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MEIO AMBIENTE

Com 'dragagem' no rio Paraguai barrada pelo Ibama, BR-262 é quem sofrerá

Manutenção do calado em alguns pontos pode liberar estradas de receber mais de 700 carretas de minério de ferro por dia

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A navegabilidade perene do Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul tem sido um problema, por conta da seca extrema que a região enfrenta há seis anos. Para tentar resolver essa situação, foi apresentado um projeto para manutenção do calado na bacia, uma espécie de dragagem dos bancos de areia, mas sem tirar sedimentos do rio, o que foi negado pelo governo federal.

Sem essa medida, todo o escoamento do minério de ferro produzido na região pode ter de ser feito por meio das rodovias, principalmente a BR-262. Com isso, mais de 700 caminhões, carregados com 50 toneladas do material, poderão impactar a estrada, que mesmo agora já necessita de melhorias.

De acordo com relatório que a reportagem do Correio do Estado teve acesso, apesar de o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ter apontado 18 pontos que precisam passar por essa manutenção, apenas quatro seriam os mais urgentes em Mato Grosso do Sul, estando localizados entre a ponte ferroviária Ponte Eurico Gaspar Dutra, na região de Porto Esperança, até antes do Forte Coimbra.

Para o deputado estadual Paulo Duarte (PSB), que é de Corumbá, ao negar uma solução para o transporte hidroviário, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) “condena” a economia local e também prejudica a BR-262 e quem a utiliza.

“Se o Ibama lá de Brasília estivesse pensando na preservação, ele teria liberado essa intervenção, porque, na rodovia, centenas de animais morrem atropelados nessa região. É um cemitério, além do perigo para os outros motoristas”, afirmou Duarte ao Correio do Estado.

“O transporte rodoviário é muito mais poluente do que o hidroviário, que agride menos o meio ambiente. Sem contar no perigo do ponto de vista das pessoas que trafegam na rodovia”, completou.

RIO BAIXO

No dia 17 de outubro, o Rio Paraguai atingiu sua marca mais baixa da história na régua de Ladário: 69 centímetros abaixo de zero. Para o transporte fluir a plena carga, o nível precisa estar acima de 1,5 metro em Ladário, o que só deve ocorrer a partir de fevereiro do ano que vem, caso ocorram chuvas dentro da média histórica em Mato Grosso do Sul e, principalmente, em Mato Grosso.

Para se ter uma ideia de como seria a remoção dos bancos de areia, classificada como manutenção de calado, não haveria retirada de uma única pá de areia do fundo do rio. 

A “dragagem” que precisa ser feita, segundo o Dnit, resume-se a remover essa terra de uma parte para outra no fundo do rio. Com isso, não haveria risco de interferir no nível ou na velocidade de escoamento da água, que é o principal temor dos ambientalistas. 

De janeiro a setembro do ano passado, período em que o nível do rio chegou a atingir 4,24 m em Ladário, foram escoadas 5,27 milhões de toneladas de minérios para exportação. 

Neste ano, quando o nível máximo não passou de 1,47 m, o volume caiu 41%, ficando em apenas 3,13 milhões de toneladas.  Para o ano que vem, caso ocorra recuperação do nível do rio e caso seja feita a chamada manutenção de calado, existe possibilidade de exportação de até 13 milhões de toneladas de minérios a partir dos portos de Corumbá e Ladário, conforme o deputado Paulo Duarte.

Porém, se isso não acontecer e o minério precisar ser escoado pelas rodovias, significará que 260 mil carretas com 50 toneladas do produto trafegarão na BR-262 no ano que vem.

Os técnicos do Ibama de Brasília exigem que seja realizado um estudo de impacto ambiental antes de liberar a “dragagem”, que já é feita há vários anos no chamado trecho norte da hidrovia, entre Cáceres (MT) e Corumbá. 

Esse estudo, porém, pode demorar até três anos, e o ideal, segundo o deputado, é que esses trabalhos sejam feitos agora, quando o nível do rio está baixo. Ele acredita que em até três meses seria possível remover a terra nos quatro pontos mais críticos.

Uma solução para o entrave entre Ibama e Dnit, segundo Duarte, seria a delegação de algumas medidas para o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que, nas palavras do parlamentar, “sabe o que a gente passa”.

“O problema é que o Ibama nacional não quer ouvir, não ouve o órgão regional, não quer debater e não delega para o Imasul algumas responsabilidades, que é o que faz muito mais sentido, porque ele conhece nossa realidade”, declarou Duarte.

Ainda segundo o parlamentar, caso o Ibama não “apresente uma justificativa” científica para a não intervenção ao longo do rio, ele pode ingressar pelas vias da Justiça com esse pedido. 

“Nós queremos um estudo urgente sobre os impactos dessa manutenção nesses quatro pontos principais para o restante do rio, mas eles se negam, e sem dar justificativa, parece até ser de caráter ideológico”, afirma.

