Cidades

INTERIOR

Relatório mostra dívida de R$ 34 milhões na gestão de Corumbá

Nova gestão pretende reduzir número de prédios alugados e deve acomodar secretarias em um mesmo local, para cortar gastos e equilibrar as contas

Continue lendo...

Levantamento preliminar, realizado pela Secretaria de Planejamento, Receita e Administração de Corumbá (Seprad) nos primeiros dias do novo governo municipal, revela que o ex-prefeito Marcelo Iunes (PSDB) deixou uma conta muito alta para a atual gestão, que deve ultrapassar R$ 34 milhões em dívidas, comprometendo o orçamento anual.

“A situação financeira que estamos apurando é preocupante, e ainda estamos na primeira semana do governo”, comentou a secretária Camila Campos de Carvalho, titular da Seprad, em nota. 

Segundo Camila, o resto a pagar obrigará a uma redução drástica no custeio da máquina, incluindo corte de cargos.

O prefeito Gabriel de Oliveira deverá reduzir contratos e a quantidade de imóveis locados e reunir secretárias e fundações em um mesmo espaço, para economizar despesas com energia, água, internet e limpeza.

“Estamos com uma equipe trabalhando em cima de um planejamento estratégico, reduzindo despesas também de folha, para que possamos voltar a investir na população”, anunciou a secretária.

Esta situação calamitosa, segundo Camila Carvalho, vai exigir muita racionalidade por parte da administração.

“Fizemos as exonerações dos cargos comissionados e também das funções de confiança. Estamos começando a nomear aos poucos, em cargos que necessitam de funções específicas”, disse.

AÇÕES DO GOVERNO

A administração municipal encontrou em dívidas deixadas pela gestão passada aproximadamente R$ 5 milhões relativos às despesas com a folha de pagamento, R$ 24 milhões do parcelamento do fundo de previdência, R$ 3 milhões em férias dos professores, R$ 1,2 milhão da contratualização do Hospital de Caridade e R$ 860 mil do subsídio ao transporte público. 

“Além disso tudo, temos despesas que não foram empenhadas, outras despesas anuladas e contratos de energia elétrica, água e aluguéis que ainda estamos finalizando os valores. Esse deficit vai impactar as nossas ações de governo”, esclareceu Camila.

Em relação ao pagamento de pessoal em dezembro, a gestão anterior quitou apenas a folha líquida. Os valores correspondentes aos empréstimos dos servidores descontados do salário não foram empenhados e transferidos aos bancos, assim como não foi deixado o total do dinheiro em caixa para honrar o compromisso. 

ORÇAMENTO

Outras obrigações de dezembro, como as despesas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) patronal, o Fundo de Previdência Social dos Servidores Municipais de Corumbá (Funprev) e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), também não têm recursos disponibilizados nas contas específicas para pagamento, segundo o relatório.

“É uma herança que a gente está recebendo e vamos ter de honrar, comprometendo o orçamento da nova gestão”, explicou a secretária. 

Camila detalhou também a situação do provisionamento de férias: “Os professores estão aguardando o valor de um terço de férias, eles saíram de férias e esse valor deveria ter sido empenhado e pago em dezembro, mas não foi”.

FUNPREV

Foi aprovado pela Câmara Municipal, no fim do ano passado, o parcelamento dos valores do Funprev patronal e do aporte referente a setembro, outubro, novembro e dezembro, bem como o patronal de novembro e o décimo terceiro salário. Foram quase R$ 17 milhões parcelados em cinco anos. 

“Tem ainda o parcelamento em andamento, feito no início de 2024, referente ao ano de 2023. No total que levantamos, o montante da dívida chega a aproximadamente R$ 24 milhões. Isso sem contar os juros e as multas”, explicou a secretaria. 

Segundo Camila, o valor líquido mensal das parcelas chegará a R$ 1 milhão durante os quatro anos da gestão.

“É um dinheiro que deveria ir para a saúde, para a infraestrutura e a educação”, apontou.

Assine o Correio do Estado

Alistamento Feminino

Mulheres terão mesmas funções que homens durante o serviço militar

Responsável pela Seção de Serviço Militar Regional garantiu que não haverá distinção de gênero, e respondeu a algumas dúvidas sobre o alistamento feminino voluntário, inédito no Brasil

10/01/2025 11h00

Marcelo Victor/Correio do Estado

Continue Lendo...

