Política

LEGISLATIVO

Passaporte da vacina gera conflitos entre parlamentares na Câmara e na Assembleia Legislativa

Mesmo sendo negada pelo Governador Reinaldo Azambuja (PSDB), pauta está gerando debates entre parlamentares no MS

Continue lendo...

Os resquícios da audiência pública realizada na Câmara municipal, na tarde de ontem (27), gerou uma discussão cheia de críticas sobre o passaporte de vacina.

O debate foi levantado por Coronel David (sem partido), que apontou exageros nas declarações feitas por Geraldo Resende (PSDB) e teve apoio dos colegas Neno Razuk (PTB) eZé Teixeira (DEM), durante a sessão plenária desta terça-feira (28), na Assembleia Legislativa. 

David (sem partido) repudiou a declaração feita pelo secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende (PSDB) e pontuou que estamos vencendo uma batalha contra o vírus. "Não estamos em guerras de nações e sim contra um vírus, estamos caminhando para vencê-lo. Eu sou não fascista e nem nazista, mas respeito a liberdade do outro. O que o secretário disse foi desastroso e vou rebater ele de outra maneira, sem xingamentos, diferente de como ele fez ontem (27), com quem não concorda com a sua opinião. Estão criando no Brasil uma discriminação sobre o politicamente correto, não temos nenhum respaldo jurídico para esse passaporte e temos que respeitar essas poucas pessoas que não se imunizar", destacou. 

Últimas notícias

O debate seguiu entre os parlamentares que defenderam o posiciomento feito pelo secretário, tendo apoio do deputado Barbosinha (DEM), Pedro Kemp (PT) e Amarildo Cruz (PT).

Os parlamentares fizeram observações sobre o assunto, dentre eles alguns defendiam as falas feitas por Geraldo Resende (PSDB) e outros seguiam criticando a 'ditadura do passaporte da vacina''. 

A discussão fomentou mais ainda o apoio dos bolsonaristas na contrariedade do documento, que é defendido pelo secretário de saúde como 'autorização' de entrada para eventos e festas. 

Na Câmara

A pauta sobre o Passaporte da Vacina voltou a ser centro dos debates na Câmara Municipal de Campo Grande, onde alguns vereadores apoiaram o discurso feito pelo secretário Geraldo Resende, durante a sessão desta terça-feira (28).

Mesmo diante do apoio, o vereador Thiago Vargas (PSD) protocolizou uma moção de repúdio ao secretário Geraldo Resende (PSDB), diante das declarações feitas por ele na audiência pública realizada na segunda-feira (27), na Câmara.

A proposição recebeu apenas três votos favoráveis sendo o autor, dos vereadores Gilmar Cruz (Republicanos) e do Betinho (Republicanos). 

Projetos

Autor de um projeto de lei que proíbe a exigência do passaporte sanitário em MS, Capitão Contar (PSL) defendeu o direito constitucional de cada cidadão e que a proposição foi protocolizada para assegurar que não seja sancionada uma medida segregadora. 

"Passaporte sanitário é uma medida segregadora e fere princípios constitucionais. Eu sou favorável a vacinas seguras e inclusive, já contraí covid e já fui vacinado. Até o momento não há comprovação de que a vacina previne a transmissão. Vacinado ou não, o indivíduo pode contrair e transmitir o vírus. A vacinação de uma pessoa não depende da vacinação de outra para ter eficácia. Não podemos discriminar nossos cidadãos. Exigir um "passaporte sanitário" como condição para que o cidadão exerça o direito de ir e vir, desrespeita a Constituição Federal e a garantia de liberdade aos brasileiros", explicou Contar que preferiu não se pronunciar durante o debate na Assembleia nesta terça-feira (28). 

Passaporte da vacina

O secretario estadual de saúde é um dos defensores do passaporte da vacina, que dá obrigatoriedade de se exigir comprovante de vacinação para ter acesso a eventos e atividades públicas e alguns locais privados. 

A medida vem ganhando alguns defensores, mas grande parte da população tem se mostrado contrários ao passaporte.

A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) também apoia a adoção do passaporte da vacina.

Já a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, políticos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o secretário de Saúde do município, José Mauro Castro filho, se posicionaram contra.

Audiência Pública 

A audiência discutia a obrigatoriedade de se exigir comprovante de vacinação em ambientes da indústria, comércio, em shoppings, igrejas e logradouros públicos, gerou tumulto na audiência pública que é realizada na Câmara Municipal de Campo Grande.  

