Cidades

SEGURANÇA PÚBLICA

MS recebe verba milionária da União para intensificar luta contra o crime organizado

Ao todo, R$ 30,3 milhões deverão ser repassados em 2025; a maior parte do valor será destinada à aquisição de viaturas

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Mato Grosso do Sul receberá R$ 30,3 milhões do Ministério da Justiça e Segurança Pública para intensificar a luta contra o crime organizado no Estado, que se tornou uma importante rota do tráfico de drogas. O montante está previsto para 2025 e será destinado à compra de viaturas, armas de fogo, munições letais e não letais, coletes balísticos, escudos, capacetes e equipamentos tecnológicos. 

Conforme o governo federal, a verba virá com o objetivo de reduzir mortes violentas intencionais e enfrentar o crime organizado, além de proteger o patrimônio público por meio de “ações de prevenção de criminalidade e fomento à defesa social”. 

A verba milionária destinada à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) foi oficializada ontem por meio de publicação no Diário Oficial da União (DOU). 

Ao todo, serão repassados R$ 30.353.371,83, dinheiro da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Assinado pelo titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira, além do Secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Luiz Sarrubbo, o termo prevê R$ 21,2 milhões vindos do governo federal e R$ 9,1 milhões em contrapartida do governo do Estado.

Conforme detalhamento repassado ao Correio do Estado, a maior parte dos recursos, R$ 18,3 milhões, será destinada à compra de veículos, outros R$ 4,5 milhões serão para a compra de munições letais e não letais e R$ 2,1 milhões serão destinados para a compra de equipamentos táticos – coletes, capacetes, escudos –, além de R$ 297 mil para a compra de armas longas. 

Outros R$ 2,1 milhões serão destinados à aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs), R$ 1,7 milhão destinado à tecnologia da informação, R$ 495 mil destinados à compra de kits de atendimento pré-hospitalar e outros R$ 251 mil para aquisição de embalagens de segurança e colchões. 

Para o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, o investimento é de fundamental importância para fortalecer as ações de segurança pública em Mato Grosso do Sul. 

“São recursos que possibilitarão a continuidade da modernização e o fortalecimento da segurança pública pelo governo do Estado, bem como uma atuação mais eficaz das nossas polícias no combate à criminalidade e à redução dos índices de violência”, declarou.

Cabe destacar que se trata de um termo de adesão, ou seja, os recursos a serem executados chegarão apenas em 2025. Conforme a Sejusp, “trata-se de planejamento de gastos futuros e serão empregados conforme forem executados os planos de trabalho do eixo de redução de mortes violentas”.

OUTRAS AQUISIÇÕES

No dia 30 de outubro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou a compra de 77 caminhonetes com tração 4x4, que servirão para treinamento e transporte de detentos, 60 caminhonetes com compartimento para comportar detentos e outras 17 caminhonetes para treinamento. 

Os veículos foram adquiridos pelo governo federal, por meio de uma emenda parlamentar de bancada no valor de R$ 22 milhões, repasse com origem no Orçamento Geral da União (OGU) deste ano. 

Conforme o deputado federal Vander Loubet (PT), que até o dia 22 de outubro atuava como coordenador da bancada de MS na Câmara dos Deputados, os veículos deverão ser entregues na primeira quinzena de dezembro deste ano, com custo unitário de aproximadamente R$ 286 mil.

LINHA DIRETA 

Além de fazer divisa com Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, Mato Grosso do Sul também faz fronteira com Paraguai e Bolívia, países utilizados comumente como trajeto por traficantes de drogas e facções criminosas.

De mais fácil acesso para quem chega de fora, os municípios na faixa de fronteira são os primeiros a serem acessados pelos criminosos, seja por quem pretende entrar, seja para aqueles que pretendem sair do Estado. 

Conforme a Sejusp, somente neste ano, foram apreendidas 492 armas de fogo na faixa de fronteira do Estado, bem como foram atendidos 1.711 ocorrências por tráfico de drogas. 

PEC DA SEGURANÇA

Por se tratar de uma linha internacional, a atuação nas fronteiras com Paraguai e Bolívia, em Mato Grosso do Sul, tem se intensificado por parte dos órgãos federais, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Receita Federal.

Nesse sentido, o governo federal prepara uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com o objetivo de fortalecer a atuação das forças de segurança federais para atuarem contra organizações criminosas, não só na fronteira de MS, mas em todo o País.

O texto da PEC da Segurança Pública foi apresentado a governadores, na semana passada, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, Mato Grosso do Sul foi representado pelo vice-governador, José Carlos Barbosa, o Barbosinha.

