Política

VERIFICAÇÃO

PSDB-MS não apoia Simone Tebet, ao contrário do que ela afirmou em entrevista ao Jornal Nacional

A candidata à presidência tem apoio apenas do PSDB nacional

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Em entrevista ao Jornal Nacional, a senadora de Mato Grosso do Sul e candidata à Presidência da República, Simone Tebet, afirmou ter apoio do diretório regional de seu partido, o MDB, bem como do PSDB. “Eu tenho um apoio lá, não só do MDB, como do PSDB, dos partidos que estão lançando candidaturas ao governo”. 

Entretanto, diferentemente do que foi afirmado, a candidata não tem o apoio do PSDB regional, mas sim do nacional. 

A resposta foi dada após o jornalista William Bonner questionar: “por que que no seu estado a senhora não conseguiu a união do MDB?”, embasando-se no fato de o candidato ao governo estadual, pelo mesmo partido, André Puccinelli, apoia-lá ao mesmo tempo em que alega estar tudo bem que votem em outro candidato ou candidata.  

  • Conteúdo investigado:  Entrevista de 40 minutos transmitida no dia 26 de agosto, no Jornal Nacional da TV Globo, em que a candidata do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Simone Tebet afirmou, para o apresentador e jornalista William Bonner, que teria o apoio do do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de Mato Grosso do Sul.  
  • Onde foi publicado: Jornal Nacional – TV Globo e disponível na plataforma Globoplay.
  • Conclusão da verificação: É enganosa a afirmação de Simone Tebet sobre ter o apoio do PSDB de Mato Grosso do Sul. A candidata à presidência tem apoio apenas do PSDB nacional. 

Enganoso é o Conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.  

  • Alcance da publicação: No dia 22 de agosto, durante os 40 minutos de entrevista, a média de audiência do Jornal Nacional foi 21,2 pontos, conforme dados do Instituto Kantar Ibope Media, referentes à Grande São Paulo. Cada ponto de audiência equivale a 205.755 telespectadores.
  • Como verificamos: A equipe do Correio Verifica entrou em contato com o diretório regional do PSDB, em Mato Grosso do Sul, que nos respondeu em nota. Buscamos no google pelos termos “Simone Tebet”, “entrevista”, “Jornal Nacional”, para encontrarmos o material da entrevista na íntegra. Também buscamos por notícias que tivessem veiculados informações a respeito do contexto político regional em Mato Grosso do Sul, especialmente sobre o que diz respeito aos partidos referidos na entrevista, o MDB e o PSDB. Entre os materiais encontrados está uma reportagem do Correio do Estado na qual é noticiado que o PSDB nacional estaria fechado com Simone, enquanto no Estado estaria com o candidato Jair Bolsonaro.

Entrevista de Simone Tebet ao Jornal Nacional

Desde o dia 22 de agosto, o Jornal Nacional está realizando uma série de entrevistas com candidatos à Presidência da República. William Bonner e Renata Vasconcellos têm conduzido as entrevistas, ao vivo, direto dos estúdios da TV Globo, no Rio.  

Cada conversa com o candidato ou candidata é transmitida pela TV Globo, Globoplay e G1. Foram convidados os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Instituto Datafolha em 28 de julho: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante). 

O primeiro a participar da entrevista foi o atual presidente da república, Jair Bolsonaro. Na sequência, Ciro Gomes, no dia 23; Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24; André Janones teve a entrevista cancelada após abrir mão da candidatura para apoiar o candidato do PT. 

A candidata Simone Tebet foi entrevistada sexta-feira (26), na última entrevista da sabatina eleitoral. Cada entrevista teve quarenta minutos de duração.

Durante a entrevista,  William Bonner questiona Simone sobre a falta de unificação em seu partido, no que diz respeito ao contexto regional de Mato Grosso do Sul, considerando, principalmente, que a candidata é do interior do Estado, de Três Lagoas. 

A questão emerge diante do cenário em que o candidato ao cargo de governador, André Puccinelli, do mesmo partido dela, declarou apoio não só a ela, mas a todos os candidatos à presidência

Simone afirma que “estamos diante de uma polarização política e ideológica que está levando o Brasil para o abismo”. 

