Política

rECONSTRUÇÃO

Marquinhos Trad deve assumir diretório do PSD municipal para frear debandada

Presidente estadual, Nelsinho Trad confirma que recomposição dos diretórios municipais em MS ficará para depois do Carnaval

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Após a acachapante derrota na eleição para governador do ano passado, quando ficou em sexto lugar depois de aparecer nas pesquisas como um dos favoritos, o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad vai assumir a presidência municipal do PSD para reestruturar o partido e evitar a debandada provocada pelo fraco desempenho nas urnas. 

Ele teria dito a interlocutores mais próximos que o momento é de reorganizar a legenda, mas a verdade é que a sigla está enfraquecida e com grande possibilidade de debandada de vereadores, principalmente na Capital.

Além disso, outro reflexo desse enfraquecimento da sigla é o fato de as lideranças estaduais do partido terem perdido espaço em Brasília (DF).

A decisão equivocada do presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, de declarar apoio à candidatura do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) também contribuiu para o afastamento dos caciques nacionais, que apostaram na candidatura vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, em troca, ganharam os ministérios de Minas e Energia (Alexandre Silveira), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Carlos Fávaro) e da Pesca e Aquicultura (André de Paula).

Agora, cabe a Marquinhos Trad a reestruturação do PSD na Capital e também no interior, além da manutenção dos mais de 80 vereadores que a legenda tem em Mato Grosso do Sul.

O ex-prefeito terá a difícil missão de “estancar” a vazão de parlamentares, que já se anuncia para a próxima janela partidária, bem como de filiados, contribuindo, assim, para a manutenção da força do partido, de olho nas eleições municipais de 2024.

O próprio Nelsinho Trad confirmou ao Correio do Estado que os diretórios municipais do partido em Mato Grosso do Sul passarão por uma reestruturação. “Deixarei para recompor os diretórios municipais só após o Carnaval, logicamente que quem quiser e puder vir para somar no PSD será bem-vindo”, afirmou.

Derrotas

Nas eleições de 2022 em Mato Grosso do Sul, o PSD concorreu aos cargos de governador, com Marquinhos Trad, de senador, com Juiz Odilon, e de deputado federal, com Fábio Trad, Adailton Lima, Chicão Vianna, Claudinha Maciel, Jameire Santos, Jorge Martinho, Junior Coringa, Léo Matos e Marluce Bueno, mas todos foram derrotados. 

A única vitória do partido foi para deputado estadual, com Tiago Vargas, mas ele teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) e acabou sendo eleito Pedro Pedrossian Neto, o que se transformou em uma verdadeira batalha judicial, com troca de acusações de ambos os lados.

Além disso, as urnas mandaram de volta para casa dois fortes integrantes do clã Trad, que está há quase seis décadas na vida pública do Estado e foi reduzido a ter apenas dois representantes na política: o senador Nelsinho e o vereador Otávio Trad, que não conseguiu se eleger como deputado estadual, mas continua por mais dois anos na Câmara Municipal de Campo Grande. 

O ex-prefeito Marquinhos Trad, que chegou a liderar as pesquisas eleitorais na corrida para governador, ficou em sexto lugar, com 124.795 votos, ou seja, apenas 8,68% do eleitorado estadual.

Ele renunciou ao cargo no Executivo municipal para disputar a cadeira da Governadoria e, agora, ficou sem mandato, mesmo tendo um histórico de vitórias em eleições como vereador da Capital, deputado estadual e prefeito em dois pleitos.

No entanto, a investigação policial por supostos crimes sexuais praticamente sepultou o nome dele para a política em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul por um bom tempo.

O deputado federal Fábio Trad também não conseguiu ser reeleito, ao obter 43.881 votos.

O reflexo de tudo isso é a perda de influência por parte do senador Nelsinho Trad, que iniciou o mandato no Senado Federal na crista da onda, sendo uma das lideranças nacionais do PSD e como nome forte do então presidente Jair Bolsonaro, que até o contatou para assumir um ministério. Porém, o fracasso do partido no Estado e a aposta no cavalo perdedor acertaram em cheio o parlamentar sul-mato-grossense.

Saiba: Fábio Trad deve ter cargo no governo Lula - O deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) garantiu que o Diretório Nacional do PSD solicitou um cargo para ele no Ministério da Justiça e Segurança Pública ou na Controladoria-Geral da União (CGU).

