Dhyonatan Celestrino, 23 anos, conhecido como “Maníaco da Cruz”, precisou ser encaminhado para atendimento em uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) depois de se recusar a comer, tomar remédios e apresentar comportamento irregular e confuso no Instituto Penal de Campo Grande, na tarde desta terça-feira (29).
Em nota, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) informou que a saída de Dhyonatan do presídio teve objetivo de dar um atendimento mais adequado e completo, por recomendação do psiquiatra que faz seu acompanhamento no presídio.
Do Caps, ele foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande e deverá retornar para a unidade prisional depois de liberação médica.
Ainda segundo a Agepen, ele se recusou a receber alimentação e remédios prescritos na noite de segunda-feira (28) e durante toda esta terça. Ele foi encaminhado ao Caps do Aero Rancho em uma viatura do Corpo de Bombeiros, devido ao fato de ser interno psiquiátrico, com escolta da Polícia Militar (PM).
A Agepen está buscando, junto a outros estados, a possibilidade de transferência de Dhyonatan para um hospital psiquiátrico. Conforme a agência, até o momento apenas São Paulo respondeu, alegando impossibilidade de ceder vaga.
CRIMES
Em 2008, Dhyonatan foi apreendido depois de matar três pessoas em Rio Brilhante, a 158 quilômetros de Campo Grande. As vítimas, o pedreiro Catalino Gardena, a frentista Leticia Neves de Oliveira e a jovem Gleice Kelly da Silva, foram assassinadas depois de responder uma série de perguntas e serem consideradas impuras. Os corpos eram colocados com os braços abertos em cemitérios, o que gerou ao rapaz a alcunha de “maníaco da cruz”.
Na época, com 16 anos, o rapaz foi encaminhado para a Unidade Educacional de Internação (Unei) de Ponta Porã. Ele chegou a fugir por pouco mais de um mês, até ser recapturado pela polícia paraguaia no município de Horqueta. Sua transferência para a Capital ocorreu em seguida, tendo sido isolado em ala psiquiátrica da Santa Casa em maio de 2013.
Com laudos que apontavam sua incapacidade de convívio social, o Ministério Público de Ponta Porã solicitou a internação compulsória de Dhyonatan que, em julho de 2013, foi internado em ala psiquiátrica do Presídio de Segurança Máxima e, posteriormente, no Instituto Penal onde permanece em cela isolada.