Política

Mato Grosso do Sul

Especialistas dizem que Riedel acertou em nomeações e terá poucos desafios políticos

Os cientistas políticos Tércio Albuquerque e Daniel Miranda acreditam que experiência de secretários vai ajudar novo governador

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O governador Eduardo Riedel (PSDB) iniciou para valer seu primeiro mandato, trazendo como principal senão a falta de experiência política para exercer o principal cargo do Poder Executivo de Mato Grosso do Sul.

No entanto, os cientistas políticos Daniel Miranda e Tércio Albuquerque, que foram ouvidos pela reportagem do Correio do Estado, não enxergam desta forma e acreditam que ele corrigiu essa possível falha quando escolheu os nomes para montar o secretariado.

Segundo Daniel Miranda, os governadores, não só Eduardo Riedel, têm à disposição um conjunto de recursos de poder que desequilibra o jogo para o lado deles em relação às Assembleias Legislativas.

“Se bem que elas não têm tanto poder assim com relação aos governadores, embora possam complicar a tramitação de propostas mais relevantes e assim por diante, podendo se constituir um embaraço. Além disso, começo de mandato, tradicionalmente, é um período de ‘lua de mel’, e o Riedel teve uma vitória, que, podemos dizer, foi surpreendente, se olharmos para o primeiro turno, mas não tão surpreendente quando olhamos para o segundo turno”, analisou.

Ele completa que, no segundo turno, o novo governador teve uma vitória muito sólida, o que deve ajudá-lo nas negociações políticas com a Casa de Leis nestes primeiros meses de mandato, quando tenta avançar com pautas mais importantes porque, do meio para o fim do mandato, a tendência é de que haja um maior desgaste, uma diminuição na popularidade.

“Imagino que o Riedel está apostando nessa força que o Poder Executivo tem diante do Poder Legislativo e, ao mesmo tempo, na conjuntura favorável do início do mandato para emplacar pessoas que julga serem competentes para avançar as pautas prioritárias ou pessoas ligadas às lideranças com as quais tenha alguma dívida política”, pontuou.

Não político

O cientista político ressaltou que, mesmo que o secretário de Estado não seja um político, no sentido de ter ocupado um cargo eletivo, dificilmente não está indicado para uma pasta sem ter alguma experiência política prévia, nem que seja de assessoria ou relações com outras lideranças políticas.

“Passando os olhos no secretariado do Riedel, tem até uma certa quantidade de pessoas com experiências políticas, como os ex-prefeitos Pedro Caravina e Hélio Peluffo, assim como outros nomes que são do mundo político e acostumados com negociações, dando um certo suporte à gestão do novo governador”, garantiu.

Daniel Miranda declarou que, apesar de não ter experiência como governador, Riedel tem experiência no Poder Executivo, pois foi secretário de Estado durante muitos anos, e isso conta a seu favor.

“Embora nunca tenha ocupado um cargo de liderança proeminente, não dá para dizer que é uma pessoa completamente inexperiente, inclusive do ponto de vista das negociações, pois ser secretário de Estado o obrigava a ter necessariamente algum tato político, negociando com vários atores da área na qual estava inserido”, avaliou.

Além disso, o cientista político declarou que não vê como potencial conflito as escolhas dos presidentes da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) por envolverem “raposas políticas”, pois elas não se tornaram figuras proeminentes na política por meio do confronto, muito pelo contrário, foi por meio da conciliação.

“Obviamente que essas ‘velhas raposas’ vão cobrar um preço pelo apoio à gestão de Riedel, mas acredito que o novo governador tem consciência disso e vai enxergar um potencial, embora tenha de abrir mão de um ou outro cargo para dar espaço a essas lideranças, mesmo que não seja no primeiro escalão do governo”, argumentou.

Cercado de políticos

Já Tércio Albuquerque reforçou que, apesar de não ter experiência política de mandato eletivo, Riedel tem uma convivência na gestão administrativa envolvida com os políticos.

“Na verdade, na montagem do secretariado, ele se cercou de políticos, basta verificar os nomes dos ex-prefeitos Pedro Caravina e Hélio Peluffo que vêm para compor o secretariado dele, trazendo a possibilidade de interlocução política com a Assembleia Legislativa”, pontuou.

Ele completou que outro ponto importante é que, ao designar para o seu período de mandato ex-participantes da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), Riedel mantém as ligações políticas que esses nomes já tinham nas suas respectivas áreas de atuação.

“O mesmo acontece no TCE-MS com a manutenção do conselheiro Jerson Domingos à frente da presidência da Corte de Contas, pois ele tem habilidade na área política”, analisou.