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POLÍTICA LOCAL

Deputado de MS defende visão de Hugo Motta de anistia do 8 de janeiro

Dr. Luiz Ovando (PP), que já defendeu voto impresso e projeto de anistia para Bolsonaro, mira o Senado em 2026 e diz que ainda duvida do resultado das urnas, mas "não tem como provar o contrário"

11/02/2025 12h44

"O país está sendo governado por um consórcio e quem está mandando é o STF, não é o Lula, não", diz Ovando Marcelo Victor/Correio do Estado

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Após fala do novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REP-PB), que ponderou análise de anistia aos atos de vandalismo contra as sedes do Três Poderes, em 08 de janeiro de 2023, o parlamentar sul-mato-grossense que já defendeu voto impresso, Dr. Luiz Ovando (PP) disse concordar com a versão do substituto de Arthur Lira. 

A fala de Ovando foi feita durante quebra-queixo, na Câmara Municipal de Campo Grande na manhã de ontem (11), quando a bancada federal sul-mato-grossense se reuniu para anúncio de R$ 110 milhões para obras de dois viadutos, como acompanhou o Correio do Estado. 

Durante entrevista à rádio paraibana Arapuan, cerca de uma semana após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta foi questionado do projeto que já foi pautado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em 2024, que prevê anistia aos vândalos já condenado pelos ataques marcados em oito de janeiro. 

Após condenar as agressões aos prédios dos Três Poderes, o atual presidente da Câmara dos Deputados foi meticuloso em sua resposta ao rechaçar a proposta de golpe. 

"Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso. Ali foram vândalos, baderneiros, que queriam, com inconformidade com o resultado das eleições, demonstrar sua revolta", respondeu. 

Apoio de Ovando

Apesar de ser criticado por aliados de Lula, Hugo Motta encontrou apoio do deputado Dr. Luiz Ovando, eleito em 2019, quando obteve 50.376 votos para chegar a uma cadeira política depois de mais de duas décadas de tentativas frustradas

Questionado sobre as declarações feitas pelo presidente, a respeito dos atos de oito de janeiro, Ovando foi categórico e disse concordar com a versão de Motta, considerando "um absurdo". 

"Ali foi simplesmente uma perseguição à direita, que eles não querem... e agora eles vão ter que engolir o Trump porque está repercutindo no mundo inteiro, essa volta da direita", expõe o deputado. 

Em complemento, a fala de Ovando que apoio Motta ainda traça um paralelo, entre o que seria o objetivo do projeto (a anistia) e quem estaria impedindo de alcançar tal meta, o Supremo Tribunal Federal (STF) no que ele chama de "consórcio". 

"Aquilo é consequência de um consórcio entre a parte executiva e o STF. A gente precisa entender, ser frio e observar que o país está sendo governado por um consórcio e quem está mandando é o STF, não é o Lula, não", afirma. 

Personagem curioso

Há cerca de dois anos, em julho de 2023, Luiz Ovando se destacou sendo o único dos "bolsonaristas" de Mato Grosso do Sul que assinou pela anistia do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro. 

Dr. Luiz Ovando, que já chegou a criticar as urnas eletrônicas e pedir voto impresso, cerca de três anos após ser eleito, chegou a manifestar apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 135, da então deputada federal Bia Kicis, que previa tal instituição no Brasil. 

Apesar de questionar o processo desempenhado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apontar também contra o STF em seu discurso, Ovando se considera um "indivíduo obediente e disciplinado", querendo que o atual presidente, Lula, conclua seus anos de mandato. 

"Eu tinha minhas dúvidas, e ainda continuo, sobre o resultado das urnas, mas eu não tenho jeito de provar o contrário... agora, ele [Lula] não pode passar por cima da Constituição, torço que ele conserte os erros, porque é o governo da concessão, é o governo do vassalismo, infelizmente", declara o deputado. 

Além das posições fora do parlamento, seu trabalho como parlamentar também já ganhou o noticiário, já que foi o co-autor Projeto de Lei 1904/2024, apontado como uma criminalização da vítima de estupro, já que endurece penas para os casos de aborto. 