Ela destaca, ainda, que essa polarização leva a cooptação dos colegas do partido, mas que tem prefeitos desses estados dando apoio à candidatura dela,  a exemplo dos prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes e Sebastião Melo, de Porto Alegre (RS), e do governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia. 

Simone Tebet não tem o apoio do PSDB regional de Mato Grosso do Sul, apenas do nacional 

Ao explicar que tem o apoio do MDB, ela afirma ter, também, o apoio do PSDB de Mato Grosso do Sul. “Eu tenho um apoio lá, não só do MDB, como do PSDB, dos partidos que estão lançando candidaturas ao governo”, disse. Entretanto, o PSDB regional apoia, juntamente com seu candidato ao governo do estado, Eduardo Riedel, a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). 

Em resposta ao contato do Correio Verifica, o diretório regional do PSDB informou: "No Mato Grosso do Sul , a senadora Simone Tebet tem candidato próprio do seu partido - André Puccinelli, do MDB! Eduardo Riedel, do PSDB , apoia e é apoiado oficialmente por Jair Bolsonaro!”. 

Em junho deste ano, o Correio do Estado também já havia noticiado que o PSDB regional apoiaria Jair Bolsonaro. 

Entretanto, ela continua tendo o apoio do PSDB nacional. Conforme anunciado pelo partido, a candidatura de Simone foi colocada como opção aos descontentes com o atual governo e que também não querem Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta ao comando do País. 

Simone Tebet tem apoio do MDB, em Mato Grosso do Sul

No MDB estadual, o apoio para o governo foi declarado ao pré-candidato e ex-governador André Puccinelli. 

Em julho deste ano, Puccinelli e o ex-ministro de governo Carlos Marun (MDB) afirmaram que embora apresentem Simone Tebet como candidata à Presidência da República, o voto para a população será livre aos que optarem por aderir à sigla apenas em âmbito regional.

O distanciamento com o MDB regional vem sendo demonstrado desde quando a senadora esteve em tratativa para obter o apoio do PSDB e conseguir se tornar protagonista da terceira via. 

Essa decisão já foi demonstrada, dias após o anúncio, durante reunião em Campo Grande, pelo presidente estadual do MDB, ex-deputado Junior Mochi, o ex-senador Waldemir Moka e Puccinelli, que declararam o não engajamento na campanha de Simone.

  • Por que investigamos: O Correio Verifica investiga conteúdos suspeitos sobre eleições em Mato Grosso do Sul que viralizam nas redes sociais. O vídeo aqui verificado induz a uma interpretação enganosa, em que a pré-candidata à presidência, Simone Tebet, afirma que o PSDB-MS declara apoio à ela, sendo que o partido apoiará o atual presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, o PSDB nacional a apoiará. 

Saiba mais sobre o Correio Verifica

A três meses das eleições estaduais, o Correio do Estado decidiu criar o primeiro núcleo de verificação de Mato Grosso do Sul, o Correio Verifica, cujo objetivo é informar a população e desmentir informações enganosas que possam prejudicar o processo eleitoral no Estado.

Você pode entrar em contato e mandar conteúdo que tenha dúvida para a equipe Correio Verifica por meio do WhatsApp, pelo número: (67) 9 9922-6705, ou por e-mail, pelo endereço: [email protected].  

Entre outras checagens realizadas recentemente está a explicação de que esforços políticos de candidatos não transformaram Campo Grande em “Capital sem favela”. Recentemente, também verificamos que a agência de Iara Contar não recebeu R$90 milhões em propagandas políticas, ao contrário do que afirma vídeo

 

Projeto Comprova

Post engana ao omitir que salário de grevistas do INSS também foi cortado por Bolsonaro

18/09/2024 15h45

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Enganoso

Vídeo de servidores do INSS protestando contra cortes de salários após adesão à greve iniciada em julho é tirado de contexto e engana ao insinuar que não houve descontos durante o governo Bolsonaro. Em paralisação realizada em 2022, os cortes chegaram a 30%, enquanto agora chegam a 80%. O INSS afirma que os descontos são legais e seguem uma decisão do STF sobre movimentos grevistas.

Conteúdo investigadoVídeo mostra servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revoltados. Eles criticam o governo Lula (PT), após terem os salários cortados por participarem de uma greve da categoria. O post, publicado no X e TikTok, traz a mensagem: "URGENTE Servidores do INSS têm salário cortado por participar de greve e se revoltam contra Lula: 'Isso é vergonhoso! Nem Bolsonaro teve coragem de fazer isso! Não votei no Lula para cortar meu salário! Que Governo do amor é esse?'"

