A finalização das obras de revitalização da Avenida Ernesto Geisel, que estão paralisadas desde 2021, ainda não tem previsão para começar. Mesmo com o governo do Estado tendo destinado R$ 9,1 milhões para que a relicitação seja feita, a Prefeitura de Campo Grande informou que o projeto está com a Caixa Econômica Federal, aguardando liberação.
Em dezembro do ano passado, o governo de MS anunciou um pacotão de R$ 59,6 milhões de repasses para destravar obras que estavam paradas na Capital. Entre os projetos escolhidos para serem retomados estavam as obras na avenida.
O valor complementaria os R$ 18,4 milhões restantes de saldo de convênio feito com o governo federal para a construção que ainda não tinham sido utilizados, já que a empresa responsável pela obra no trecho entre as ruas Santa Adélia e do Aquário, a Dreno Construções, desistiu do contrato porque, segundo a prefeitura, a demora na conclusão da obra e a pandemia da Covid-19 colaboraram para um aumento maior que o previsto dos materiais de construção, o que deixou o contrato, assinado em 2018, defasado.
Na época, a empresa ficou responsável por construir um paredão de contenção ao longo do Rio Anhanduí e por fazer a construção de bocas de lobo nas pistas marginais e de uma ciclovia na avenida.
A obra deveria ter sido concluída há pelo menos três anos, mas atrasos nos repasses por meio do governo federal deixaram a revitalização da avenida ainda mais demorada.
A licitação que escolheu as empresas data de 2018. Na época, conforme a publicação do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), a Gimma Engenharia executaria a revitalização na Ernesto Geisel entre a Rua Santa Adélia e a Abolição, com o custo de
R$ 13,1 milhões.
Esse valor sofreu uma alteração, e em 2020 teve aumento de R$ 627,7 mil, com o custo final deste lote da obra passando para R$ 13,7 milhões. Esse trecho foi o único a ser concluído, em 2021.
Os outros dois lotes, que vão da Rua da Abolição até a Bom Sucesso e da Bom Sucesso à Rua do Aquário, que seriam executados pela Dreno Engenharia, tiveram o valor de seus dois contratos reajustados em 2019. Um deles passou dos R$ 13,4 milhões iniciais para R$ 14,8 milhões, e outro passou de R$ 21,9 milhões para R$ 24,6 milhões.
Ao todo, a obra tinha previsão de custar R$ 57 milhões, dos quais R$ 47 milhões viriam do governo federal e outros R$ 10 milhões de contrapartida da prefeitura.
OUTRO TRECHO
Trechos problemáticos são característicos da Avenida Ernesto Geisel. Um deles tem causado maior preocupação para quem passa pela região, isso porque a erosão às margens do Rio Anhanduí já engoliu parte da pista localizada em frente ao Ginásio Poliesportivo Avelino dos Reis, o Guanandizão.
A única solução para a erosão, que existe desde 2009, seria uma obra de colocação de paredões, o que, inclusive, conteria o desabamento da pista.
Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a gestão está elaborando um projeto para recuperar o trecho entre a Rua do Aquário e a Avenida Manoel da Costa Lima, onde está localizada a cratera.
Estimativa feita no fim do ano passado pelo ex-titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, era de que o custo da obra seria de R$ 70 milhões, valor que a administração municipal alega não ter nos cofres públicos para destinar a essa obra.
Para isso, a gestão pretende buscar outra forma de financiamento, seja pelo governo federal ou por emendas parlamentares. Segundo o líder da bancada federal de Mato Grosso do Sul, deputado Vander Loubet (PT), certamente este será um dos projetos que os deputados e senadores devem discutir.
“Todas as demandas e reivindicações que recebemos do Estado e dos municípios serão colocadas na mesa para a bancada apreciar quando chegar a hora de fecharmos as emendas de bancada. Vai ser a partir dessa discussão que vão ser definidos os projetos que vamos atender. Com certeza esse projeto de Campo Grande vai estar na pauta para a bancada avaliar”, afirmou o deputado.
Outro parlamentar que também falou sobre o caso foi Beto Pereira (PSDB). Conforme o deputado federal, caso o município encaminhe um projeto contundente, ele deverá ser abraçado pela bancada.
“Se for realmente apresentado um projeto consistente, que apresente uma solução definitiva para o problema, a bancada com certeza se sensibilizará e aportará recursos”, declarou.
A reportagem tentou contato com outros membros da bancada federal de MS, mas eles não responderam até o fechamento desta matéria.
saiba
O Rio Anhanduí é o principal curso d’água de Campo Grande e é formado ao receber a água das bacias dos córregos Prosa e Segredo.
Ao longo dos anos, os problemas de assoreamento no leito do rio causaram destruição de barrancos, degradação ambiental e destruição do asfalto da Avenida Ernesto Geisel. A promessa de uma solução vem desde 2011.