Cidades

CAMPO GRANDE

Chuva recorde em agosto é maior que a soma dos últimos 3 meses

Em 18 dias, cidade teve acúmulo de mais de 200 milímetros; maior índice do período ocorreu em 1998

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Campo Grande chegou ontem à marca de mais de 200 milímetros de chuva acumulados, em algumas regiões da cidade, durante este mês. 

O montante é incomum para o período, que costuma ser mais seco. Para se ter uma ideia, a última vez que choveu tanto no mês de agosto foi em 1998, quando foram registrados 147,6 mm em 30 dias. A soma do acumulado de maio, junho e julho deste ano, por exemplo, equivale a 167,8 mm.

De acordo com dados do Centro Meteorológico da Uniderp, até o início da tarde de ontem, a estação de captação localizada no Rio Anhanduí contabilizava 222,1 mm de chuva, sendo o local onde mais choveu durante esses 18 dias. Já na região da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Universitário, o acumulado deste período era de 203,1 mm.

Além desses dois locais, o Centro ainda contabiliza outras duas estações de captação de água, no Santa Luzia, onde o acumulado até agora chegou a 156,6 mm, e no Jardim Panamá, com 157,8 mm. Em todos esses locais choveu mais do que o acumulado no mês de agosto de 1998.

Esse grande volume de precipitação para o mês começou a ganhar força na quarta-feira, quando o dia chegou a acumular 89,2 mm na região do Rio Anhanduí. 

Ontem, até o começo da tarde, o acumulado chegava a 80,2 mm no local, valor que pode ser ainda maior, já que choveu durante toda a quinta-feira.

ESTRAGOS

A chuva que ocorreu em Campo Grande causou um transtorno a mais para o funcionário público Juvêncio Rodrigues. Durante o temporal, uma árvore de grande porte caiu sobre o portão de sua residência, e, até o início da tarde de ontem, Juvêncio estava preso dentro do quintal.

Para se comunicar com os vizinhos e com o Correio do Estado, o funcionário público colocou uma escada escorada no muro.

Segundo ele, a árvore caiu por volta da 0h30min de ontem, na Rua Abílio de Azevedo, no Iracy Coelho. “Abri a porta da sala e já me deparei com os galhos na varanda da nossa área”, disse Juvêncio, afirmando que ficou alguns momentos sem saber o que fazer.

Após se acalmar, ele ligou para a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, que fizeram o corte inicial da árvore, retirando galhos que estavam em parte da estrutura.

O portão ficou tão danificado que entortou, não possibilitando sua abertura. Dessa forma, o morador não conseguia sair de casa. A principal preocupação era com o pai, que tem 74 anos e problemas de saúde.

“Meu pai é diabético. E se ele precisar de apoio hoje, como eu vou sair daqui? É uma situação bem complicada”, explicou.

Sobre a árvore, Juvêncio afirma que desde 2016 tem solicitado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) a retirada, sendo o último pedido feito em 2019, mas sem receber a autorização. Além do muro e do portão, parte do telhado da casa e um carro foram atingidos.  

O morador estima um prejuízo de cerca de R$ 8 mil. Ninguém ficou ferido. “Estamos aguardando a questão da prefeitura, ver se, pelo menos, vão dar um suporte para retirar a árvore”, relatou.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) disse que os reparos referentes a estragos da chuva serão feitos assim que as precipitações pararem.

Vizinho de Juvêncio, o servidor público Ederson Marques também teve a casa atingida pela mesma árvore. Ele notou que galhos atingiram e danificaram parte do portão, uma viga e a calha na parte da frente da residência.

Já no Parque do Lageado, uma árvore caiu sobre um muro, por volta das 7h30min de ontem. A dona de casa Norma Camargo disse que, desde que começou a chover, ela já estava com medo da árvore. Por esse motivo, ficou com a filha, de 5 anos, na sala.

“Eu já sabia que ela ia cair, eu já estava correndo atrás para tentar arrancar, aí, quando começou a chuva, eu saí do quarto para a sala e ouvi um barulho bem alto”, disse. Segundo Norma, a planta estava morta e com cupim na raiz.

Como caiu sobre um cômodo, a moradora também afirma que teve prejuízos com os móveis, que foram danificados pela chuva. Outro vizinho também teve problemas na casa por causa da chuva.

O grande volume de precipitação chegou acompanhado de rajadas de ventos fortes. Casas foram destelhadas, semáforos entraram em pane e ruas ficaram alagadas, além de queda de energia em alguns bairros.

De acordo com a Energisa, 12 regiões de Campo Grande ficaram sem energia elétrica pela manhã. As ocorrências se concentraram nos bairros Jardim Centenário, Moreninha, Nova Lima, Conjunto Aero Rancho, Parque dos Novos Estados, Chácara dos Poderes, Parque Residencial Rita Vieira, Guanandi, Tiradentes, Parque do Lageado, Jardim Centro-Oeste e no centro da Capital.

PREVISÃO

A previsão do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) é de tempo firme hoje, com sol entre nuvens. No entanto, o frio volta com força. A mínima em Campo Grande deve ser de 7°C, e a máxima não passa de 14°C.

Há probabilidade de ocorrência de geada de intensidade fraca a moderada na região centro-sul de Mato Grosso do Sul. Na região sul-fronteira, na Grande Dourados e no Cone-sul, a mínima pode chegar a 5°C.

