Cidades

"HO HO HO"

'Cidade do Natal' atrasa e terá duas semanas a menos em 2024

Campo Grande mostra em chamamento que festividades natalinas estão marcadas para a segunda metade do mês de dezembro

Continue lendo...

Com origens em festas pagãs romanas, o Natal foi ressignificado com o tempo; relacionado ao nascimento de Cristo no fim do século 2 e início do 3, tornando-se feriado da família a partir do século 20 quando popularizado ao redor do globo até chegar em Campo Grande, onde as celebrações em 2024, além de atrasadas, devem durar duas semanas a menos. 

É o que mostra o chamamento - publicado em suplemento extra ontem (13) no Diário Oficial de Campo Grande - para seleção das chamadas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) com projetos para realização das festividades natalinas na Cidade Morena. 

Além disso, a Prefeitura de Campo Grande detalha que, diferente do que foi em 2023, neste ano as festividades estão programadas para acontecer entre os dias 13 a 31 de dezembro. 

Se lançado olhar para o ano passado, como bem acompanhou o Correio do Estado, a programação especial da Prefeitura começou ainda em 30 de novembro

Trazendo toda a decoração natalina e atrações tanto na rebatizada "Vila Morena", espaço que antigamente se chamava "Cidade do Natal" quanto na rua 14 de julho. 

Em 2023, toda a programação chamada "Natal de CG é Tamanho Família" foi de 30 de novembro até 7 de janeiro, com o evento na 14 de julho começando em 06 de dezembro e na "Vila Morena" no dia seguinte. 

O que vem aí

Ainda conforme o documento do Executivo, certos itens, serviços e materiais mínimos são exigidos no projeto [a ser apresentado pela OSCIP] para realização do evento.

Nos mínimos previstos aparecem a contratação de engenheiro/arquiteto para confecção do projeto da Cidade do Natal para os respectivos alvarás, além da empresa especializada em fogos de artifícios para abertura da Cidade do Natal e a festividade de réveillon dia 31 de dezembro de 2024.

Além disso, o projeto devem prever os seguintes itens: 

  • Contratação e pagamento da decoração do redondo (no centro da Cidade do Natal);
  • Contratação e pagamento de banda de música com ao menos 20 integrantes para 18 apresentações mínimas na Cidade do Natal;
  • Pagamento de três figurinos para dançarinas do cortejo da banda de música;
  • Contratação e o pagamento da confecção de ao menos cinco mil balões;
  • Confecção e o pagamento mínimo de 88 camisetas personalizadas;
  • Pagamento de uma fantasia de luxo de Papai Noel.

Em seguida são listados pontos complementares que podem constar no projetos, a depender da efetivação de patrocínios recebidos pela Organização vencedora. 

Entre esses itens "condicionados" estão a contratação e pagamento de carrossel e roda gigante; trenzinho infantil; brinquedos para área infantil e até mesmo o show nacional. 

A Organização poderá explorar comercialmente os 13 espaços de alvenaria disponíveis na agora chamada "Vila Morena", além das barracas, carrinhos e formas de comercialização, cuja arrecadação excedente deve ajudar a custear os ditos itens "condicionados". 

A prefeitura complementa que para o termo de parceria a candidata poderá apresentar um projeto de no máximo R$ 125.534,00 em custos a serem arcados pela municipalidade. 

"Sendo que o valor total será variável, de acordo com propostas de apoio, patrocínios e valores arrecadados com exploração do espaço previstos na Cidade do Natal, conforme plano de trabalho, a serem depositados em conta específica para a finalidade da parceria, devendo estar inclusos neste todos os itens de despesas necessários à realização do projeto apresentado", diz o município. 

História do Natal

Ligada à história humana, as celebrações natalinas foram tomando forma e sendo influenciadas conforme as sociedades no passar do tempo, desde as festividades embrionárias populares no Império Romano em comemoração ao solstício de inverno (do Hemisfério Norte). 

Material da gigante National Geographic, com base na histórica Enciclopédia Britannica, mostra com as celebrações pagãs passaram a ser associadas aos costumes cristãos. 

Marcando o ressurgimento do sol, um historiador cristão do final do século 2, conhecido como "Sextus Julius Africanus" passou a difundir a história em meados de 221 d.C (depois de Cristo), já ligando ao nascimento de quem passaria a ser conhecido como "Jesus". 

Isso porque escritores cristãos da época, segundo a enciclopédia britânica, passaram a associar o dito "renascimento do sol" ao marco que seria o nascimento de Jesus.