Pela primeira vez na história, as Forças Armadas abriram o alistamento feminino voluntário, destinado a jovens que completam 18 anos em 2025. Na primeira semana, quase 200 mulheres fizeram o alistamento para o exército, que terá 99 vagas, todas elas para Campo Grande.

Por ser uma medida inédita, ela pode causar dúvidas, que foram respondidas pelo tenente-coronel Roberto Júnior, o responsável pela Seção de Serviço Militar da 9ª Região, e compiladas neste material. Confira:

As vagas são para quais funções?

No Comando Militar do Oeste (CMO), as vagas estão divididas da seguinte forma:

  • 60 para a Base de Administração e Apoio ao CMO;
  • 12 para o Hospital Militar de Área de Campo Grande;
  • 27 para o Colégio Militar de Campo Grande.

As mulheres vão fazer as mesmas funções dos homens?

Sim. As mulheres terão os mesmos direitos dos soldados homens, e deverão cumprir as mesmas funções.

"Não vai haver distinção nenhuma entre o masculino e o feminino, vão ser as mesmas atividades", reforçou o tenente-coronel. 

Como vai funcionar o alojamento?

As dependências do CMO vão ser modificadas para receber as mulheres. Segundo o tenente-coronel Roberto Júnior, Mato Grosso do Sul está entre os 14 estados selecionados para receber as jovens que se alistarem porque há uma maior "facilidade" na adequação dos dormitórios e banheiros, que vão ser destinados às novas militares.

"Foi feito um grupo de trabalho, um estudo, e foram escolhidos somente esses 14 porque eram os que tinham, nesse primeiro momento, as melhores condições de uma reestruturação e de pessoal militar capacitado para receber da melhor forma possível essas jovens", explicou.

Ele revelou ainda que a fase de reestruturação já teve início, com projetos para readequação dos dormitórios e dos banheiros, que serão separados em todos os prédios.

"Quando for a incorporação delas, com certeza já vai estar tudo alinhado e funcionando, porque o exército já vem se preparando desde o ano passado pra isso", garantiu.

Quanto tempo dura o alistamento?

Por lei, o alistamento tem duração de 12 meses, podendo ser prorrogado a cada período de um ano até o prazo máximo de oito anos.

Haverá salário?

Sim. O tenente-coronel Roberto Júnior afirmou que a remuneração corresponde a cerca de um salário mínimo, que é de R$ 1.518 em 2025.

Quais são as etapas de seleção?

Serão quatro etapas de seleção das jovens que vão integrar o serviço militar inicial feminino. Primeiro, é feita uma Seleção Geral, onde serão realizadas inspeções de saúde, feitas por médicos e dentistas, além de uma entrevista, da mesma forma que é feito no alistamento masculino.

Depois, no fim do ano, serão feitas as Designações, ou seja, cada jovem será direcionada para uma das áreas disponíveis.

Após essa etapa, é feita uma Seleção Complementar, que funciona como uma espécie de "peneira", feita já nas organizações militares para onde forem designadas.

Por fim, é feito o ato oficial de Incorporação daquelas selecionadas.

Como fazer o alistamento?

O alistamento pode ser feito pela internet, através do site alistamento.eb.mil.br, e presencialmente, na Junta do Serviço Militar, localizada na Rua Antônio Maria Coelho, 300. Caso o alistamento seja feito presencialmente, é necessário documento oficial com foto e comprovante de residência.

Quais são os critérios?

As voluntárias devem completar sua maioridade no ano de inscrição e, ainda, residir em algum dos municípios que possuem Organização Militar e que foram contemplados com a iniciativa pioneira.

Até quando posso fazer o alistamento?

O alistamento feminino segue até o dia 30 de junho, mesmo período do alistamento masculino. E atenção: mesmo que complete 18 anos apenas após a data de encerramento do alistamento, a jovem deve fazer o alistamento no período indicado, caso contrário, ela não poderá se alistar no ano que vem, já que será o ano em que completa 19 anos.

Após a incorporação, o serviço vira obrigatório?

Sim. A militar fica sujeita às obrigações e deveres previstos na Lei 4.375/64 e ao respectivo regulamento de cada Força.

"Quando ela incorporar, que é o ato oficial de uma jovem servir em uma organização militar, aí já passa a ser obrigatória. Deixa de ser voluntária, aí ela vai estar sujeita à lei do serviço militar e ao regulamento, que é um decreto do serviço militar. Então ela passa a ter todas as direitos e obrigações como um soldado normal", comentou o tenente-coronel.

A soldado terá, inclusive, que se apresentar anualmente após o cumprimento do serviço, pelos cinco anos que sucederem.

