Parceria do STF ressuscita balcão de emendas
A liberação das emendas parlamentares pode destravar a Comissão Mista de Orçamento, mas há um clima de indignação com a jogada ensaiada entre o governo Lula (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF), que brecou e agora libera o pagamento quando o governo precisa desse instrumento de coerção para garantir votos no esforço concentrado antes do recesso. Com o balcão de negócios restabelecido, o Congresso pode votar o Orçamento de 2025 somente após a liberação dessas emendas.
Lula passou a perna
Parlamentares não engoliram Lula ter sancionado regras para emendas, sem veto, e dias depois o amigo Flávio Dino impor ainda mais limites.
Congresso humilhado
Decisão de Dino condiciona as emendas à prévia elaboração de projeto pelo governo. Ou seja, só haverá emenda liberada se o governo quiser.
Prerrogativas cassadas
Ficou claro para deputados e senadores que decisões monocráticas do amigo e ex-ministro de Lula jogaram no lixo prerrogativas do Congresso.
Poder no diminutivo
Na Comissão Mista e no Congresso em geral cresce o sentimento de que o STF exorbita e se impõe ao Legislativo, em aliança com Lula.
‘Lula 3 mais parece Dilma 3’, diz Mendonça Filho
Ex-ministro da Educação, o deputado federal Mendonça Filho (União-PE) criticou o pacote tributário do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que substituiu o prometido corte de gastos. Em entrevista ao podcast Diário do Poder, o parlamentar disse que o “remédio” apresentado pela equipe de Lula (PT) não passa na verdade de “um placebo econômico”, isto é um falso remédio, até porque não corta na carne. “O governo Lula 3 está mais para Dilma 3”, comparou. “Governo inchado, perdulário”, avaliou.
Só aumenta
“Todas as medidas de Haddad e do governo foram para aumentar despesas” lamenta o deputado, “ninguém aguenta mais [tanto imposto].”
Ciência nunca viu
“As ciências econômicas desconhecem [as teses do ministro Fernando Haddad]”, lembrou Mendonça Filho, ex-ministro do governo Temer.
Não ajudou
Segundo o experiente parlamentar, “o pacote está errado” e boa parte da Câmara dos Deputados já faz essa mesma avaliação.
Sem perigo de dar certo
Quando um ministro tipo Rui Costa (Casa Civil) divulga a fantasia de que o dólar disparou para R$6,10 por culpa do feriado de Ação de Graças nos EUA, tem razão Rubens Ometto, da Cosan: “Estamos ferrados”.
Menos é mais?
O governo Lula (PT) foi às redes prometer “PIBão” em 2024, afirmou que o Produto Interno Brito do Brasil já cresceu 3,3% e já se prepara para anunciar “revisão na projeção”. A inflação está projetada em 4,7%.
Hipocrisia europeia
Plínio Valério (PSDB-AM) denuncia a hipocrisia de países europeus que pressionam pela manutenção do atraso e impedem a exploração de recursos na Amazônia: “Eles têm remorso”, critica o senador.
Já te vi
Será Fábio Shor quem vai ouvir o depoimento de Mauro Cid nesta quinta (5). O delegado federal é o mesmo que se queixa de “injúria” do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em investigação.
Fim de ano
Cláudio Castro (PL) vai virar o ano no posto de governador do Rio de Janeiro. O julgamento que o ameaça de cassação não entrou na pauta de dezembro do Tribunal Superior Eleitoral. Ficou para 2025.
O moroso sim
Alexandre de Moraes finalmente arrumou tempo para despachar sobre pedido de senadores que querem visitar o ex-deputado Daniel Silveira. A autorização até saiu, mas demorou quase três meses.
Difícil explicar
Nos Estados Unidos, a Califórnia ainda não terminou de contar os votos das diversas eleições, incluindo a presidencial, realizadas em 7 de novembro. Há condados ainda indefinidos no Estado.
Mudança
A CCJ do Senado aprecia nesta quarta (4) os nomes Marcello Terto e Silva e Ulisses Rabaneda dos Santos para compor o CNJ. O general do Exército Guido Amin Naves foi indicado para o STM.
Pensando bem...
...não teve estilingue na Coreia, ontem.
PODER SEM PUDOR
Memória seletiva
José Maria Alkimin, a mais célebre das “raposas políticas” mineiras, era secretário de Estado e foi ao interior inaugurar obras. Cometeu o erro de esquecer o deputado da região, que depois o procurou para se queixar: “O sr. foi à cidade onde sou majoritário e se esqueceu de me chamar...” O malandro arranjou uma desculpa em cima da bucha: “’Esqueceu’”, não! Não te chamei porque sabia que a cidade não tem um hotel digno de te hospedar!