A matemática, que crava o dia 25 de dezembro ao nascimento, leva em consideração um raciocínio que liga o dito equinócio da primavera (21 de março) como o dia da criação do mundo. 

Sendo portanto o mundo criado em sete dias, segundo escrituras cristãs, o quarto (quando criada a luz) seria o nascimento do sol ou concepção de Jesus, 25 de março, o que faria com que os nove meses de gestação caísse assim em 25 de dezembro. 

Assine o Correio do Estado

PIVÔ DE ESCÂNDALO

Com reajuste de 55%, "Patrola" renova contrato milionário com o Estado

Quarta renovação revela que aumeto está bem acima dos índices da IPCA e do Índice da Construção Civil dos últimos quatro anos

13/12/2024 13h20

Empresa de

Empresa de "André Patrola" foi alvo de operação do Ministério Público em junho de 2023 e por conta dessa investigação virou réu

Continue Lendo...

Quase um mês antes do fim do atual acordo e mais uma vez sem licitação, o Governo do Estado renovou um contrato que vai garantir R$ 21.352.841,07 por ano ao empreiteiro Andre Luiz dos Santos, o “André Patrola”, pela manutenção de estradas estaduais com e sem asfalto na região de Miranda. 

O extrato da renovação do contrato para manutenção de 859,8 quilômetros na região pantaneira foi publicado na edição desta sexta-feira (13) no diário oficial do Estado. O novo contrato terá validade de 5 de janeiro de 2025 até 4 de janeiro de 2026. 

O valor inicial deste contrato, que entrou em vigor no começo de 2021, era de R$ 13.803.963,85 pela manutenção das mesmas rodovias. Embora a licitações apontem validade de um ano desse tipo de contrato, normalmente eles são prorrogados por mais quatro sem que haja nova licitação. 

Desde o começo, o contrato sofreu reajuste de quase 55%, num período em que a inflação medida pelo IBGE foi da ordem de 28%. O reajuste também supera Índice Nacional da Construção Civil (INCC), que desde o começo de 2021 acumula alta da ordem de 36%. 

Em outubro de 2023, o governo do Estado firmou um aditivo neste contrato reduzindo as exigências iniciais do acordo, mas mantendo o valor original.

Para justificar a redução das exigências naquela época, a Agesul publicou nota informando que "o contrato de manutenção passou por reprogramação de serviços, sem alteração financeira. Devido ao excesso de chuvas no início do ano, foi necessário ampliar as ações de recuperação das rodovias pavimentadas, como correção de defeitos, remendos profundos e imprimação, entre outras, para manter a segurança dos usuários. Para não alterar o valor contratual, foram reduzidos serviços como pintura de ligação e roçada mecanizada." 

ESCÂNDALO

“André Patrola” foi um dos principais alvo principal da operação Cascalhos de Areia, desencadeada em junho do ano passado pelo Ministério Público Estadual em Campo Grande. 

Depois da conclusão da investigação, ele e outros onze envolvidos em um suposto esquema fraudulento para manutenção de ruas sem asfalto e aluguel de máquinas foram denunciados à Justiça, que aceitou os argumentos do MPE e todos viraram réus. 

Em segredo de Justiça, o caso tramita na quinta Vara Criminal de Campo Grande, sob responsabilidade do juiz Waldir Peixoto Barbosa. Os 12 réus foram denunciador por fraude em licitações, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. 

A operação foi desencadeada em 15 de junho do ano passado e apontou desvios da ordem de R$ 46 milhões em contratos superiores a R$ 300 milhões entre a prefeitura de Campo Grande.

Os principais alvos da operação foram “André Patrola” e Edcarlos Jesus Silva, controladores das empresas AL dos Santos, Engenex e MS Brasil.  Oficialmente,  as empresas Engenex e MS Brasil pertencem a Edcarlos Jesus, mas os investigadores do MPE suspeitam que o verdadeiro proprietário seja André Patrola.

Mas, apesar de a denúncia ter sido aceita pela Justiça, os envolvidos seguem aptos a participarem de licitações. 

SUSPEITAS

A operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público Estadual, foi desencadeada depois de denúncias de servidores municipais indicando que as empresas recebiam os pagamentos mesmo sem fazerem a manutenção das ruas sem asfalto. 

Além disso, as denúncias apontavam que as mesmas empresas também recebiam pela locação de máquinas que nem mesmo tinham.

