A Stock Car desembarca nesta semana em Campo Grande para a realização da sexta etapa da temporada 2019 da categoria que neste ano completa 40 aniversários. E entre os 29 pilotos inscritos, três deles mostram uma tendência que começa a crescer cada vez mais no campeonato: o número de jovens pilotos.
Disputando freadas contra nomes como Cacá Bueno, Rubens Barrichello, Daniel Serra, Ricardo Maurício, Thiago Camilo e Átila Abreu, entre vários outros com experiência internacional e até mesmo passagens pela Fórmula 1 estão três pilotos que não eram sequer nascidos quando Ayrton Senna morreu, em 1994.
São eles Pedro Cardoso, brasiliense de 20 anos, Marcel Coletta, paulistano de 17, e o também paulista Gaetano di Mauro, de 22. Eles fazem sua primeira temporada completa na Stock Car e têm mostrado seu valor. Respectivamente pilotos das equipes Hot Car, Crown Racing e Full Time Bassani, eles correm juntos praticamente desde os tempos do kart e fazem parte de uma estatística interessante: um terço dos pilotos da categoria têm menos de 26 anos de idade.
“Quando a gente faz a estreia a ficha começa cair de onde você está. A primeira sensação é no briefing, que é a reunião dos pilotos com a direção de prova. Você olha para o lado e vê um Barrichello; do outro, um Cacá, e se vê cercado por feras. Aí você se liga no tamanho da briga em que se meteu”, diverte-se Pedro Cardoso, o único representante do Centro-Oeste entre os novatos – e que já provou conhecer os caminhos tortuosos da pista do Autódromo Internacional da capital sul-matogrossense.
Pedro venceu em Campo Grande no ano passado na Stock Light, que é a categoria de acesso à principal. “Gosto muito da pista, é divertida de guiar. Tem uma reta oposta bem longa com uma curva de alta velocidade no final, e algumas freadas bem fortes. O asfalto é bem severo com os pneus, e este é mais um fator entre tantos outros que temos de administrar durante o final de semana”, avaliou.
O brasiliense da Hot Car Competições conquistou na etapa passada, em Santa Cruz do Sul (RS), seus melhores resultados na Stock Car até aqui, com um 13º lugar na primeira corrida e uma nona posição na segunda, marcando seu primeiro top-10 do ano.
“Não é fácil. A qualidade do grid da Stock Car é altíssima, entre as maiores do mundo. Chegar aqui não foi nada fácil, e se manter é ainda mais difícil. Estamos lutando para provar o nosso valor contra caras muito mais experientes. Cada corrida é um aprendizado enorme”, diz o jovem de 20 anos, que destaca outro ponto fundamental proporcionado pelos 3.433 metros da pista de Campo Grande. “Como os pneus se desgastam muito rápido por causa do asfalto muito abrasivo, não dá para ficar errando. Na classificação, você tem de ser preciso e perfeito, porque se cometer um erro em sua volta rápida, você não consegue fazer outra porque os pneus já estarão muito gastos e o desempenho não vai ser o mesmo”, explica.
Quanto a estar no meio de tantas feras e ser parte de um novo grupo de pilotos alcançando a categoria-topo do automobilismo nacional, Pedro Cardoso faz um comparativo interessante. “Chega a ser engraçado, porque quando eu era criança e acompanhava a Stock Car tinha toda aquela brincadeira dos ‘dinossauros’, que eram o Ingo Hoffmann, o Paulo Gomes, o Chico Serra, e os ‘babyssauros’, que eram o Cacá Bueno, o Thiago Camilo, o Ricardo Maurício... Hoje esses caras são os dinossauros – que aceleram demais, diga-se -, e hoje assumimos essa posição por ser uma nova geração chegando”, conclui o jovem estreante da Hot Car Competições.