Política

CAMPO GRANDE

Em regime de urgência, vereadores aprovam produtividade de médicos

Projeto vai a sanção do prefeito Marcos Trad

EDUARDO PENEDO

20/08/2019 - 15h13
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Os vereadores de Campo Grande aprovaram em regime de urgência o Projeto de Lei Complementar 642/19, do Executivo municipal, que estabelece metas de produtividade para médicos e em contrapartida flexibiliza a jornada de trabalho. O projeto foi aprovado nesta terça-feira (20) por unanimidade pelos vereadores.  

A proposta tem objetivo de aumentar o número de consultas ofertadas nas especialidades médicas disponibilizadas na rede própria do Município, de acordo com a carga horária dos profissionais médicos, com a possibilidade de flexibilização no cumprimento de jornada de trabalho dos servidores detentores do cargo de médico em exercício nas Redes de Atenção Especializada e Psicossocial. 

Conforme projeto de lei encaminhado pelo Executivo à Câmara Municipal, os profissionais não precisarão mais cumprir a carga horária de 20 horas semanais, prevista em contrato.  A proposta muda o sistema de trabalho dos profissionais, sendo adotado a sistemática de metas de atendimento.  Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), aproximadamente 30 mil pessoas aguardam na fila por consultas, exames e cirurgias em diversas especialidades, na rede pública de saúde de Campo Grande. 

Acordada na Justiça a partir da ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE), em 2016, a medida, além de ajudar reduzir as longas filas de pacientes que aguardam por uma consulta, será uma forma de aliviar o abismo entre o que é pago aos profissionais pelo município e o que é estabelecido como piso nacional. 

A decisão foi proferida pelo juiz David de Oliveira Gomes, em março deste ano, e foi acordada entre a prefeitura e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed).  

De acordo com o presidente do Sindmed, Flávio Freitas Barbosa, o piso nacional para 20 horas semanais é de R$ 14.800, no entanto, os médicos que atendem nesta carga horária, na rede municipal de Saúde recebem R$ 3.900. “A idéia é manter os médicos que têm sem fazer alterações de gasto ou custo e que esses profissionais passem a ser produtivos”.  

Na avaliação de Flávio, a medida pode atrair novos profissionais para atuar na Sesau, já que muitos não prestam serviço na rede pública por não considerarem rentável. Até o final do ano passado, a rede municipal de saúde tinha 930 médicos, sendo 60% contratados de forma temporária. Conforme a Sesau, o ideial seria 970 médicos.  

PROPOSTA 

Apesar de ter de atender a critérios qualitativos e quantitativos, os profissionais deverão cumprir pelo menos 50% da carga horária prevista para o respectivo cargo, de forma semanal ou diária, dependendo da unidade.  

Conforme a proposta do Executivo, “as metas quantitativas contemplarão, entre outros aspectos, o número de vagas ofertadas para consultas e exames, bem como a proporção a ser observada entre vagas de retorno e primeira consulta, devendo o agendamento ser realizado em dois blocos, com intervalo de uma hora entre cada bloco, para os profissionais com carga horária diária de quatro horas, e de uma hora e trinta minutos para aqueles que devam cumprir seis horas diárias”.  

As metas de produtividade serão objeto de reavaliação periódica, considerando, entre outros fatores, a variação do índice de absenteísmo nas consultas e exames.  

Questionada pela reportagem sobre o projeto, a prefeitura afirmou por meio de nota que só irá se manifestar após aprovação. 

FILAS  

Em maio deste ano, a promotora da 32°Promotoria de Justiça, Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, afirmou que aproximadamente 30 mil pessoas aguardavam na fila por consultas, exames e cirurgias em diversas especialidades, na rede pública de saúde de Campo Grande. 

 No entanto, a prefeitura afirma que depois disso realizou um mutirão e conseguiu reduzir a fila para 12 mil pessoas. 
Tramitam no MPE inquéritos instaurados para apurar a fila das cirurgias gerais - urologia, ginecologia, angiologia e otorrinolaringologia. 

Política

Dino cobra dados do governo sobre 'emendas Pix' destinadas a empresas do Perse

O ministro considerou que as informações apresentadas anteriormente estão incompletas e pediu complementação

24/03/2025 21h00

Agência Senado

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu prazo de 30 dias para que os ministérios do Turismo, da Fazenda e da Saúde apresentem informações sobre "emendas Pix" destinadas ao setor de eventos e ao Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro considerou que as informações apresentadas anteriormente estão incompletas e pediu a complementação.