Amanhã são esperadas temperaturas mínimas entre 10°C e 11°C, e as máximas podem atingir valores de até 25°C nas regiões pantaneira, norte Bolsão do Estado.  

Nas outras regiões, as mínimas ficam entre 5° e 10°C, e as máximas podem chegar aos 21°C. Em Campo Grande, mínimas de 8°C e máxima de 19°C. Há possibilidade de geada de intensidade fraca a moderada novamente na região centro-sul de MS.

No domingo as temperaturas voltam a se elevar. Em Campo Grande, a mínima será de 14°C, e a máxima, de 24°C. Nas regiões do Bolsão, norte e Pantanal, as mínimas ficam entre 13° e 15°C, e as máximas podem chegar a de 30°C. Já nas regiões sul-fronteira, Cone-sul, grande Dourados e leste, são esperadas mínimas entre 10° e 13°C e máximas de 22°C.

SAIBA

Em razão do grande volume de chuvas em Campo Grande, a Central Única das Favelas (Cufa-CG) está aceitando doações para apoiar famílias em situação de vulnerabilidade social. 

De acordo com a coordenadora da Cufa, Letícia Polidorio, 25 famílias estão em situação de emergência e precisam reconstruir suas casas, que foram danificadas pela força do vento e pela chuva intensa. No total, nove casas foram destelhadas e 20 barracos destruídos, em cinco bairros diferentes. 

Influenza

Mais uma morte confirmada por gripe em MS

O boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (19) registrou o óbito de um homem, natural de Corumbá

19/09/2024 18h48

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Conforme o Boletim Epidemiológico desta quinta-feira (19), um idoso de 71 anos é a nova vítima de influenza em Mato Grosso do Sul. Em 2024, o Estado acumula 78 óbitos por gripe.

Entre as causas de morte, estão:

  • 18 - Influenza A H1N1
  • 50 - Influenza A H3N2
  • 9 - Influenza A não subtipado
  • 1 - Influenza B


Neste boletim, destaca-se que apenas o idoso de 71 anos, natural de Corumbá, faleceu em 11 de setembro por Influenza A não subtipado. A vítima possuía comorbidades de doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus.

Imunização

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta que a única forma de prevenção é manter o esquema vacinal atualizado.

“A vacinação contra a influenza é uma das medidas de prevenção mais eficazes para proteger contra essa doença e, principalmente, contra a evolução para complicações e óbitos. A vacinação também contribui para a redução da circulação viral na população, protegendo especialmente os indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco.”

O perfil dos casos de influenza hospitalizados é composto por crianças de 1 a 9 anos, que correspondem a 20,9%; seguido por idosos com idade entre 80 e 98 anos, com 15,0%; e, em seguida, por aqueles com 60 a 69 anos, com 13,4%.

A faixa etária de 70 a 79 anos corresponde ao menor índice de internação entre os idosos, com 11,6%.

Divulgação SES

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Poluição

Fumaça tóxica de queimadas pode tomar céu de Campo Grande

Conforme a medição feita pela QualiAr, a condição do ar em Campo Grande caiu para moderada, e deve piorar com a chegada da fumaça das queimadas de outros estados

19/09/2024 18h00

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Depois de dias de refresco devido à frente fria que trouxe chuva a diversas regiões do Estado, o céu será, mais uma vez, encoberto por fumaça com poluentes nocivos à saúde incluindo a Capital.

No dia 1º de setembro a fumaça tomou o céu de Campo Grande, foram treze dias em que a poluição intensificou a ponto de a qualidade do ar ser apontada como a pior do ano.

Com o avanço da frente fria e a chuva no final da noite de domingo (15), o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Vinícius Sterling, explicou que os ventos vindos do sul empurraram a fumaça para a região mais ao norte, especificamente para os estados de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO).

Divulgação Cemtec

É preciso ressaltar que, como não houve chuva na Amazônia (brasileira e boliviana) e em Mato Grosso - o estado que mais queima no país -, com a mudança de direção do vento, a fumaça tóxica das queimadas retorna para Mato Grosso do Sul.

No entanto, conforme o meteorologista ressaltou, é difícil cravar um cenário; as condições podem variar. Em uma estimativa favorável parte do Estado volta a receber chuva a partir de amanhã.

Poluição

Em conversa com o Correio do Estado, o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas, Widinei Alves Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, alertou que a qualidade do ar nesta quinta-feira (19) está moderada, e a tendência para os próximos dias é de piora.

“A qualidade do ar hoje está moderada, mas possivelmente ela vai piorar”, pontuou o professor.

Durante a semana, a condição do ar chegou a ficar boa. A mudança ocorre devido a várias regiões do país estarem em chamas e, é claro, ao Pantanal e à Amazônia.

Segundo o professor, ventos vindos do leste do estado de São Paulo, que registrou focos de incêndio em diversos municípios, também contribuem para a situação. “Vamos ter uma fumaça proveniente da Bolívia e da região noroeste do estado, está vindo da Amazônia. Então, haverá uma piora da qualidade do ar entre hoje e amanhã cedo.”

Índice

A qualidade do ar moderada está na medida 43, enquanto, para ser considerada como “boa”, precisa estar em 40. “Nesses próximos dias, possivelmente, vai ficar nessa condição moderada que estamos tendo, que estamos vendo hoje.”

O alerta para o perigo da poluição das queimadas está na presença do material particulado, que em altos índices pode causar diversas doenças, como câncer de pulmão.

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