PANTANAL 

Além do contrato para manutenção das estradas na região de Miranda, “Patrola” tem três contratos com a prefeitura de Corumbá que lhe garantem faturamento anual de R$ 25,34 milhões. Em Ladário, venceu licitação para faturar outros R$ 3.767.784,24 por ano. Todos são para locação de máquinas e manutenção de estradas. 

Luto

Professor assassinado lançaria documentário sobre MS na próxima semana

"Onde você estava?" mostra a percepção da população, seus anseios e desejos, na época em que o estado foi dividido

13/12/2024 13h00

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB.

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB. Reprodução

Continue Lendo...

O ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, historiador e professor universitário, Roberto Figueiredo, de 68 anos, assassinado na madrugada desta sexta-feira (13), lançaria na semana que vem um documentário sobre a divisão de Mato Grosso do Sul sob a perspectiva do povo, além da visão de políticos.

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB.

A pré-estreia de "Onde você estava?" aconteceria no dia 18 de dezembro, às 15h, no Museu da Imagem e do Som (MIS/MS).

Na última quinta-feira (12), a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde o professor atuava há 39 anos, publicou uma entrevista com Roberto sobre o documentário.

No material, é relatado que, desde jovem, o historiador tinha interesse em saber como era a vida e quais eram os anseios dos moradores do interior do estado, que até então era Mato Grosso, sobre a divisão e criação de Mato Grosso do Sul.

"Afinal, havia mesmo o desejo de desligar-se de Cuiabá? Foi um momento de festa ou de decepção? Eu, por exemplo, morava em Três Lagoas e fazia faculdade quando o MS foi criado, e isso para mim estava muito distante", contou em entrevista à universidade.

Segundo ele, no interior, a população foi surpreendida com a criação do "novo" estado.

"Lá em Três Lagoas, não sabíamos de nada disso, do movimento separatista ou da lei assinada em 1977. Então, chega em 1979 e a instalação do Estado nos surpreende muito mais. Isso sempre ficou na minha cabeça: de onde saíra a ideia que se concretizava naquele momento?”, explicou o diretor.

Figueiredo resgatou a ideia há dois anos e iniciou as gravações do documentário em março de 2024, feitas pelo Laboratório de Comunicação (Labcom) da Universidade Católica Dom Bosco. Por meio de depoimentos de cidadãos (hoje) sul-mato-grossenses, o diretor buscou saber o sentimento da população e suas impressões sobre o momento histórico.

“Não quis falar com políticos. O meu foco foi ouvir artistas, jornalistas, comerciantes, historiadores... no total foram dez entrevistas que acabaram rendendo um documentário histórico, que pode contribuir muito para o entendimento de quem somos e qual a nossa identidade. O documentário tem o olhar particular de cada um deles, mas reflete o sentimento do cidadão comum, que não acompanhou as articulações políticas, mas hoje vivencia o resultado das decisões que outras pessoas tomaram”, refletiu.

Buscando o alcance maior de pessoas, o diretor buscou apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), para que, em 2025, o material seja disponibilizado para a população.

Cultura de MS em luto

Roberto, carinhosamente conhecido como "Beto" ou "Betinho", foi responsável pela formação de milhares de acadêmicos em Campo Grande, como bem destacou a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde Figueiredo atuava há 39 anos, em sua nota de pesar.

Beto coordenava o grupo de teatro "Senta que o Leão é Manso", de dança "Ararazul", e de música da UCDB, com o "Corda", "Aves Pantaneiras" e "Coral UCDB".

Ministrou aulas em diversos cursos, como História, Design, Arquitetura e Gastronomia. Também foi coordenador dos grupos de teatro, dança e música da universidade, além de membro do Conselho Universitário da UCDB (Consu).

Fora do meio universitário, atuou como presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, e teve passagem como superintendente de Cultura da Capital. Pelo Estado, foi gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Ainda sob investigação

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Roberto Figueiredo foi assassinado a facadas e pauladas dentro de sua própria casa, localizada no bairro Altos do São Francisco, em Campo Grande.

A vítima foi encontrada sem vestimentas,no chão, ensaguentada e com ferimentos na cabeça e pescoço na sala de casa. Seu celular e veículo, um Jeep Renegade, foram levados, o que faz com que a polícia tipifique o caso como um crime de latrocínio, roubo seguido de morte.

No fim da manhã, o veículo foi localizado pela polícia nas proximidades do bairro Vila Nasser. No entanto, ainda não há maiores informações acerca do paradeiro do autor.

Não há sinais de arrombamento no imóvel. A suspeita é de que ele estaria com alguém que o roubou e o matou. A polícia segue investigando o caso.

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).