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CASO MARIELLE

Ronnie Lessa é transferido de Campo Grande para Tremembé

Responsável pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e pelo do motorista Anderson Gomes, Lessa foi transferido nesta quinta-feira (20) para o presídio do interior paulista

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Responsável pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa, preso desde 2019, foi transferido do presídio federal de Campo Grande para o complexo penitenciário de Tremembé (SP), após delação premiada.

Segundo informações, Lessa será colocado em uma cela isolada, localizada em uma área onde se abrigam presos ameaçados de morte, conhecida como P1, além de ser uma ala dominada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa mais famosa do país.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) divulgou uma nota alegando que Lessa corre risco na prisão de Tremembé por ser um miliciano em uma área dominada pelo PCC, sendo um espaço inadequado para o ex-PM. 

Como solução, os agentes policiais sugeriram que Ronnie fosse transferido para o Regime Disciplinar Diferenciado, em Presidente Bernardes (SP), mas a sugestão não foi atendida.

Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes reforçou que qualquer tipo de comunicação, seja ela verbal ou escrita, deve ser monitorada, mas segundo o sindicato, isso é uma atividade inviável.

TREMEMBÉ

A penitenciária conhecida por ter receber presos de casos que chocaram a opinião pública como:

  • Os irmãos Cravinhos (atualmente apenas Christian)
  • Alexandre Nardoni
  • Fernando Sastre (condutor do Porsche que tirou a vida do motorista de aplicativo)
  • O ex-jogador Robinho (condenado por estupro na Itália)
  • Lindemberg Alves (que tirou a vida de Eloá Cristina)
  • Gil Rugai (que matou o pai e a madrasta)

Está localizada a aproximadamente 150 km de São Paulo, o pavilhão que deve receber Lessa tem capacidade para 1.500 pessoas, mas está com 2.200 presos.

O presídio possui dois pavilhões, cozinha, horta, um campo de futebol, duas fábricas, uma igreja, salas de aula e biblioteca.

No primeiro pavilhão as celas possuem duas camas e tem cerca de 4m². No segundo as celas são de 7,5m com capacidade para quatro camas.

Já a cela de isolamento, em que o detento fica sozinho, o espaço é de 8m², possui uma cama, pia e vaso sanitário no chão.

DELAÇÃO PREMIADA

Em março, Lessa fez uma delação premiada, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), entregando os mandantes e as circunstâncias do crime. O acordo de delação resultou na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão (que segue preso em Campo Grande), e do delegado Rivaldo Barbosa, principais suspeitos.

Conforme noticiado à época, o ex-militar só aceitou colaborar com a investigação depois de Élcio de Queiroz o apontar como autor dos disparos e revelar a dinâmica do crime.

Na Capital, o acusado de matar Marielle foi ouvido em cerca de 10 oitivas por agentes da Polícia Federal que investigam o caso. Ele teria prestado três depoimentos após a delação ter sido firmada com a PF e com a Procuradoria-Geral da República.

*Colaborou Laura Brasil e Alanis Netto, além de informações da Agência Brasil

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Cidades

Oito em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolas

Tema está em debate na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados

14/10/2024 21h00

Oito em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolas

Oito em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolas Agência Brasil

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pela QuestionPro mostra que oito em cada 10 adultos (80%) acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido. Entre os pais, 82% concordam com essa proibição, também apoiada pela maioria dos entrevistados sem filhos (72%).Oito em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolasOito em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolas

A percepção sobre a necessidade da proibição aparece em todas as faixas etárias de adultos, mas no caso de pessoas com 61 anos ou mais o índice é ainda maior: 87% apoiam a restrição. “Essa é uma concordância transversal na sociedade, não existe divergência. E essa concordância atravessa gênero, idade, todos os perfis”, explica a gerente de pesquisa quantitativa do Instituto Locomotiva, Gabrielle Selani.

Recentemente, o Ministério da Educação anunciou que está elaborando um projeto de lei para proibir o uso de celulares nas salas de aula. O tema também é debatido na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

O levantamento identificou que 90% dos entrevistados concordam que as crianças de hoje em dia não querem mais brincar na rua por causa do uso do celular ou para assistir TV. Segundo a pesquisa, 69% acreditam que a idade ideal para ter o primeiro celular é a partir dos 13 anos, mas 86% acreditam que os jovens desejam ter um celular antes dessa idade.

“Está clara a concordância sobre a proibição do uso de celulares nas escolas, mas, além disso, é preciso monitorar o tempo e o conteúdo em si. É preciso estar atento também sobre o que acontece fora do muro das escolas”, diz Gabrielle.

Entre os efeitos negativos do uso de celular na infância, segundo os entrevistados, estão vício em tecnologia, aumento da ansiedade e depressão, problemas de sono, desempenho escolar prejudicado, dificuldades nas relações sociais e exposição ao cyberbullying.