"Ao fim dos quase 12 meses de serviço militar, elas vão para a reserva não remunerada, e vão compor, assim como os homens, a reserva mobilizável do exército. Elas vão ter que se apresentar anualmente, por cinco anos, num exercício que a gente chama de 'exercício de apresentação da reserva', que é feito nas organizações militares", acrescentou.

Ele explicou que as quatro primeiras apresentações podem ser online, mas a última, a quinta, tem que ser presencial em uma organização militar.

"Então, durante essas fases, ela vai estar em dia com o serviço militar. Se ela faltar qualquer uma dessas apresentações, é fácil resolver a situação. Porém, se não resolver, ela (a militar) vai estar em débito com o serviço militar. Quando ela finalizar os cinco anos, aí ela vai estar quite com o serviço militar", concluiu.

Mulheres nas Forças Armadas

Atualmente, as Forças Armadas possuem 37 mil mulheres, o que corresponde a cerca de 10% de todo o efetivo. Com a adoção do alistamento, o número de oportunidades deve crescer gradativamente. Hoje, as mulheres atuam nas Forças principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística ou têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em estabelecimentos de ensino, como o Colégio Naval (CN), da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.

Assine o Correio do Estado.

BOTÂNICA/GASTRONOMIA

Proibida em MS, murta pode ser usada em sorvete, molho, licor e até frisante

Apesar de proibida, planta tem uso culinário

10/01/2025 10h15

Murta é utilizada como

Murta é utilizada como "cerca-viva" em várias casas Marcelo Victor

Continue Lendo...

Plantio da murta, famosa planta arbustiva popularmente conhecida como dama-da-noite, está proibido em Mato Grosso do Sul desde 24 de agosto de 2024.

A planta é hospedeira da bactéria huanglongbing (HLB), que causa doenças cítricas e destrói plantações de laranja, limão, tangerina, mexerica e pomelos.

É amplamente utilizada em calçadas como cercas-vivas, proteção de muros e como labirintos em parques/praças.

Murta é utilizada como "cerca-viva" em várias casasMurta. Foto: Marcelo Victor

Com isso, considerando que Mato Grosso do Sul é produtor de citros (laranja e limão), o plantio, comércio, produção e transporte da murta está suspenso, para que não haja propagação da bactérica e danos à colheita.

"Ela não traz nenhum problema diretamente, não é uma planta tóxica por si. O problema é que como ela é da mesma família da laranja e do limão, pega facilmente um parasito que dá nessas outras também. Aí para evitar a propagação, foi proibido", explicou o biólogo Pedro Isaac, em entrevista ao Correio do Estado.

Mas, o que poucos sabem é que, apesar de proibida, a murta também tem uso culinário e pode ser usada em diversas receitas. Suas flores, frutos e folhas são comestíveis e relevantes para a gastronomia.

É possível fazer temperos, chá, suco, refresco, geleia, mousse, sorvete, refresco, molhos (agridoce e vermelho/salgado), licores e até frisante.

As folhas são utilizadas como tempero, para aromatizar o famoso prato Curry Indiano, mas, são fortes e picantes, portanto, a moderação é recomendada.

As flores são utilizadas para aromatizar chás, podendo ser utilizadas frescas ou secas para chá próprio ou serem adicionadas em outros chás para incrementar o aroma e sabor. As flores também podem aromatizar água, deixando-a em maceração.

Os frutos bem maduros são comestíveis, podendo ser usados em geleias, sucos, sorvetes, refrescos, molhos (agridoce e vermelho/salgado) e licores. Os frutos também podem ser utilizados para fazer bebida fermentada (frisante).

Confira algumas receitas:

GELEIA DE MURTA

Colha os frutos maduros, lave-os e esmague os em peneira média de arame para extrair a polpa e reter as sementes (não esmague muito). Adicione metade de açúcar cristal em relação ao total de polpa.

Mexa até dar o ponto. Fica uma geleia escarlate (levemente picante) que pode ser usada como molho agridoce para carnes ou molho vermelho para massas. Aliás, da polpa pode-se fazer molho vermelho salgado com alho, manjericão e outros temperos.

SUCO DE MURTA

Colete folhas e frutos do pé de murta. Aproveite as sementes que ficaram retidas na peneira e adicione água e misture bem. Coe e terá um refresco bem avermelhado e de sabor ainda intenso, pois o sabor e o premento são fortes.

