O prazo para os países signatários do Acordo de Paris apresentarem suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) está prestes a expirar, com o último dia sendo segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025.
Até o momento, apenas dez nações, incluindo o Brasil, atualizaram suas metas climáticas, demonstrando um progresso lento na luta global contra as mudanças climáticas.
A nove meses da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, o cenário internacional revela uma preocupante falta de urgência.
Dos 197 países que fazem parte do Acordo de Paris, somente uma pequena fração cumpriu o compromisso de atualizar suas ambições para redução de gases do efeito estufa.
Brasil
O Brasil, respondendo por 2,45% das emissões globais, foi o segundo país a atualizar sua NDC, logo após os Emirados Árabes Unidos.
A nova meta brasileira estabelece uma faixa de redução das emissões entre 59% e 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005. Isso significa que o país se compromete a limitar suas emissões anuais entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e).
Outros países
Os Estados Unidos, o segundo maior emissor global, apresentaram uma ambição de redução na faixa de 61% a 66% para 2035, também em comparação com 2005.
Outro país que atualizou suas metas foi o Reino Unido, com um compromisso impressionante de mitigar 81% das emissões até 2035, em relação aos níveis de 1990.
A Suíça propôs uma redução de 65% até 2035, também comparado a 1990.
O Equador, por sua vez, propôs uma redução de 7% em suas emissões até 2035, com base nos níveis de 2010.
Os Emirados Árabes Unidos, por sua vez, estabeleceram uma meta de redução de 47% até 2035, em comparação com 2019.
A Nova Zelândia estabeleceu uma meta de redução entre 51% e 55% até 2035, em relação a 2005.
Andorra, apesar de suas baixas emissões, comprometeu-se a reduzir 63% até 2035.
Santa Lúcia ampliou sua ambição de 14,7% para 22% nos setores energético e de transporte até 2035, com base em 2010.
Por fim, o Uruguai estabeleceu limites específicos para emissões de CO2, CH4 e N2O até 2035, além de se comprometer a limitar em 30% o consumo de hidrofluorcarbonetos em comparação com 2022.
Acordo de Paris
Com o Acordo de Paris completando dez anos em 2025, torna-se cada vez mais evidente que as nações têm falhado em atingir a ambição de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) indica que será necessário reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 57% até 2035 para estabilizar os termômetros nesse nível.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, acredita que, apesar dos esforços, existe a necessidade de ações mais ambiciosas. Ele afirmou que os países devem se concentrar em criar planos capazes de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 60% até 2035, com metas claras para diminuir a produção e o consumo de combustíveis fósseis.