O cientista político argumentou que, no fim, o que se percebe é que não haverá grandes modificações, ou seja, Riedel não está preocupado exclusivamente com questões técnicas.

“Ele criou uma ligação política muito intensa com a Assembleia Legislativa e os demais órgãos do Poder Judiciário e do TCE-MS”, garantiu.

Reforma política

Na avaliação de Tércio Albuquerque, a existência das “velhas políticas” dando as cartas no jogo político de Mato Grosso do Sul e do Brasil é culpa da falta de uma reforma política, que se faz necessária para coibir a reeleição infinita no Poder Legislativo.

“Em razão disso, ficam os mesmos nomes ocupando os mesmos espaços por 30, 40 ou 50 anos, sem que tragam nada de novo ou abrindo oportunidades para novas lideranças nas câmaras municipais, nas assembleias legislativas, na Câmara dos Deputados e no Senado”, lamentou.

Para ele, o deputado estadual reeleito Londres Machado (PP) é um claro exemplo disso. “Atualmente, os nomes já conhecidos são mais beneficiados pelo Fundo Partidário e pela forma com que a legislação política nacional permite. Na minha opinião, enquanto não se restringir a apenas uma reeleição para os cargos do

Poder Legislativo, essa distorção criada na política não vai acabar nunca. Caso aconteça alguma reviravolta e o nome de Londres Machado seja escolhido novamente para a presidência da Assembleia Legislativa, será mais um retrocesso na nossa política”, declarou.

No entanto, o cientista político acredita que Riedel criou essa conexão por meio dos secretários de Estado que já estavam no meio político e, da mesma maneira, tirou Hélio Peluffo da prefeitura de uma cidade do porte de Ponta Porã para ocupar uma secretaria obviamente com pretensão de ser deputado estadual ou federal.

“Muita coisa precisa mudar para que realmente possamos sentir melhoras na política, pois, do jeito que está, o povo sempre vai sair perdendo quando temos essas mesmas situações. Enfim, não acredito que o Riedel terá muitos problemas políticos, pois já está articulado politicamente e vai continuar dentro da mesma estratégia do ex-governador Reinaldo Azambuja, sem nenhuma novidade que possa chamar a nossa atenção”, finalizou.

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"Sempre fui mais à direita"

Após 10 meses sem partido, deputado Lucas de Lima se filia ao PL

Filiação foi oficializada na manhã desta terça, no gabinete do parlamentar na Alems

05/02/2025 14h34

Filiação foi oficializada na manhã desta terça-feira, no gabinete do deputado

Filiação foi oficializada na manhã desta terça-feira, no gabinete do deputado Foto: Divulgação

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Sem partido desde abril do ano passado, período em que deixou o PDT, o deputado estadual Lucas de Lima oficializou sua ida ao Partido Liberal (PL) na manhã desta terça-feira (5).

A mudança foi acompanhada de perto pelos deputados Neno Razuk, João Henrique Catan e Coronel David, do mesmo partido, além de Aparecido “Tenente” Portela, presidente da sigla em MS.

Sobre a mudança, Lucas de Lima disse ao Correio do Estado que sempre foi alguém mais à direita, e que a escolha pelo PL foi feita junto de Coronel David.

“Sempre fui alguém mais à direita, conversei com o deputado Coronel David, e foi uma mudança muito positiva, porque agora formamos uma bancada”, disse Lucas de Lima.

“Estar sem partido é muito ruim, você fica sozinho. Estamos alinhados com as propostas do Governo do Estado, inclusive sabemos da vaga Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Assembleia”, complementou.

Cabe destacar que a cadeira era ocupada pela deputada Mara Caseiro (PSDB), que deixa o posto após dois anos. 

Reconduzidos

Também nesta manhã, os deputados Londres Machado (PP) e Pedrossian Neto (PSD) foram reconduzidos aos cargos de líder e vice-líder do governo, respectivamente.

A decisão foi comunicada durante a sessão desta quarta-feira (5), pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Gerson Claro (PP), que fez a leitura do ofício com a decisão do governador Eduardo Riedel (PSDB).


Desde 2024, ambos são encarregados de coordenar as ações do governo e encaminhar votações da bancada na Casa de Leis, além de articularem propostas de interesse do Estado.

“Estou convicto de que os parlamentares indicados desenvolverão, com competência e dinamismo, as atribuições que as funções requerem”, destacou o governador no ofício enviado à Mesa Diretora da Casa de Leis. As indicações devem ser publicadas no Diário Oficial da Alems.  
 