EMPREGOS

A demora para liberação da “dragagem” do Rio Paraguai também ameaça o emprego de 11 mil pessoas em Mato Grosso do Sul, conforme estimativa do deputado. De acordo com esse estudo, são 3,5 mil empregos diretos e 7,5 mil empregos indiretos que dependem da navegabilidade do rio. 

Desse número, cerca de 3 mil pessoas trabalham diretamente com as atividades de extração dos minérios. Além disso, existem outras milhares que trabalham nos portos, nas barcaças, nas transportadoras e nas empresas que prestam serviço ao grupo J&F, principal responsável pela extração dos minérios nas morrarias de Corumbá. 

O Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, é o segundo maior empregador de Corumbá, ficando atrás somente da prefeitura, destaca o deputado. 

lucro milionário

Câmara analisa veto ao reajuste extra da água em Campo Grande

Vereador alega que tarifas da Capital são as mais altas do país e perderam a modicidade. Por isso, apresentou projeto sustanto o aumento autorizado pela Agereg

03/12/2024 13h20

Projeto que suspende o reajuste foi protocolado ontem à noite e lido no plenário da Câmara de Campo Grande nesta terça-feira

Projeto que suspende o reajuste foi protocolado ontem à noite e lido no plenário da Câmara de Campo Grande nesta terça-feira

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Projeto de decreto legislativo que começou a ser debatido na manhã desta terça-feira (3) pelos vereadores de Campo Grande teta barrar o reajuste extra de dois pontos percentuais nas tarifas de água e esgoto em Campo Grande  autorizado pela Agência de Regulação na segunda-feira e que passa a vigorar partir do dia 3 de janeiro do próximo ano. Com este acréscimo, o aumento será de 6,6%. 

A proposta para sustar o reajuste é da vereadora Luíza Ribeiro (PT), que nos dois anos anteriores apresentou propostas idênticas, mas não conseguiu votos suficientes dos colegas da Câmara. Segundo ela, para barrar o aumento basta maioria simples. Ou seja, se os 29 vereadores estiverem presentes, basta 15 votos. 

Nesta primeira manhã de coleta de assinaturas, segundo ela, conseguiu o apoio do colega de partido Ayrton Araújo e dos tucanos Victor Rocha, Gian Sandim,  Professor Juari e Zé da Farmácia. “Já tenho mais apoio que nos anos anteriores. E, caso não consiga barrar o aumento aqui, vou recorrer à Justiça. Vou até o Supremo. Não vou desistir, pois existe uma relação promíscua entre o poder público e essa concessionária”, diz a parlamentar.  

De acordo com a vereadora, desde 2017 as tarifas de água e esgoto em Campo Grande aumentaram em 115%, sendo que no mesmo período a inflação foi de 60%. “Qualquer contrato de concessão deixa claro que as empresas têm direito a lucro, mas precisa haver modicidade nas cobranças. Aqui faz tempo que não existe esta modicidade”, reclama ela. 

Dados oficiais da concessionária Águas Guariroba mostram que o lucro ao longo de 2023 foi da R$ 863 mil por dia, ou R$ 316 milhões ao longo do ano. “Mesmo assim, conseguiu convencer a Justiça a conceder reajuste de dois pontos percentuais acima da inflação a título de reequilíbrio econômico. Isso é um absurdo. As tarifas de Campo Grande já são as mais altas do país. É inadmissível”, segundo a vereadora. 

 Segundo a Agereg, esse aumento extra de 2,07% foi determinado pela Justiça, mas a vereadora diz que não localizou essa decisão judicial e que já solicitou oficialmente para que a Agência de Regulação explique essa decisão na Câmara. 


COMPARATIVO

Para efeito de comparação, a partir de janeiro, as tarifas cobradas pela Águas Guariroba serão  57,7% maiores que as praticadas pela Sanesul, estatal estadual que atende 68 municípios do interior. 

No interior do Estado, uma família que consome até dez mil litros de água por mês pagar R$ 5,54 por metro cúbico de água e R$ 2,74 por metro cúbico de esgoto, caso haja coleta e tratamento. 

Em Campo Grande, para esta mesma faixa de consumo, o metro cúbico de água (mil litros) passa a ser de R$ 7,68 e a tarifa de esgoto,de R$ 5,38. Ou seja, os consumidores de Campo Grande pagam 96,3%% a mais pelo tratamento do esgoto e 38% a mais pela água. 

Na interior, um consumidor residencial conectado á rede de coleta de esgoto e que fechar o mês com exatos dez metros cúbicos de consumo será obrigado a desembolsar R$ 82,40 depois de primeiro de julho. Em Campo Grande, será de R$ 130,6 a partir de janeiro de 2025. Isso significa uma diferença a maior de 57,7%. 

VOTAÇÃO

Faltando poucos dias para o início do recesso parlamentar e para o fim do mandato de 15 dos 29 vereadores, a vereadora acredita que consiga votar ainda neste ano o projeto de Decreto Legislativo. 

