Hoje, a batalha por uma vaga nas oitavas de final entre Polônia e Argentina põe frente a frente dois jogadores que ostentam o título de Melhor do Mundo. Lionel Messi e Robert Lewandowski se enfrentam às 15h (de MS), no Estádio 974, em Doha, pela última rodada do Grupo C.
E é bem possível que o resultado elimine uma das duas seleções.
Ontem, em Doha, o técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni, foi questionado se considera que Lewandowski está no nível de Messi.
“Esta é uma pergunta traiçoeira. Vamos desfrutar do futebol dos dois. São dois jogadores excepcionais”, resumiu.
Com 4 pontos, os poloneses lideram o Grupo C. Os argentinos têm 3. Na outra partida da chave, a Arábia Saudita (3 pontos) enfrenta o México (1).
Se é para ficar na premiação de melhor do planeta, estarão em campo os donos de três dos últimos quatro troféus. Depois da vitória de Messi em 2019, Lewandowski ganhou em 2020 e 2021. Mas a Copa do Mundo é o sonho dourado dos dois. Ambos devem se despedir do torneio neste ano.
Aos 35 anos, Messi já avisou que não estará presente em 2026. Seu rival, com 34, ainda não anunciou sua decisão. Ambos tentam ter uma redenção no maior palco do futebol do planeta.
Na Rússia, em 2018, Lewandowski deixou a Copa sem fazer nenhum gol. Sua equipe caiu na fase de grupos.
Messi foi às oitavas com a Argentina, mas, aparentando desinteresse e em um elenco que se esfacelava sob o comando de Jorge Sampaoli, foi eliminado pela França.
A última vez em que a Polônia chegou a um mata-mata de mundial foi também a última vez em que a Argentina saiu campeã, em 1986.
Enquanto Maradona fazia sua mágica para levar o país ao título, uma geração envelhecida da seleção europeia era goleada pelo Brasil, por 4 a 0, nas oitavas de final.
Apesar de ser um dos confrontos individuais mais esperados do torneio no Catar até o momento, o duelo entre os atacantes não agrada a todos.
“É um jogo entre Polônia e Argentina, não entre Lewandowski e Messi. Isso não é tênis, em que eles vão jogar um contra o outro e todos vão esperar para ver quem saca um ace ou faz um lobby bonito. Robert precisa dos seus companheiros, e Messi, também”, disse o técnico polonês Czeslaw Michniewicz.
Os dois vêm de bons momentos na última rodada e foram determinantes nas vitórias de seus times.
Lewandowski anotou seu primeiro gol em Copas do Mundo no 2 a 0 contra a Arábia Saudita. Após o empate na estreia contra o México, foram três pontos essenciais. Mas não tantos quantos os obtidos pela Argentina com a ajuda preponderante de Messi.
O camisa 10 marcou um golaço para abrir o caminho para o triunfo, por 2 a 0, contra os mexicanos. Na estreia, os sul-americanos haviam sido derrotados pelos sauditas.
Há a possibilidade de ambos se classificarem, mas isso dependeria do resultado do confronto entre Arábia Saudita e México e do saldo de gols, primeiro critério de desempate.
Os objetivos dos dois astros são diferentes. Se levar a Polônia às oitavas de final, Lewandowski poderá cantar vitória. Seria carregar sua equipe a um patamar que ela não atinge há 36 anos.
Messi, não. A glória seria chegar ao título. Isso explica, em parte, sua vibração ao fazer o gol na última partida. Ele chegou a dizer que estavam “mortos” com o empate parcial.
“Não temos de carregar nenhuma pressão e estar tranquilos. As coisas vão vir porque estamos fazendo tudo muito bem. É lindo ter essa responsabilidade”, disse o zagueiro Lisandro Martínez, sobre a pressão de estar no mundial pela Argentina e estrear com derrota.
Quem considerar que a seleção alviceleste, apesar da empolgação pela vitória, ainda pode ser eliminada, pode constatar que a partida de hoje tem a chance de ser a última de Lionel Messi em Copas do Mundo.
Seria o fim de uma era no futebol para o atacante, que chegou perto do título em 2014, quando foi vice, e passou por momentos sofridos, como sair do torneio de 2010, já na condição de melhor do planeta, sem ter feito nenhum gol.
“Sempre disse que era um grupo difícil e complicado. Nada mudou. Sabíamos que poderia acontecer isso [chegar à última rodada precisando de resultado]. Sempre há algo por se jogar”, opinou Scaloni.