A pesquisa realizou 1.491 entrevistas em todo o país, no período de 24 de junho a 8 de julho, abrangendo diversas regiões e perfis socioeconômicos. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Para a gerente de pesquisa do Instituto Locomotiva, a pesquisa pode contribuir para a elaboração de legislações inclusivas sobre o tema. “A pesquisa ouviu a sociedade como um todo, pois é preciso universalizar o assunto. Essa é uma questão que vai afetar toda a sociedade, todos vamos sentir os impactos do uso sem controle das telas”.

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Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados

Linhagem XEC foi identificada no RJ, em SP e SC

14/10/2024 20h00

Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados

Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados Agência Brasil

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Uma linhagem do vírus Sars-CoV-2 que vem se espalhando pelo mundo foi detectada no Brasil. A linhagem, chamada de XEC, que pertence à variante Omicron, foi identificada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina. O primeiro achado foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras referentes a dois pacientes residentes na capital fluminense, diagnosticados com covid-19 em setembro. A identificação foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, que atua como referência para Sars-CoV-2 junto ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS).Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estadosNova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados

O Ministério da Saúde e as secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro foram rapidamente informados sobre o achado. As sequências genéticas decodificadas foram depositadas na plataforma online Gisaid nos dias 26 de setembro e 7 de outubro. Depois das sequências do Rio de Janeiro, também foram depositados, por outros grupos de pesquisadores, genomas da linhagem XEC decodificados em São Paulo, a partir de amostras coletadas em agosto, e em Santa Catarina, de duas amostras coletadas em setembro.

Monitoramento

A XEC foi classificada pela OMS no dia 24 de setembro como uma variante sob monitoramento. Isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma que são suspeitas de afetar o comportamento do vírus e observam-se os primeiros sinais de “vantagem de crescimento” em relação a outras variantes em circulação. Esta variante começou a chamar atenção em junho e julho de 2024, devido ao aumento de detecções na Alemanha. Rapidamente, espalhou-se pela Europa, pelas Américas, pela Ásia e Oceania. Pelo menos 35 países identificaram a cepa, que soma mais de 2,4 mil sequências genéticas depositadas na plataforma Gisaid até o dia 10 de outubro deste ano.

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC Paola Resende, dados do exterior indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens, porém será necessário avaliar o seu comportamento no Brasil. “Em outros países, essa variante tem apresentado sinais de maior transmissibilidade, aumentando a circulação do vírus. É importante observar o que vai acontecer no Brasil.  O impacto da chegada dessa variante pode não ser o mesmo aqui porque a memória imunológica da população é diferente em cada país, devido às linhagens que já circularam no passado”, explica Paola, que também atua na Rede Genômica Fiocruz.

A detecção da XEC no Brasil foi realizada a partir de uma estratégia de vigilância que ampliou o sequenciamento de genomas do Sars-CoV-2 na capital fluminense em agosto e setembro. Esta ação contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Durante três semanas, foi realizada a coleta de amostra de swab nasal para envio ao Laboratório de Referência do IOC/Fiocruz em casos positivos para Sars-CoV-2 diagnosticados por testes rápidos em unidades básicas de saúde. Embora tenha apontado a presença da XEC, o monitoramento confirmou o predomínio da linhagem JN.1, que é majoritária no Brasil desde o final do ano passado.

“Realizamos essa ação para compreender em tempo real o que estava ocorrendo no Rio, uma vez que havia um leve aumento nos diagnósticos de covid-19 na cidade. Isso foi muito importante para detectar a variante XEC, que precisará ser acompanhada de agora em diante”, detalhou a virologista.

Dados atuais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Infogripe, da Fiocruz, não indicam alta nos casos de covid-19 na cidade. A virologista alerta para o enfraquecimento da vigilância genômica do SARS-CoV-2 no Brasil e reforça a necessidade de manter o monitoramento em todo o território nacional.

“Atualmente, estamos sem dados genômicos de diversos estados porque não têm ocorrido coleta e envio de amostras para sequenciamento genético. É muito importante que esse monitoramento seja mantido de forma homogênea no país para acompanhar o impacto da chegada da variante XEC e detectar outras variantes que podem alterar o cenário da covid-19”, destacou Paola.

A virologista reforçou ainda que os dados sobre os genomas do Sars-CoV-2 em circulação são relevantes para ajustar a composição das vacinas da covid-19. A OMS conta com um grupo consultivo técnico sobre o tema, que se reúne duas vezes ao ano. Em abril, o comitê recomendou formulação de imunizantes baseados na linhagem JN.1. A próxima reunião está marcada para dezembro.

Origem

Análises indicam que a XEC surgiu pela recombinação genética entre cepas que circulavam anteriormente. O fenômeno ocorre quando um indivíduo é infectado por duas linhagens virais diferentes simultaneamente. Nessa situação, pode ocorrer a mistura dos genomas dos dois patógenos durante o processo de replicação viral. O genoma da XEC apresenta trechos dos genomas das linhagens KS.1.1 e KP.3.3. Além disso, a linhagem apresenta mutações adicionais que podem conferir vantagens para a sua disseminação.

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