Com as galerias divididas entre apoiadores da vacinação e contrários, o debate foi encerrado devido ao tumulto.

Geraldo Resende dizer que antivacinas são "fascistas, nazista", o discurso gerou polêmica e a população presente se enfureceu e começou a vaiar o titular da pasta.

"Não tenho medo do debate, aliás, eu sempre estarei lá para poder dizer, nazistas e fascistas da atualidade, vocês não vão prosperar, nosso povo haverá de derrotá-los e coloca-los na lata de lixo da história, vamos fazer esse debate em todos os cantos do Mato Grosso do Sul, defendo o passaporte da imunidade", finalizou Resende.

Últimas notícias

Inquérito no STF

Tenente Portela organizou tentativa de golpe em MS, aponta Polícia Federal

Suplente da senadora Tereza Cristina (PP) e amigo pessoal de Bolsonaro cobrou Mauro Cid sobre golpe e recebeu resposta positiva

26/11/2024 16h36

Ex-presidente Jair Bolsonaro e Tenente Portela, suplente de Tereza Cristina (PP)

Ex-presidente Jair Bolsonaro e Tenente Portela, suplente de Tereza Cristina (PP) Arquivo

Continue Lendo...

Fiel escudeiro de Jair Bolsonaro (PL) quando o capitão da reserva e ex-presidente serviu na unidade do Exército em Nioaque (MS), o suplente da senadora Tereza Cristina (PP), Aparecido Andrade Portela (PL), conhecido como Tenente Portela, tem um capítulo só para ele no inquérito da Polícia Federal que apura a tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro.

A Polícia Federal reuniu vários diálogos entre Tenente Portela e o coronel Mauro Cid, elemento central da investigação, tramando um golpe ou discutindo as manifestações do dia 8 de janeiro, demonstrando preocupação com o dia seguinte e com as investigações.

“Os elementos de prova indicam que PORTELA atuou como um intermediário entre o governo do presidente JAIR BOLSONARO e financiadores das manifestações antidemocráticas residentes no estado do Mato Grosso do Sul. No final do ano, PORTELA era um frequentador assíduo do Palácio da Alvorada, visitando o então presidente da República constantemente”, afirmou a Polícia Federal em relatório disponibilizado nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes.

Nos diálogos interceptados entre Tenente Portela e Mauro Cid, Portela cobra o coronel sobre a “realização de um churrasco”. Segundo a PF, o churrasco era um codinome usado para se referir ao golpe de Estado. “O pessoal que colaborou com a carne está me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco”, disse Portela a Cid. “Pois estão colocando em dúvida a minha solicitação”, complementou.

Em resposta, Mauro Cid foi rápido: “Vai sim, ponto de honra, nada está acabado ainda nesta parte”, afirmou o coronel, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Cobrado insistentemente pelos colaboradores do acampamento localizado em Campo Grande, em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), Portela recebeu apoio de Cid. “Se quiser, eu falo com eles para tirar da sua conta”, garantiu Mauro Cid. Naquela altura, Portela vinha sendo pressionado por patrocinadores — empresários e proprietários rurais — por uma solução de ruptura institucional.

Portela imediatamente concordou: “Se eles vierem aqui em casa, eu ligo para viva vós [sic]”, respondeu, indicando que faria uma ligação em viva-voz ou mesmo uma chamada de vídeo.

A PF lembra que Aparecido Portela é amigo próximo de Jair Bolsonaro desde o período em que ambos serviram em Nioaque.

Portela tornou-se suplente da senadora Tereza Cristina (PP) na última hora. Na época do registro da candidatura, Jair Bolsonaro fez uma escolha pessoal na chapa do PP, colocando seu amigo de longa data na função.

Nas eleições municipais, a filha de Portela, Ana Portela, foi eleita vereadora em Campo Grande.

Assine o Correio do Estado

ELEIÇÕES 2024

Disputa entre Adriane e Rose teve a 2ª menor diferença de votos da história

O primeiro pleito entre duas mulheres em Campo Grande só perdeu para o confronto entre André e Zeca do PT, em 1996

26/11/2024 08h00

A prefeita Adriane Lopes e a ex-deputada federal Rose Modesto durante a votação

A prefeita Adriane Lopes e a ex-deputada federal Rose Modesto durante a votação Foto: montagem

Continue Lendo...

