Os guardas municipais Robert Vitor Kopetski, Rafael Antunes Vieira, e o motorista de aplicativo Flávio Narciso Morais da Cunha foram presos novamente pela Força-Tarefa que investiga crimes de pistolagem em Campo Grande, composta por policiais civis do Grupo de Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras). O mandado de prisão foi emitido na noite de terça-feira (30) pelo juiz relator Waldir Marques, que atua em 2ª instância, na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça atendeu a recurso da procuradora de Justiça Sara Francisco da Silva, e restabeleceu a prisão preventiva dos suspeitos de integrar o grupo investigado pela Força-Tarefa. A procuradora alegou que a Eliane Benitez Batalha dos Santos, testemunha do processo e da investigação conduzida pela Polícia Civil, está com a vida em risco, e teria sido ameaçada pelo grupo. Eliane é companheira de outro guarda municipal, Marcelo Rios, que está preso preventivamente desde o dia 19 de maio, quando foi flagrado com um arsenal em sua residência. Atualmente, Marcelo Rios está recolhido no presídio federal de Mossoró (RN).
Robert, Rafael e Flávio foram presos em 22 de maio último, e libertados no dia 31 do mesmo mês. O motivo foi “obstrução à Justiça”. Os policiais do Garras concluíram que eles estavam atrapalhando as investigações. No dia seguinte após a prisão de Marcelo Rios, eles teriam ameaçado e perseguido Eliane Benitez.
O primeiro pedido de relaixamento da prisão dos suspeitos foi aceito em maio pela juíza Eucelia Casal. Na ocasião, ela impôs medidas cautelares, como a proibição de deixar Campo Grande, para substituir a prisão preventiva. O Ministério Público Estadual recorreu da decisão, pelo menos quatro vezes, e agora teve êxito em prendê-los novamente.
No último pedido da procuradora Sara Francisco da Silva, um embargo de declaração, ela pediu ao juiz relator Waldir Marques, que respondesse ao ponto em que ela alegava sobre o risco que a vítima corria. O embargo de declaração não foi aceito, mas um recurso em sentido estrito, ajuizado anteriormente, foi, e o mandado de prisão expedido e cumprido.
Entenda o caso
Marcelo Rios foi preso em 19 de maio deste ano, depois de ter sido flagrado com um arsenal em vários endereços. A maior parte das armas estava em uma casa localizada no Bairro Monte Líbano. No local, havia seis fuzis (dois AK-47 de calibre 762 e quatro de calibre 556), um revólver 357, 11 pistolas 9 milímetros, quatro pistolas .40, uma pistola de calibre 22 e outra pistola de calibre 380, além de duas espingardas, sendo uma de calibre 12 e outra de calibre 22. Também foram encontradas 1.753 munições, 392 para os fuzis AK-47.
Na semana seguinte à prisão de Marcelo, Eliane, conforme consta nas investigações, passou a ser assediada pelos colegas do marido. Por isso, os outros dois guardas municipais e o motorista de aplicativo foram presos em seguida por obstrução da Justiça, e libertados uma semana depois.
A força-tarefa do Garras, investiga três execuções ocorridas desde o ano passado na Capital em que armas semelhantes às apreendidas foram utilizadas contras as vítimas.