Se preferir pode-se usar a polpa concentrada para suco com Água ou leite, mas coloque menos polpa, pois é bem forte, 100g por um copo de liquidificador. A polpa também pode ser usada para mousse, sorvete, saborizador e corante de cachaça ou licor.

CHÁ DAS FLORES DE MURTA

Colete as flores frescas, as quais podem também ser desidratadas e usadas para chá, assim como se faz com jasmim. Lave-as. Use punhado de flores frescas para 11 de água.

Esquente a água até quase o ponto de fervura já com as flores. Coloque na garrafa térmica e deixe extraindo mais por alguns minutos antes de beber ou deixe em maceração ainda na chaleira. Coe e sirva quente ou frio. Sempre sem açúcar, se possível, como todo chá.

* receitas são do livro KINNUP

MURTA

Murta é utilizada como "cerca-viva" em várias casasMurta. Foto: Marcelo Victor

Murta é um gênero botânico que possui uma ou duas espécies de plantas com flor. É do gênero botânico Murraya Paniculata e da família Rutaceae. É popularmente conhecida como dama-da-noite.

São plantas arbustivas com muitos ramos de folhas verdes-escuras; flores brancas muito perfumadas e frutos oblongos, vermelhos e lisos.

Possuem de cinco a sete metros de altura. É nativa do Sul da Índia. São utilizadas em calçadas como cercas-vivas, proteção de muros e como labirintos em parques/praças. Possui uso paisagístico, ornamental medicinal e culinário.

PROIBIÇÃO DA MURTA

Deputados estaduais de Mato Grosso do Sul aprovaram, em 20 de agosto de 2024, projeto de lei que proíbe o plantio, comércio, transporte e produção de murta no Estado.

Em 23 de agosto deste ano, o governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB), sancionou a lei que restringe a murta no Estado.

Veja o trecho redigido no Diário Oficial:

“Ficam proibidos, em todo o território do Estado de Mato Grosso do Sul, o plantio, o comércio, o transporte e a produção da planta exótica murta (Murraya paniculata), hospedeira da bactéria
Candidatus liberibacter ssp., disseminada pelo inseto vetor psilídeo dos citros (Diaphorina citri), causadora da doença dos citros denominada huanglongbing (HLB) ou greening”.

Murta é utilizada como "cerca-viva" em várias casasFrutas cítricas afetadas pela bactéria que hospeda na murta

Apesar de parecer inofensiva, a planta prejudica o cultivo de citros (laranja, limão, tangerina e mexerica).

Isto porque a planta é hospedeira da bactéria huanglongbing (HLB), que causa doenças cítricas e destrói plantações de laranja, limão, tangerina, mexerica e pomelos.

Recentemente, Mato Grosso do Sul foi incluído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com ocorrência da doença que coloca em risco o cultivo de citros.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) estão encarregadas de uma série de "próximos passos" em relação à restrição da murta. Seriam funções da pasta:

  • Fiscalizar e elaborar um plano de supressão e erradicação da murta em áreas próximas ao cultivo de citrícolas (com substituição por outra);
  • Celebrar convênio de cooperação com outros órgãos para conscientizar a população;
  • Gestão e operacionalização das medidas necessárias para o cumprimento do plano de supressão e de erradicação de todas as árvores da espécie exótica murta.

Mas, mesmo proibida, ainda permanece em calçadas e muros de Campo Grande e, surpreendentemente, é vendida em floriculturas de Mato Grosso do Sul. 

PLANTAS QUE PODEM SUBSTITUIR A MURTA

De acordo com o mestre em biologia vegetal, Luan Hernandez, a murta pode ser substituída esteticamente pelas seguintes plantas:

  • Dama-da-noite
  • Aroeira-pimenta
  • Balsámo
  • Tumbérgia Arbustiva
  • Podocarpo (pinheiro de Buda)
  • Escova-de-garrafa
  • Ipê-Mirim

EXPANSÃO DA CITRICULTURA EM MS

Mato Grosso do Sul confirmou a posição de "novo cinturão citrícola" do Brasil, de acordo com resultados do MS Day Internacional em Nova Iorque, realizado em maio de 2024.

Várias regiões do Estado possuem plantio de frutas cítricas, sobretudo a laranja.

O plantio de laranja na área de Ribas do Rio Pardo, perto de Água Clara, tem investimento previsto ao longo de quatro anos em busca da meta de colher 9 milhões de caixas. 

Grupo Cutrale anunciou, em abril deste ano, o investimento de R$ 500 milhões para o plantio de 5 mil hectares de laranja em Mato Grosso do Sul. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).