Mas caso esse possível veto ao reajuste demore mais, o decreto já prevê restituição em dobro e com juros daquilo que for cobrado em excesso. 

veja o vídeo

Avião que viria a MS é atingido por outra aeronave em Congonhas

Um A319 da Latam, que estava previsto para chegar em Campo Grande às 9h15, foi atingido pelo cone de cauda de um A320neo, do qual iria para Brasília; veja vídeo

03/12/2024 12h15

Aviões colidirem ainda em solo no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP)

Aviões colidirem ainda em solo no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP) Foto: Reprodução

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Um avião da Latam, que tinha previsão de chegada em Campo Grande às 9h15 desta quarta-feira (03), foi atingido por outra aeronave em solo, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), e precisou ter seu voo postergado por algumas horas.

Como pode ser visto no vídeo, o A319 de matrícula PT-TMA que faria o voo LA3176, com destino à capital sul-mato-grossense, estava parado quando uma outra aeronave, um A320neo  PR-XBG, que partiria para Brasília (DF), bateu no cone de cauda do avião “campo-grandense” quando estava taxiando pelo aeroporto. Veja o vídeo:

 

Em contato com a Latam, a companhia aérea informou que o acidente não causou nenhum dano aos passageiros e tripulantes presentes em ambas as aeronaves. O voo que viria para Campo Grande ainda está no ar até o momento desta reportagem, mas realocaram os passageiros para uma outra aeronave, um Airbus A320. 

O desembarque em terras sul-mato-grossenses deve acontecer por volta de 12h e, após a saída completa dos passageiros, o avião deve retornar à capital paulista. As investigações para ver danos no avião e motivos da colisão continuam por parte do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

Casos recentes em MS

No dia 24 de setembro, uma aeronave de pequeno porte sofreu um acidente, na área de rural de Chapadão do Sul. O avião era ocupado por quatro pessoas e duas delas sofreram ferimentos leves.

Informações preliminares apontam que o incidente aconteceu durante o procedimento de pouso, fazendo com a aeronave tombasse com as rodas para o ar.

Em consulta ao portal de Registro Aeronáutico Brasileiro, no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), através do prefixo da aeronave, consta que ela se encontra em situação de aeronavegabilidade normal. O proprietário é um produtor rural de Mato Grosso do Sul.

No dia 31 de agosto, outro avião de pequeno porte caiu próximo a uma usina de açúcar, em Costa Rica, a 327 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações iniciais, o piloto e o copiloto morreram carbonizados. Testemunhas relataram que a aeronave tentou arremeter antes de cair e explodir.

Conforme informações de testemunhas, o acidente ocorreu por volta das 12h e ainda não há detalhes sobre o que poderia ter causado a queda da aeronave. Com o impacto ao solo, o avião de pequeno porte explodiu, matando os ocupantes.

Mato Grosso do Sul é o oitavo com o maior número de acidentes nos últimos 10 anos. Segundo o relatório do CENIPA, até agosto de 2024, o estado pantaneiro teve apenas dois sinistros, mas que não resultaram em nenhuma morte, um caso aconteceu em um avião B06 e outro em um PA11. Porém, como reportado acima, outros dois acidentes aéreos aconteceram em MS, sendo um com vítimas fatais. 

Vinhedo & MS

O acidente com um avião da Voepass com 62 pessoas a bordo, que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, em agosto deste ano, é o sexto maior acidente aéreo já registrado no Brasil, em termos de número de vítimas. Entre os mortos está o Policial Rodoviário Federal (PRF) Hiales Froda, de 33 anos, que atuava em Mato Grosso do Sul, e estava acompanhado da esposa Daniela Schulz Froda que é fisioculturista, e o destino do casal seria o os Estados Unidos. 

A PRF, por meio de nota, lamentou a morte do agente e sua esposa e informou que ele ingressou em 2020 na instituição tendo iniciado a carreira no Acre e posteriormente foi transferido para Mato Grosso do Sul.

Hiales Fodra, é conhecido por ser filho do ex vice-prefeito de Moreira Sales (PR), Ari Fodra. A morte do agente da PRF chocou a população do município. 

O velório do casal foi em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, onde Daniela nasceu, e o enterro em Moreira Salles, no Paraná.

Ainda, cunhada do empresário Rodrigo Bigolin, sócio do Grupo Bigolin Materiais de Construção, Laiana Vasatta é uma das 61 vítimas do avião que caiu em Vinhedo. A advogada é esposa de Fabio Bigolin. 

Em São Paulo ela encontraria com o marido que estava apresentando o trabalho desenvolvido pela empresa de materiais de construção.

Laiana é filha do ex-vereador de Cascavel, Jaime Vasatta, e sobrinha do presidente da Câmara de Vereadores de Santa Helena, Paulo Júlio Vasatta.

Segundo informações, Rodrigo também iria embarcar, mas não conseguiu.

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