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ELEIÇÕES 2026

Liderança de Lula em pesquisa fortalece a pré-candidatura de Vander ao Senado

O deputado federal petista pretende disputar uma das duas cadeiras da Casa Alta em Mato Grosso do Sul no pleito do próximo ano

05/02/2025 08h00

O presidente Lula e o deputado federal Vander Loubet

O presidente Lula e o deputado federal Vander Loubet Foto: Ricardo Stucker/PR

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O resultado da pesquisa Genial/Quaest sobre intenções de votos para presidente da República divulgada na segunda-feira, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em todos os cenários para 2026, fortalece a pré-candidatura do deputado federal petista Vander Loubet ao Senado no próximo ano.

“Esse cenário de liderança do Lula nas pesquisas para 2026 é muito positivo para o nosso projeto de disputa para o Senado. Eu quero ser o candidato do Lula em Mato Grosso do Sul, e, por isso, é muito importante que ele chegue forte para a disputa da reeleição”, declarou o parlamentar ao Correio do Estado.

Vander Loubet, ainda em estrevista exclusiva à reportagem, ressaltou que, com tudo o que construiu nos seis mandatos como deputado federal pelo PT e com as relações edificadas nesse período com lideranças de outras legendas, é possível enxergar que seu nosso projeto para o Senado também ajudaria a trazer votos do centro para o presidente Lula.

“Ou seja, a reeleição do presidente Lula e minha disputa ao Senado se casam em termos de estratégia. E eu não tenho dúvida de que, sendo senador com o Lula reeleito, Mato Grosso do Sul só teria a ganhar. Seria muito positivo para os nossos 79 municípios e, ainda, para o setor produtivo estadual. Poderíamos garantir muito mais investimentos para o nosso estado”, projetou.

ANÁLISE

Com relação à preferência majoritária do eleitorado nos diversos cenários da sucessão nacional de 2026 pelo presidente Lula, o deputado federal pontuou que o petista bateu qualquer um de seus possíveis adversários graças a alguns fatores capitais, entre os quais, a confiança do povo.

Segundo Vander, além de o governo ter ao seu favor um conjunto de excelentes resultados na economia – entre os quais, a queda nos índices de desemprego, que caiu para 6,2% em 2024, menor patamar da série histórica iniciada em 2012 –, a população, de forma geral, faz a comparação entre o presidente e seus eventuais adversários para aferir qual é o mais confiável no cargo.

“É uma espécie de acareação que o povo faz, uma avaliação sobre quem acha que merece seu crédito para governar. E Lula está liderando todos os cenários de intenção de voto, apesar de sua rejeição ter crescido”, argumentou o parlamentar petista.

Ele afirmou que, apesar de levantamentos recentes apontarem que a rejeição ao presidente subiu para 49%, Lula consolidou sua posição de liderança nas consultas sobre intenção de voto.

FAKE NEWS

Para o congressista, a queda do desemprego e outros avanços na economia teriam um efeito bastante positivo na pesquisa, “não fosse o impacto das fake news disseminadas pelos adversários para atacar medidas do governo federal, como a mentira da taxação do Pix”. 

“Essas mentiras desgastaram o governo, mas o eleitorado não deixou que elas contaminassem algo muito íntimo, muito pessoal, que é a sua liberdade de escolher em quem confiar e porque confiar”, ponderou.

No entendimento dele, neste momento, o maior desgaste governamental com a opinião pública se concentra na figura do ministro da Economia, Fernando Haddad, que, a seu ver, vem escolhendo os caminhos mais seguros para enfrentar a pressão monetária e preservar a soberania brasileira, sem receio de optar por decisões nem sempre simpáticas, sobretudo para o mercado.

“Estamos em um cenário de muitas incertezas por conta do início do governo do Donald Trump nos Estados Unidos e o que tudo que isso pode acarretar para o mundo. Mas o Brasil vai atravessar bem esta fase, pois o nosso país é muito maior que as mentiras”, argumentou.

Ele acrescentou que a confiança em Lula não é gratuita nem esporádica.

“Ela é reflexo de mais de 50 anos de dedicação aos interesses nacionais, à democracia, à luta contra as injustiças e a pobreza. É uma confiança que não se quebra, e isso incomoda quem não a tem”, concluiu.

SAIBA

O levantamento estimulado da Quaest coloca Lula na frente de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ciro Gomes (PDT-PE), Pablo Marçal (PRTB-SP) e Gusttavo Lima (sem partido).

A margem de erro é de 1 ponto porcentual para mais ou para menos. Encomendada pela Genial Investimentos, a pesquisa ouviu 4,5 mil pessoas de 21 a 23 de janeiro e o nível de confiança é de 95%.

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