 Diante da enxurrada de críticas que recebeu através das redes sociais, Ovando então culpou a esquerda pela "argumentação falaciosa", defendeu que as crianças frutos de estupros fossem encaminhadas para lares adotivos

 

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PSD + PSDB

"Reunião secreta" em Campo Grande pode selar o destino do PSDB

O PSDB, legenda que já governou o Brasil por oito anos, pode ser incorporado pelo PSD de Gilberto Kassab, que esteve em Campo Grande no fim de semana, quando se reuniu com os caciques tucanos locais Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja

11/02/2025 08h00

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, articula a incorporação do PSDB de olho em 2026

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, articula a incorporação do PSDB de olho em 2026 Foto: Reprodução

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A incorporação do PSDB ao PSD está cada vez mais próxima de ser concretizada ainda neste primeiro semestre, já de olho nas eleições gerais do próximo ano. No fim de semana, mais um passo nessa direção foi dado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

Ele veio a Campo Grande direto de São Paulo (SP), no sábado, a bordo de um jatinho, para se encontrar com o governador Eduardo Riedel (PSDB) e com o presidente tucano no Estado, o ex-governador Reinaldo Azambuja.

O Correio do Estado apurou que a reunião ocorreu a portas fechadas na casa do governador, apenas com a presença dos três, e a pauta do encontro foi a incorporação do PSDB pelo PSD, o que, na prática, resultaria na extinção do partido tucano enquanto sigla.

Kassab rejeita a fusão porque, ao formar um novo partido, haveria o risco de uma possível debandada dos deputados federais tucanos e até do PSD, que também estão descontentes com a aproximação das duas siglas.

Atualmente, o PSD tem uma bancada na Câmara dos Deputados com 44 deputados federais, enquanto o PSDB tem 13 representantes. Com a fusão, os deputados federais dos dois partidos envolvidos poderiam trocar de legenda sem perder o mandato, o que justificaria o temor de Kassab.

Durante o encontro político, o presidente nacional do PSD explicou essa possibilidade e, por isso, defendeu a incorporação. Ele ainda reforçou que espera contar com as permanências das duas principais lideranças tucanas de Mato Grosso do Sul.

No entanto, de acordo com fontes ouvidas pelo Correio do Estado, tanto Riedel quanto Azambuja teriam dito a Kassab que a oficialização dessa incorporação não depende apenas dos dois, mas das lideranças nacionais do PSDB.

Eles teriam citado o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a governadora de Pernambuco, Raquel Lira, e o deputado federal mineiro Aécio Neves.

Porém, ambos ouviram de Kassab que Raquel Lira já teria definido a migração para o PSD e que ainda não oficializou a troca de legenda porque está animada com a possibilidade de a incorporação do PSDB acontecer ainda neste primeiro semestre.

Riedel teria ressaltado que ele e Leite são favoráveis à união entre PSDB e PSD, entretanto, querem tomar uma decisão em conjunto. O certo é que as resistências à incorporação estão diminuindo nacionalmente, e os mais otimistas não descartam que possa acontecer já em março.

IDENTIDADE

Em entrevista concedida na semana passada ao Correio do Estado, Riedel ressaltou que o PSDB sempre foi um partido muito relevante desde a sua criação, mas perdeu representatividade política, porém, segue ocupando seu espaço no que diz respeito a princípios e valores.

“O que eu considero fundamental é que um grupo que for fazer um movimento em direção a outro grupo não pode perder suas convicções e seus ideais políticos”, declarou à reportagem e também teria falado a Kassab, referindo-se à manutenção da Fundação Mário Covas, para que continue na eventualidade de uma
incorporação.

Criada em 21 de abril de 2001, a Fundação Mario Covas surgiu inspirada nos compromissos éticos de um dos mais importantes homens públicos da história democrática brasileira, com o intuito de contribuir com a valorização da cidadania e o aperfeiçoamento da gestão pública.

SAIBA

A aproximação do PSDB ao PSD praticamente inviabiliza a fusão dos tucanos com o MDB. Além disso, a executiva nacional emedebista voltou com as articulações para ocupar a vaga de vice na chapa de reeleição do presidente Lula (PT).

O Correio do Estado apurou que na “lista tríplice” do MDB consta o nome da ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e também do governador do Pará, Helder Barbalho, e do ministro dos Transportes, Renan Filho.

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