Responsável pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa, preso desde 2019, foi transferido do presídio federal de Campo Grande para o complexo penitenciário de Tremembé (SP), após delação premiada.
Segundo informações, Lessa será colocado em uma cela isolada, localizada em uma área onde se abrigam presos ameaçados de morte, conhecida como P1, além de ser uma ala dominada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa mais famosa do país.
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) divulgou uma nota alegando que Lessa corre risco na prisão de Tremembé por ser um miliciano em uma área dominada pelo PCC, sendo um espaço inadequado para o ex-PM.
Como solução, os agentes policiais sugeriram que Ronnie fosse transferido para o Regime Disciplinar Diferenciado, em Presidente Bernardes (SP), mas a sugestão não foi atendida.
Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes reforçou que qualquer tipo de comunicação, seja ela verbal ou escrita, deve ser monitorada, mas segundo o sindicato, isso é uma atividade inviável.
TREMEMBÉ
A penitenciária conhecida por ter receber presos de casos que chocaram a opinião pública como:
- Os irmãos Cravinhos (atualmente apenas Christian)
- Alexandre Nardoni
- Fernando Sastre (condutor do Porsche que tirou a vida do motorista de aplicativo)
- O ex-jogador Robinho (condenado por estupro na Itália)
- Lindemberg Alves (que tirou a vida de Eloá Cristina)
- Gil Rugai (que matou o pai e a madrasta)
Está localizada a aproximadamente 150 km de São Paulo, o pavilhão que deve receber Lessa tem capacidade para 1.500 pessoas, mas está com 2.200 presos.
O presídio possui dois pavilhões, cozinha, horta, um campo de futebol, duas fábricas, uma igreja, salas de aula e biblioteca.
No primeiro pavilhão as celas possuem duas camas e tem cerca de 4m². No segundo as celas são de 7,5m com capacidade para quatro camas.
Já a cela de isolamento, em que o detento fica sozinho, o espaço é de 8m², possui uma cama, pia e vaso sanitário no chão.
DELAÇÃO PREMIADA
Em março, Lessa fez uma delação premiada, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), entregando os mandantes e as circunstâncias do crime. O acordo de delação resultou na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão (que segue preso em Campo Grande), e do delegado Rivaldo Barbosa, principais suspeitos.
Conforme noticiado à época, o ex-militar só aceitou colaborar com a investigação depois de Élcio de Queiroz o apontar como autor dos disparos e revelar a dinâmica do crime.
Na Capital, o acusado de matar Marielle foi ouvido em cerca de 10 oitivas por agentes da Polícia Federal que investigam o caso. Ele teria prestado três depoimentos após a delação ter sido firmada com a PF e com a Procuradoria-Geral da República.
*Colaborou Laura Brasil e Alanis Netto, além de informações da Agência Brasil