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Com 81 ônibus prestes a vencer, Prefeitura promete cobrança

Consórcio Guaicurus tem planos para novos carros em 2020

DAIANY ALBUQUERQUE

14/10/2019 - 09h59
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A partir do dia 1º de janeiro de 2020, 81 ônibus da frota de 555 carros do Consórcio Guaicurus farão com que a média de 5 anos de uso dos veículos seja ultrapassada, o que é proibido pelo contrato entre a empresa e a Prefeitura de Campo Grande.

Para que a aquisição de novos ônibus seja rápida, o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação e Serviços Públicos (Agereg), Vinícius Leite, promete cobrança ágil.

A média foi ultrapassada este ano após o vencimento de 47 veículos e só deve voltar a ser respeitada no mês de novembro, quando serão postos em circulação todos os 55 novos carros adquiridos pelo consórcio, que tem a outorga para explorar o transporte coletivo urbano na Capital por total de 20 anos.

Segundo Leite, a intenção da pasta é já no início do ano abrir  processo administrativo para que as empresas que formam o consórcio sejam obrigadas a adquirir os carros o mais rápido possível. “Para que não aconteça o que aconteceu este ano, que os carros vão chegar em um mês e no outro já terão outros vencidos”.

Em 2019, a Agereg multou o consórcio em R$ 2,7 milhões por conta de quebra de contrato, já que a média de idade dos ônibus chegou a 6,76 anos. O processo foi suspenso após a empresa apresentar a nota de compra dos carros. Segundo a agência, a suspensão do processo não quer dizer que o grupo de empresas não deverá pagar o valor. “Semana que vem acaba o prazo da suspensão e nós vamos analisar o que será feito. Se o consórcio será realmente multado, ou se vamos aplicar outro tipo de sanção”, explicou o diretor-presidente da Agereg.

Avaliação da agência reguladora mostra que o Consórcio Guaicurus deverá renovar, pelo menos, 10% da frota por ano, ou seja, 55 carros até 2023, para manter a média de idade em 5 anos, o que custaria R$ 20 milhões. “Isso porque eles passaram muito tempo sem adquirir novos carros. A primeira compra foi em 2013, depois só voltaram a comprar em 2017. Se tivessem feito a troca escalonada, a frota teria uma vida útil maior”, avaliou.

POSIÇÃO

O presidente do consórcio, João Rezende, informou que a compra de novos carros está nos planos já para o primeiro semestre de 2020, porém, ele afirmou não fará compromissos que o grupo não terá condições financeiras de pagar. “Nós vamos renovar parte da frota ano que vem, mas não tem data para a compra ainda. Nossa vontade é de comprar ainda no primeiro semestre, chegar o mais próximo possível, mas não vamos assumir o que não podemos cumprir”, declarou ao Correio do Estado.

Rezende ainda garantiu que o consórcio tem “vontade” de fazer uma compra maior, próxima da que foi feita em 2013, quando a empresa adquiriu 92 carros, mas não confirmou que esse seria o número de carros novos no próximo ano.

“Nossa ferramenta mais importante é o ônibus. Sabemos que para os nossos clientes a melhor coisa é andar de ônibus novo, mas temos o cuidado de observar nossas condições financeiras. Se pudéssemos renovar pelo menos 5% da frota, já seria bom”, disse.

NOVOS ÔNIBUS

Na semana passada, dez novos carros dos 55 que foram adquiridos chegaram à Capital. A previsão do grupo é de que nesta semana outros dez veículos cheguem e, até o fim deste mês, mais nove, totalizando 29 carros. Os outros 26 devem chegar ao longo do mês de novembro. 

Mesmo oferecendo frota de veículos usados, o Consórcio Guaicurus foi o vencedor da licitação realizada em 2012. As empresas foram escolhidas mesmo apresentando maior valor de outorga de concessão do que a concorrente. O valor oferecido foi de R$ 20 milhões, sendo R$ 8,75 milhões maior do que o disponibilizado pela paranaense Auto Viação Redentor.

JUSTIÇA

Apesar da afirmação do presidente de que há intenção de renovar a frota, o consórcio move processo na Justiça estadual pedindo para que a média de cinco anos de uso do veículo seja ampliada. No documento, a empresa afirma que está “no limite de suas forças, especialmente econômicas, enfrentando inúmeras dificuldades, oriundas especialmente de desajustes/fatos novos ocorridos após o contrato/não implementações de obrigações decorrentes da licitação pública/concorrência predatória”.

Ainda segundo o documento, caso a idade média da frota seja mantida em no máximo cinco anos, a empresa deve aquirir 70 ônibus em 2020. No pedido, o grupo quer que a idade média da frota seja alterada para sete anos, o que reduziria o investimento até o fim do contrato.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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