Onde foi publicado: X e TikTok.

Conclusão do Comprova: Postagens enganam ao sugerir que não houve corte de salários de servidores do INSS que participaram de greve durante o governo de Bolsonaro (PL). De acordo com a Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) entidade que está à frente do comando de greve, a postagem é enganosa. Isso porque, diferentemente do que a publicação sugere, houve cortes sob a gestão do ex-presidente de até 30% nos salários dos servidores que aderiram à greve da autarquia em 2022. Já neste ano, durante o governo Lula, foram registrados cortes de até 80% nos pagamentos dos grevistas em agosto.

Um vídeo em circulação no X e no TikTok mostra o momento em que servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ocuparam o gabinete da presidência da autarquia em Brasília, no dia 4 de setembro, para protestar contra os cortes de salários aplicados pelo governo em razão do movimento grevista da categoria, que começou em 16 de julho de 2024, e também por causa do anúncio do fim da paralisação, anunciada pelo presidente da autarquia poucas horas antes. Na gravação, alguns deles comparam a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva à de Jair Bolsonaro, com gritos e críticas ao atual presidente.

"Não votei em Lula para cortar meu salário! Que governo do amor é esse?", indaga uma mulher. "Isso é vergonhoso. Nem Bolsonaro teve coragem de fazer isso", diz outra servidora. Esta afirmação foi colocada em destaque na legenda de um dos posts do X.

Em outra postagem no TikTok, o mesmo vídeo circula com tarjas sobrepostas às imagens, onde está escrito: "Deu ruim! Servidores do INSS têm salário cortado, detonam Lula e [se] lembram do mito!". Na legenda, o autor escreveu: "Avisamos!".

Conforme a Fenasps, a gravação que mostra a reclamação dos servidores é "legítima" e foi feita no dia 4 de setembro, logo depois da ocupação no prédio do INSS pela própria Federação, o Comando Nacional de Greve (CNG) e alguns militantes. Eles protestavam, dentre outros pontos, contra o anúncio do fim da greve, feito pelo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, nas redes sociais. A decisão de encerrar a paralisação levou em conta um acordo assinado entre o governo e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Nacional (CNTSS). No entanto, a categoria rechaçou a proposta acordada em Plenária Nacional e a Fenasps não reconheceu o fim do movimento.

No mesmo anúncio, Stefanutto divulgou a imposição de falta injustificada aos trabalhadores que continuassem com a paralisação, o que geraria descontos no contracheque dos servidores, sem direito à reposição.

O Comprova fez contato com o autor da publicação no TikTok, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. Não foi possível contato com os autores das publicações no X, já que a rede social está inacessível no Brasil.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. A publicação distribuída no TikTok havia atingido 755,1 mil reproduções até 13 de setembro. No X, o post já tinha alcançado 368,7 mil visualizações.

Fontes que consultamos: Ouvimos a Fenasps, que está à frente do comando de greve, consultamos a Instrução Normativa 59, que dispõe sobre cortes de salário durante movimentos de greve e buscamos o INSS.

Corte de salários e negociações

A ocupação no prédio do INSS, encerrada no dia 5 de setembro, teve como objetivo pressionar pela manutenção da paralisação e a substituição do código de faltas injustificadas pelo código de greve. A paralisação continua, o presidente do INSS retirou as faltas injustificadas e aplicou o código de greve. A aplicação do desconto no salário dos funcionários que estão em paralisação, segundo Cristiano Machado, diretor da Fenasps, tem sido praxe desde a instituição da Instrução Normativa 59 (IN 59), em 2021 na gestão de Bolsonaro.

O artigo 3º da Instrução estabelece que "a Administração Pública Federal deve proceder ao desconto da remuneração correspondente aos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos". Não há menção, no documento, a nenhum limite de corte.

Um Termo de Acordo, contudo, pode ser firmado "para permitir a compensação das horas não trabalhadas pelos servidores" durante a paralisação "e a devolução dos valores já descontados a esse título, desde que com anuência do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC)". O acordo, conforme o artigo 4º da Instrução Normativa, é facultativo.