A eleição municipal deste ano em Campo Grande ficou marcada por ser a primeira disputa pela prefeitura da Capital entre duas candidatas mulheres e também por ter sido a segunda com a menor diferença de votos da história no município.

O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), com base nos dados disponibilizados pelo setor de estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), e repassado ao Correio do Estado para publicação.

Na consulta feita pelo IPR, o pleito entre a prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) só perdeu no quesito diferença de votos entre a candidata vitoriosa e a derrotada no segundo turno em Campo Grande para o confronto entre o ex-governador André Puccinelli (MDB) e o ex-governador Zeca do PT, em 1996.

Enquanto no segundo turno da eleição para prefeito de Campo Grande em 1996, o então candidato André Puccinelli fez 131.124 votos, ou seja, 50,08% dos votos válidos, o candidato Zeca do PT fez 130.713 votos, isto é, 49,92% dos votos válidos, o que significou uma diferença de 0,16% ou 411 votos.

Já no caso do segundo turno da eleição para prefeita da Capital deste ano, a atual prefeita Adriane Lopes fez 222.699 votos, ou seja, 51,45% dos votos válidos, enquanto a ex-deputada federal Rose Modesto obteve 210.112 votos, isto é, 48,55% dos votos válidos, o que representou uma diferença de 2,91% ou 12.587 votos.

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, pelo levantamento realizado com os dados disponibilizados pela Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul, as eleições para a Prefeitura de Campo Grande em 1996 e 2024 foram as duas com as menores diferenças de votos até o momento.

“A diferença entre o candidato vitorioso na eleição de 1996, que, no caso, foi André Puccinelli, e o candidato derrotado, Zeca do PT, foi de apenas 0,16% ou 411 votos. Foi muito, muito pouco mesmo. No caso de Adriane e Rose, o porcentual de diferença foi de 2,91% ou 12.587 votos para a prefeita, que acabou sendo reeleita. Na comparação de 1996 com 2024, tivemos duas margens pequenas”, pontuou.

ABSTENÇÃO

Aruaque Barbosa completou que, em 1996, Campo Grande tinha praticamente a metade do número de eleitores de hoje, eram 345.625 eleitores, contra 646.198 neste ano. “Aumentou muito a quantidade de eleitores, só que o que aumentou proporcionalmente também, o que me chamou muito a atenção, foi o número de abstenção nesses dois períodos”, apontou.

Na avaliação do diretor do IPR, com o passar do tempo, cada vez mais pessoas estão deixando de votar, e isso pode influenciar até em resultados de pesquisas de intenções de votos e, o mais importante, no resultado das eleições.

“Porque a gente não sabe se essas pessoas que deixaram de votar prefeririam mais a Adriane ou a Rose”, argumentou.

Ele acrescentou ainda que, como a diferença entre as duas candidatas foi pequena, de apenas 2,91%, caso a abstenção tivesse sido menor, talvez a eleição pudesse ter tido um resultado diferente. “Ou a Adriane ganharia por uma margem maior de votos dos que os obtidos pela Rose, ou a ex-deputada federal teria se aproximado mais da prefeita ou, ainda, até mesmo vencido as eleições deste ano”, analisou.

Aruaque Barbosa citou que, na eleição de 1996, mais de 278,3 mil eleitores compareceram às urnas, ou seja, 80% das 345.625 pessoas aptas a votar, enquanto, neste ano, 461.386 eleitores compareceram, isto é, 71% das 646.198 pessoas aptas a votar, uma diferença de 9 pontos porcentuais. “Em 1996, a abstenção atingiu o porcentual de 19,47% e, no pleito deste ano, o porcentual foi de 28,60%”, detalhou.

Para o diretor do IPR, o que se pode dizer dos números é que a alta abstenção poderia ter influenciado até no resultado das eleições. “E até isso tem de ser estudado, afinal, por que esse número de abstenção está aumentando? Por que as pessoas não estão indo votar? Elas estão desanimadas com os candidatos, com a forma da democracia ou com o voto direto? O que está acontecendo?”, questionou.

Na avaliação de Aruaque Barbosa, a Justiça Eleitoral precisa fazer um estudo mais aprofundado sobre essa questão para encontrar o motivo para um porcentual tão alto. “Até para o TRE-MS poder entender melhor e trabalhar a comunicação nesse sentido”, finalizou.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).