Saiba

Os R$ 30,3 milhões serão divididos da seguinte forma: R$ 18,3 milhões para a aquisição de veículos; R$ 1,7 milhão em tecnologia da informação; R$ 297 mil em armas de fogo longas; R$ 4,5 milhões em munições letais e não letais; R$ 2,1 milhões em coletes, capacetes, escudos; R$ 2 milhões em EPIs; R$ 495 mil em kits pré-hospitalares; e R$ 251 mil em embalagens de segurança e colchões.

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TRÁFICO DE DROGAS

Em um único dia, Choque apreende 5 toneladas de maconha na capital

Droga foi localizada nos bairros Rita Vieira e Itamaracá após uma denúncia anônima de um entreposto de drogas na região

06/11/2024 10h45

Parte da droga apreendida foi localizada em uma residência no Bairro Rita Vieira

Parte da droga apreendida foi localizada em uma residência no Bairro Rita Vieira Foto: Divulgação

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O Batalhão de Choque da Polícia Militar (CHOQUE) realizou, nesta terça-feira (5), a maior apreensão de drogas da corporação do ano, com 5 toneladas de maconha apreendidas entre a região dos bairros Rita Vieira e Itaracá em Campo Grande (MS).

De acordo com o informativo do batalhão, as equipes realizaram a apreensão após uma denúncia anônima de que havia um entreposto de drogas em uma residência do bairro Rita Vieira. Durante a verificação da denúncia, os militares abordaram 3 indivíduos de idade entre 28 e 38 anos que estavam próximos o local.

No primeiro momento, os indivíduos negaram qualquer vínculo com os endereços informados pela polícia. No entanto, no bolso do suspeito mais novo (o de 24 anos) foi localizada a chave do portão social da residência investigada. O indivíduo, porém, negou conhecer a casa e afirmou que havia encontrado a chave no chão. 

Após isso, um segundo envolvido no crime acabou confirmando que era reponderável pela residência e confirmou a existência de drogas no local.  Durante a inspeção da casa, os militarem encontraram dois veículos no quintal, sem os brancos traseiros e carregados de tabletes de maconha. Ainda segundo o batalhão, a casa não possuía móveis, o que sinalizava que era utilizada somente para o armazenamento da drogas.

Após a apreensão, o primeiro suspeito (de 24 anos) confirmou que havia sido contratado para descarregar certa carga, mas sem mencionar os detalhes do trabalho que seria realizado. 

Em um outro local na região Itamaracá, também alvo de denúncias, a equipe policial localizou um grande volume de maconha em um escritório localizado em frente a um barracão. O proprietário, ao testemunhar a descoberta da droga, confirmou ser apenas o inquilino do local me informou que tinha intenções de montar uma oficina mecânica no barracão, mas não emitiu um pronunciamento sobre as drogas. 

Além do entorpecente e dos suspeitos, também foram apreendidos uma Pajero Mitsubishi, um Fiat/Fiorino com chassi e motor adulterados e um Chevrolet/Cruze. 

Confira:

 

Histórico

No restante do Estado, o  mesmo cenário de apreensões também vem se repetindo: ainda na tarde do último domingo (3), Policiais Militares do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreenderam uma carreta, com 12,3 toneladas de maconha na MS-386, no Trevo Tagy, fronteira Brasil/Paraguai, em Aral Moreira, município localizado a 376 quilômetros de Campo Grande.

Em uma  outra ocasião, na maior apreensão de drogas de todo Mato Grosso do Sul, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 28 toneladas de maconha, escondidas em carga de milho, próximo ao município de Amambai, a 301 quilômetros de Campo Grande.

Na época,  a apreensão quebrou o recorde de maior apreensão de maconha a nível nacional, referente a apreensão de 26 toneladas de maconha em Iguatemi, município sul-mato-grossense localizado na região sul do Estado, próximo à divisa com o Paraguai.
 

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'terror da citricultura'

Mesmo proibida, murta segue a venda em floriculturas de MS

Há cerca de três meses da sanção que deveria suprimir e erradicar a espécie da família dama-da-noite, mudas da planta ainda estão "empacadas" no estoque de estabelecimentos

06/11/2024 10h10

Sem fiscalização para devidas apreensões e até destruição das plantas por parte do Governo, comerciantes recebem a negativa dos fornecedores, que também não querem recolher as espécies

Sem fiscalização para devidas apreensões e até destruição das plantas por parte do Governo, comerciantes recebem a negativa dos fornecedores, que também não querem recolher as espécies Correio do Estado

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Espécie de dama-da-noite, hospedeira da bactéria que destrói plantações de laranja e limão, a tão temida murta foi proibida também em Mato Grosso do Sul há cerca de três meses, porém, ainda hoje é possível encontrar algumas dessas plantas em floriculturas do Estado. 

Andando pela Capital em busca da espécie, por exemplo, há comerciantes que são categóricos e apontam ao cliente que a espécie está proibida em Mato Grosso do Sul e, portanto, eles também estão consequentemente impedidos de realizarem a venda. 