Segundo Machado, foram registrados, na greve atual, cortes de até 80% nos salários de agosto. Ele ainda não sabe se haverá interferências nos pagamentos de setembro. "Não consegui entender qual critério o governo está usando para fazer os cortes, mas eles têm sido bem altos", comentou. Em uma audiência no último dia 13, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, informou que, em outubro, a autarquia irá devolver os valores de agosto descontados durante a greve.

Cristiano Machado, da Fenasps, considera que as publicações analisadas pelo Comprova distorcem a situação ao omitir que houve cortes de salário no governo Bolsonaro. "Tem uma distorção, porque Bolsonaro também cortou nossos salários em até 30% em dois meses da greve de 2022 [que ocorreu entre março e maio daquele ano]. Mas depois, com as negociações, tudo foi devolvido, como prevê a normativa do próprio governo: tem greve, tem corte e depois vem a devolução. Nós esperamos que agora também os valores sejam devolvidos", afirmou.

O que diz o INSS

O INSS alegou ao Comprova que o "corte" mencionado pelos grevistas foi, na verdade, um desconto no salário por falta, baseado em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O texto enviado pelo órgão diz que o desconto referente ao período de paralisação, ainda que caracterize medida de caráter punitivo ou sancionatório, é "ônus inerente à greve", e que "embora a paralisação seja lícita, ela implica em consequências jurídicas".

O INSS explica que o exercício do direito de greve pelos servidores públicos acaba gerando uma espécie de suspensão do vínculo funcional, e por isso o servidor perde o direito de receber os valores referentes aos dias não trabalhados.

O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o tema, considerou que a adesão à greve leva a um "afastamento" não remunerado do servidor. Por isso, concluiu que "a Administração Pública Federal deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos", sendo esse corte de ponto "um dever, e não uma faculdade da Administração Pública Federal, que não pode simplesmente ficar inerte quando diante de situação de greve".

Servidores querem recompor perdas

A greve dos servidores do INSS já dura dois meses e tem como objetivo pedir recomposição de perdas salariais, as quais, segundo a Fenasps, somam 53% em razão de congelamentos ocorridos a partir de 2017. Outras reivindicações são valorização profissional e melhores condições de trabalho. "No ano passado, tivemos um reajuste de 9%. Antes disso, a última recomposição foi em 2017, então, houve um congelamento de salários, especialmente, durante o governo Bolsonaro. Agora, existe uma proposta de aumento de 18,2% para 2025 e 2026, mas isso não cobre nossas perdas, que somam mais de 53% nos últimos anos", afirmou Cristiano Machado, diretor da Fenasps.

Em audiência com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, na manhã do dia 11 de setembro, a Fenasps apresentou uma nova proposta para substituir a anterior, assinada pela CNTSS e que foi rejeitada pela maioria dos sindicatos. À tarde, o governo encaminhou à Federação um documento retirando do acordo pré-estabelecido a implementação de um Comitê Gestor de Carreira. Já os termos do que havia sido acordado foram definidos, no documento como "discricionários", ou seja, não obrigatórios. A Federação busca uma nova audiência com o Ministério da Previdência.

O Governo ingressou com uma ação no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em 23 de julho contra o movimento de greve. O STJ determinou que seja mantido em atividade o mínimo de 85% das equipes em cada unidade da autarquia e multa às entidades sindicais envolvidas de R$ 500 mil por dia, em caso de descumprimento. "Porém, temos audiência de conciliação marcada para a próxima sexta-feira (20)", disse Machado.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Outras verificações sobre o INSS foram feitas anteriormente, como em novembro de 2023, quando o Comprova contextualizou que a autarquia pagou o 13º salário apenas para beneficiários que não tiveram adiantamento; e em 2022, quando o Comprova verificou ser enganoso que Paulo Guedes havia anunciado redução em aposentadorias e em outros benefícios do INSS.

CADEIRA COBIÇADA

Quatro deputados estaduais "brigam" por Primeira-Secretaria da Assembleia

Para a presidência da Casa de Leis, o nome de Gerson Claro (PP) é consenso para ficar por mais dois anos no comando

18/09/2024 08h00

A nova composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa está na pauta dos parlamentares

A nova composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa está na pauta dos parlamentares Foto: Luciana Nassar/alems

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Mesmo com as eleições municipais tomando a maior parte das agendas dos deputados estaduais, as articulações para a escolha dos novos componentes do segundo mandato da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) continuam movimentando os bastidores da Casa de Leis.