No caso das pastas do Turismo e da Fazenda, Dino quer saber, por exemplo, quantas das 1219 "emendas Pix" cadastradas com a finalidade "Turismo" até 17 de março foram ou serão executadas por empresas contempladas pelo Programa Emergencial da Retomada do Setor de Eventos (Perse).

O ministro também cobrou se há, entre essas empresas, alguma que tenha sido multada ou desclassificada pela Receita Federal.

"A importância da apresentação de informações objetivas, precisas e completas sobre os itens questionados é reforçada com a publicação do relatório de acompanhamento do Perse pelo Ministério da Fazenda em novembro de 2024. Tal relatório indica um total de 11.877 empresas habilitadas no Perse, entre janeiro e setembro de 2024, e um volume de isenção fiscal na ordem de R$ 11,3 bilhões", ressaltou o ministro.

Em relação às emendas da Saúde, o ministro cobrou a apresentação de um procedimento para verificar se os repasses estão respeitando critérios técnicos definidos pelo gestor federal do SUS, conforme decisão já proferida no ano passado.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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pesquisa Ipsos-Ipec

Governo Lula 3 "patina" na economia e na segurança e avaliação cai ainda mais

O cientista político Tércio Albuquerque enxerga falta de habilidade política do presidente neste terceiro mandato no cargo

24/03/2025 08h00

Terceiro governo de Lula

Terceiro governo de Lula "patina" na economia e na segurança pública Foto: Divulgação

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Pesquisa Ipsos-Ipec – realizada entre os dias 7 e 11 e que ouviu 2 mil eleitores de 131 municípios no Brasil, tendo margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95% – apontou um aumento da avaliação negativa da população neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a economia e a segurança pública concentrando os maiores índices: 57% e 50%, respectivamente.

Na avaliação feita pelo cientista político Tércio Albuquerque ao Correio do Estado, o que é possível observar nessas pesquisas sobre o governo Lula 3 é uma queda generalizada da avaliação: “Esse desempenho negativo leva muito em conta a falta de habilidade política com que o Lula veio para o terceiro mandato”.

Para ele, nos mandatos anteriores, Lula era uma novidade e uma expectativa no momento em que todos queriam alguma coisa diferente.

“Na reeleição, ele já começou a pender para uma situação não tão favorável e, quando elegeu Dilma Rousseff, aí foi abaixo. Agora, se repete, mas em uma outra situação e em um outro cenário, pois havia uma expectativa positiva e ele até alcançou bons índices”, recordou.

Albuquerque completou que Lula não está com a mesma determinação política dos outros mandatos e está se deixando levar por grupos com interesses pessoais, e não com o bem do Brasil.

“Ele não tem uma posição clara quando assumiu na primeira ou na segunda vez. Essa situação de ficar no meio termo, nem direita nem esquerda, está levando ao descrédito total”, assegurou.

O cientista político ressaltou que Lula caminha para terminar o terceiro mandato como um governo pífio e com muita dificuldade de eleger um substituto, porque é evidente que ele não tem mais condição de concorrer.

“Há um momento em que o político precisa aprender que é hora de parar e o melhor momento, a ciência política fala sobre isso, é quando está no ápice”, disse. 

Na avaliação dele, as pesquisas mostram que estamos vendo a derrocada do governo Lula 3 e aí que se espera um levante de forças políticas que realmente pensem o Brasil. 

“O próximo presidente precisa trazer alguma novidade em termos de reestruturação do País para que a gente não caia em recessão continuada. Seria muito ruim se a gente não conseguisse alcançar um novo patamar em 2026”, falou.

CONTESTAÇÃO

A deputada federal Camila Jara (PT-MS) não vê da mesma forma e, mesmo reconhecendo que a avaliação dos eleitores está negativa em relação à percepção do governo Lula, disse que isso se estende às instituições como um todo. 

“Se você analisar a percepção desde dezembro, a avaliação é negativa para militares e outras instituições, inclusive até para a igreja evangélica. A gente tem uma diminuição na confiança nas instituições, um cenário muito parecido com o de 2013. Então, as insatisfações são generalizadas e é quase como uma crise de identidade da sociedade como um todo”, avaliou.

Ela prossegue, ressaltando que Lula tem de entender como dará as respostas à população, que hoje é um desafio dos Estados Unidos, da Alemanha e das democracias modernas.

“Chegou o momento decisivo, ou se encara os problemas e os resolve para a população ou vai continuar vivendo essas crises de instituições”, finalizou.

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