Comumente usada até então como "cercas vivas" em diversos condomínios em Campo Grande, a planta natural da região asiática compõe atualmente o top 3 de espécies com essa finalidade de cobrir muros e trazer privacidade. 

  • Murta 
  • Tumbérgia Arbustiva 
  • Podocarpo (pinheiro de Buda) 

Ou seja, quem é pessoa Jurídica e, mesmo com essa proibição, busca a murta em Mato Grosso do Sul, não encontraria o produto devidamente declarado em nota fiscal como se deve. 

Porém, inclusive pelo fato de comerciantes sul-mato-grossenses terem um verdadeiro "pepino" nas mãos com a proibição das murtas, para uma pessoa física (que dependendo da finalidade, não se importaria com nota fiscal), não seria difícil comprar algumas mudas na base da "boa e velha" conversa. 

Isso porque, com a proibição repentina e sem a fiscalização para devidas apreensões e até destruição das plantas por parte do Governo, muitos comerciantes recebem a negativa dos fornecedores, que também não querem recolher as espécies diante da venda proibida.

 

Murta proibida

Essa novela da novela da proibição em Mato Grosso do Sul começou há cerca de quatro meses, após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) listar MS como com registro de ocorrência da chamada doença dos citros. 

Após isso, deputados estaduais aprovaram um projeto de lei que proibia o plantio; comércio; transporte e produção de murta em MS, seguindo onda proibitiva que atingiu várias cidades Estado brasileiros, devido ao potencial destrutivo da hospedeira da doença. 

Com a sanção pelas mãos do governador Eduardo Riedel saindo no fim de agosto, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) ficariam encarregadas de uma série de "próximos passos". 

Seriam funções da Pasta: 

  • Fiscalizar e elaborar um plano de supressão e erradicação da murta em áreas próximas ao cultivo de citrícolas (com substituição por outra);
     
  • Celebrar convênio de cooperação com outros órgãos para conscientizar a população;
     
  • Gestão e operacionalização das medidas necessárias para o cumprimento do plano de supressão e de erradicação de todas as árvores da espécie exótica murta.

Além disso, a Semadesc pode impor condenação, apreensão e destruição da planta, bem como multar de acordo com a quantia em Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul (UFERMS). 

Caso o infrator seja primário, a pena pode ser convertida em medida socioeducativa com participação em um seminário. 

Setor em desenvolvimento

Resultados do MS Day Internacional em Nova Iorque, feito em maio deste ano, Mato Grosso do Sul tem confirmado a posição de "nova cinturão citrícola" do Brasil, diversificando sua base produtiva e trazendo investimentos para o Estado. 

Como divulgado recentemente pelo Governo do Estado, um desses investimentos somam R$1,2 bilhão, confirmado por representantes da empresa Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles) na data de ontem (05). 

O plantio de laranja na área de Ribas do Rio Pardo, perto de Água Clara, tem investimento previsto ao longo de quatro anos em busca da meta de colher 9 milhões de caixas. 

Conforme o diretor-geral da Cambuhy Agropecuária, Alexandre Tachibana, que traz o negócio de São Paulo para Mato Grosso do Sul, a previsão é que o empreendimento movimente 3,6 mil empregos diretos e indiretos.

"O que nos trouxe para cá foi o greening, que ameaça 70% da área da citricultura do estado de São Paulo. Houve uma busca por uma nova fronteira, entre Minas Gerais e o Mato Grosso do Sul, o novo ‘cinturão citrícola’. E a gente escolheu essa região", disse ele após reunião com o corpo técnico do Governo do Estado. 

Não somente esse empreendimento, como o também gigante do setor, Grupo Cutrale, anunciou em abril deste ano o investimento de R$ 500 milhões para o plantio de 5 mil hectares de laranja em Mato Grosso do Sul. 

Considerada líder em exportações no País, a plantação às margens da rodovia BR-060, na fazenda Aracoara, que fica divisa entre Sidrolândia e Campo Grande, a empresa já previa o plantio de 1.730 milhão de pés de laranja. 

No mesmo mês, Paranaíba recebeu a intenção de plantio de 1.500 hectares do Grupo Junqueira Rodas, que já tinha à época mais 2,5 mil ha previstos para o segundo semestre em Naviraí. 

Titular da Semadesc, como bem esclarece Jaime Verruck, a doença bacteriana conhecida como "greening", que afeta a produtividade, fez muitas empresas migrarem de São Paulo para Mato Grosso do Sul. 

“A citricultura vai bem nas áreas mais arenosas, com menor teor de argila e isso é importante. Como a laranja está vindo com sistemas de irrigação, nós temos aí uma perspectiva de investimentos altos, mas com alta produtividade. Além do clima, solo e áreas disponíveis, notamos em especial a migração de produção de laranjas de São Paulo para MS em função da doença”, explicou.

**(Colaborou Laura Brasil)

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