O gol do Crec foi marcado por Cleitinho, que aos 48’ do 1º tempo escorou o cruzamento de Valber. Na etapa final, Júnior marcou aos 28' e deixou tudo igual para o time campo-grandense.

Diante do seu torcedor, o Naviraiense empatou com o Operário, também por 1 a 1. O gol dos mandantes saiu com Gustavo, aos 10’ da etapa final, ao passo que Sampaio igualou para o Galo; partida disputada no Estádio Virotão.

No sábado (8), o Dourados venceu o Corumbaense por 1 a 0 fora de casa. O único gol da partida saiu aos 27’ do primeiro tempo, tento anotado por  João Marinho.

No início da noite, Águia Negra e Aquidauanense encerram a rodada, partida disputada no Ninho da Águia, em Rio Brilhante.  

Regulamento

Nesta fase da competição, todos os times se enfrentam. Os dois clubes que somarem mais pontos, avançam direto às semifinais, ao passo que os dois piores colocados serão rebaixados. Disputada em jogos eliminatórios, a segunda fase terá o 3º colocado contra o 6º, enquanto o 4º enfrentará o 5º na tabela.

Com o fechamento da rodada, Ivinhema assume a liderança com 13 pontos ganhos; na sequência aparecem Pantanal (2º) e Dourados (3°), ambos com 11. Operário (4º) e Costa Rica (5º) somam 10 pontos cada, enquanto o Corumbaense (6º) com oito, fecha a zona de classificação. 

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ESPORTES

Brasileiro 'preocupa' tenistas estrangeiros para o Rio Open

Maior torneio da América do Sul, que garantiu a presença do carioca de 18 anos na chave principal, terá a presença do dinamarquês Holger Rune, ex-número quatro do mundo, atual 14º

08/02/2025 23h00

Possível adversário dinamarquês reconhece que o possível rival no Jockey Club Brasileiro

Possível adversário dinamarquês reconhece que o possível rival no Jockey Club Brasileiro "vem jogando realmente muito bem". Reprodução/Arquivo Pessoal

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Bom desempenho do jovem João Fonseca no Aberto da Austrália já causa preocupação aos futuros rivais do brasileiro no Rio Open.

O maior torneio da América do Sul, que garantiu a presença do carioca de 18 anos na chave principal, terá a presença do dinamarquês Holger Rune, ex-número quatro do mundo e atual 14º do mundo.

Aos 21 anos, ele é da mesma geração do brasileiro e reconhece que o possível rival no Jockey Club Brasileiro "vem jogando realmente muito bem".

"Ele é um jovem tenista incrível. Eu o vi ser campeão do Next Gen Finals, ele está jogando realmente muito bem. Ele tem um futuro brilhante pela frente, com certeza. Vamos ver como ele vai se sair no Rio Open neste ano", disse o dinamarquês em entrevista ao Estadão.

Uma das apostas da organização do Rio Open, Rune fará sua estreia no torneio de nível ATP 500. Animado pelo retorno ao Brasil, o dinamarquês, acostumado com o frio nórdico, contou o que espera encontrar na competição carioca.

"Espero um pouco de calor, um grande público, muitos torcedores e uma ótima atmosfera", comentou, bem-humorado.

"Acredito que o Rio deve ser um ótimo lugar para conhecer, visitar e jogar. Não vejo a hora de jogar diante dos fãs de tênis do Brasil."

Parte da ansiedade se deve à oportunidade de jogar no saibro pela primeira vez neste ano, na capital fluminense. Foi na terra batida que Rune ganhou dois dos seus quatro títulos de nível ATP e obteve dois vice-campeonatos nos últimos anos. Na capital fluminense,

"Eu não tenho um piso favorito, mas com certeza gosto muito do saibro. É o tipo de jogo em que você precisa construir melhor os pontos, você pode usar vários recursos, como dropshots, slices. Eu gosto bastante. É um pouco diferente, mas eu amo", comentou.

Apesar da estreia no Rio Open, Rune já jogou em solo brasileiro, ainda na época de juvenil, em torneios em Porto Alegre e Criciúma (SC). "Quando eu estive no Brasil pela primeira vez, tive uma grande experiência", disse o tenista.

Desde então, a trajetória do dinamarquês deu uma guinada. Em 2022, ele passou a ser reconhecido no mundo do tênis. Foi quando levantou seus três primeiros troféus de nível ATP. O mais importante deles, o Masters 1000 de Paris, veio com vitória sobre o favorito Novak Djokovic na final, com direito a virada no placar.

"Desafiar esses tenistas é uma questão de confiança. É claro que você precisa estar jogando bem, mas uma vez que o jogo está lá, é preciso acreditar que você consegue. E é preciso lutar", conta o dinamarquês.

Em 2023, ele manteve o bom nível, com um título e dois vices em Masters 1000. Naquele ano, alcançou sua melhor posição no ranking, o quarto lugar. No entanto, não conseguiu se sustentar no Top 10. Ele reconheceu que a falta de maturidade pesou na queda de rendimento.

"Eu aprendi muita coisa (desde então), tive muitas experiências, com certeza. Estar na quarta posição do ranking me ensinou muito sobre o que é preciso para alcançar essa colocação. Foram aprendizados interessantes...", admitiu o jovem atleta à reportagem.

Em busca da reação no circuito, Rune contratou técnicos badalados, como Patrick Mouratoglou, ex-treinador de Serena Williams, a lenda Boris Becker e o suíço Severin Luthi, ex-técnico e amigo de Roger Federer. Curiosamente, Rune recuperou suas melhores performances ao retomar a parceria com o compatriota Lars Christensen, um dos responsáveis por sua guinada entre os profissionais.

 

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