Se no fim do mês de maio o Correio do Estado divulgou com exclusividade que o assunto já estava a todo vapor nos gabinetes e nos corredores da sede do Poder Legislativo, agora, faltando apenas cinco meses para o fim do primeiro mandato de dois anos, a questão entrou em ebulição, e há quatro nomes interessados na Primeira-Secretaria da Alems.

Segundo informações obtidas pela reportagem, o atual presidente, deputado estadual Gerson Claro (PP), será reconduzido ao cargo, porém, mais uma vez, não há consenso sobre o segundo cargo mais importante da Casa de Leis, que hoje é ocupada pelo deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), que está tentando continuar na cadeira.

FOGO AMIGO

O Correio do Estado apurou que, para infelicidade do parlamentar tucano, pelo menos até o momento, o seu nome não é consenso, e ele enfrenta concorrência dentro do próprio ninho, pois tanto o deputado estadual Zé Teixeira quanto o deputado estadual Jamilson Name estão em plena campanha pela Primeira-Secretaria.

Até maio, a deputada estadual Mara Caseiro, também tucana, estaria propensa a ingressar nessa “briga”, mas decidiu pensar melhor e teria informado aos colegas que não tem mais esse interesse.

Porém, em seu lugar surgiu um novo nome, e com grandes chances de embolar a disputa: o deputado estadual Coronel David (PL).

A indicação do nome do parlamentar nem partiu do próprio, mas de um grupo de colegas do Legislativo que enxergam no oficial da Polícia Militar a melhor opção e já teriam conseguido convencê-lo da empreitada. 
Portanto, a “guerra” pelo cargo terá pesos pesados no fronte, dificultando a construção de uma chapa de consenso.

FIM DE CICLO

Se Coronel David representa o novo dentro da Casa de Leis, o mesmo não pode ser dito do atual primeiro-secretário, Paulo Corrêa, nem de um dos postulantes, o deputado estadual Zé Teixeira.

Entretanto, Zé Teixeira, apesar da idade, não enfrenta a rejeição de Paulo Corrêa junto aos demais parlamentares. Para a maioria dos deputados estaduais, o ciclo do atual primeiro-secretário já teria acabado e chegou a hora de renovação, abrindo espaço para um novo nome dentro da atual legislatura.

Para ser o escolhido em fevereiro de 2023, fontes ouvidas pelo Correio do Estado garantem que Paulo Corrêa teve de recorrer ao ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, para que os colegas Jamilson Name e Mara Caseiro abrissem mão da disputa pela Primeira-Secretaria da Casa de Leis.

SEM CARTA NA MANGA

Na época, a reportagem foi informada que Azambuja teria dito para Corrêa que aquele teria sido o derradeiro pedido dele, portanto, nas próximas eleições da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, marcadas para fevereiro de 2025, o parlamentar não terá a quem recorrer e será obrigado a enfrentar uma disputa no voto.

A reportagem ainda recebeu informações de que também poderá haver trocas nos demais cargos da Mesa Diretora, que hoje tem, além de Gerson Claro e Paulo Corrêa, os deputados Renato Câmara (MDB), como 1º vice-presidente, Zé Teixeira (PSDB), como 2º vice-presidente, Mara Caseiro (PSDB), como 3ª vice-presidente, Pedro Kemp (PT), como 2º secretário, e Lucas de Lima (PDT), como 3º secretário.

ENTENDA

Conforme o artigo 25 do regimento interno da Assembleia Legislativa, os deputados que compõem a Mesa Diretora são escolhidos pelo corpo parlamentar por meio de votação nominal e aberta. Os eleitos cumprem mandato de dois anos, permitida a reeleição.

O ano de 2025 não é de encerramento da Legislatura, mas é de encerramento de mandato da atual Mesa Diretora e, por isso, será necessária a realização de uma nova eleição. 

Saiba

O primeiro-secretário é responsável pelos serviços administrativos e por supervisionar procedimentos ligados à gestão interna da Casa de Leis, tais como a fiscalização das despesas, a inspeção dos trabalhos, a verificação de comparecimento dos parlamentares, a leitura de ofícios das autoridades e, também, o recebimento das correspondências destinadas à Assembleia Legislativa.

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