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Polícia Civil reforça saúde mental com novo protocolo de apoio

Reportagem do Correio do Estado mostrou que, entre 2019 e abril de 2024, nove policiais militares do Estado tiraram a própria vida

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Após a publicação da reportagem “Suicídios levam polícias de Mato Grosso do Sul a 'crise invisível'", a Delegacia-Geral de Polícia Civil (DGPC) respondeu que criou um protocolo, em vigor desde maio, para oferecer suporte a policiais expostos a eventos traumáticos.

Além disso, a Polícia Civil está implementando avaliações psicológicas e físicas periódicas para identificar necessidades e auxiliar em estratégias de prevenção.

A DGPC também justificou a inclusão do apoio espiritual na mesma coordenadoria do atendimento psicossocial, citando o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a espiritualidade como um componente da saúde.

A nota explica que o foco é na espiritualidade, não em religião, e que esse suporte é oferecido por profissionais teólogos, atuando principalmente na prevenção do adoecimento mental de policiais e seus familiares.

Para o futuro, a DGPC planeja fortalecer sua rede de apoio através de parcerias com universidades, sindicatos e planos de saúde. A instituição também pretende expandir programas de bem-estar, como ginástica, meditação e dança, e implementar ações como preparação para aposentadoria e educação financeira.

Outro projeto destacado é o "Programa Capilaridade", que visa capacitar policiais em áreas mais afastadas para oferecerem o primeiro acolhimento a colegas em necessidade.

Crise invisível nas polícias de MS

Um levantamento da própria instituição, obtido via Lei de Acesso à Informação (LAI), revela que, entre 2019 e abril de 2024, nove policiais militares de Mato Grosso do Sul tiraram a própria vida. O número é alarmante, especialmente quando comparado com a taxa nacional. Na Polícia Civil, desde 2014 foram 11 suicídios de policiais, entre eles, um delegado de polícia. 

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Mato Grosso do Sul teve a maior taxa de suicídio entre policiais militares e civis do Brasil em 2022, com 0,6 por mil policiais na ativa. O número é superior até mesmo ao de estados com efetivos muito maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro.

O estresse crônico, a exposição à violência e traumas constantes são os principais fatores que levam a transtornos como a síndrome de burnout, ansiedade e depressão. Além disso, a cultura militar, que valoriza a força e a resiliência, impõe um pesado estigma sobre a busca por ajuda psicológica, especialmente entre os homens.

Três estudos feitos na UFMS que abordam a questão da saúde mental dos policiais de Mato Grosso do Sul. A primeira, de Fabiana Souza Pedraza, psicóloga e policial civil, usou inteligência artificial para identificar que o reconhecimento formal, como elogios e premiações, pode reduzir o risco de adoecimento em quase 50%, enquanto a instabilidade na carreira, com mudanças constantes de setor ou cidade, aumenta as chances de desenvolver transtornos mentais.

A pesquisa propõe um Sistema de Intervenção Precoce (SIP) para identificar policiais em risco e agir preventivamente. A segunda dissertação, de Julyana Sueme Winkler Oshiro, apontou que 100% dos policiais de um setor administrativo se sentiam desmotivados e incompetentes, mostrando que a linha entre disciplina militar e assédio moral é perigosamente tênue. Por fim, a pesquisa de Carmem Gress revelou uma relação direta entre o estresse profissional e o risco de suicídio.

Embora existam iniciativas como o programa federal "Escuta SUSP" e o Departamento de Gestão de Pessoas da Polícia Civil, o atendimento ainda é visto como reativo, dependendo da iniciativa do policial para buscar ajuda.

As entidades de classe, como o Sinpol/MS e a Adepol, reconhecem a gravidade do problema e implementam programas próprios ou apontam a falta de reconhecimento e a "policiofobia" da sociedade como fatores que contribuem para o adoecimento da categoria.

boletim

Mortes por aids caem 4% no período de um ano em MS

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que há 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids no Estado

07/12/2025 14h30

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes Foto: Breno Esaki / Agência Saúde-DF

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O número de mortes por aids teve queda de 4,1% em Mato Grosso do Sul no comparativo entre 2023 e 2024. Boletim epidemiológico 2025, com ano-base 2024, foi divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde e aponta que em 2023 foram 172 óbitos pela doença no Estado, passando para 165 em 2024.

Ainda conforme a Pasta, o resultado acompanha a tendência nacional. O País reduziu 13% os óbitos por aids no período, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil, o menor número em três décadas.

Considerando o número de casos, foram registrados 788 em Mato Grosso do Sul no ano passado. O Estado contabiliza ainda 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o resultado reflete os avanços em prevenção e diagnóstico, com terapias de ponta que atualmente são capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível e que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.

Os casos de aids no Brasil também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano, conforme o boletim epidemiológico.

No componente materno-infantil, o País registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%.

Em todo o Brasil, há 68,4 mil pessoas que vivem com o vírus HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.

O País manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.

O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Prevenção, diagnóstico e tratamento

O Brasil adota a estratégia de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de infecção pelo HIV.

Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.

Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.

Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.

No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.

O SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo.

Vestibular

UFMS 2026: "Os impactos da conectividade na convivência social" é o tema da redação

Mais de 17 mil candidatos realizam as provas em 11 municípios de MS em busca de uma vaga na UFMS em 2026

07/12/2025 12h00

Provas foram aplicadas neste domingo (7)

Provas foram aplicadas neste domingo (7) FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O tema da redação do Vestibular UFMS 2026, que aconteceu na manhã deste domingo (7) em 11 municípios de Mato Grosso do Sul foi “Os impactos da conectividade na convivência social”.

A informação foi divulgada pela Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec). 

De acordo com a fundação, o tema tinha como objetivo fazer os candidatos a “refletirem sobre a superexposição às tecnologias digitais e os efeitos desse fenômeno nas habilidades sociais”. 

Em média, 17,5 mil candidatos realizaram o exame de forma presencial nos municípios de Aquidauana, Chapadão do Sul, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, em busca de uma vaga da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 

De acordo com o edital, são oferecidas 5179 vagas para o ingresso na Universidade através do Vestibular 2026.

Os portões foram fechados às 8 horas da manhã e os candidatos seguem até às 13 horas em prova. 

Neste ano, três novos cursos fazem parte dos 127 oferecidos pela instituição: Relações Internacionais, da Escola de Administração e Negócios; Inteligência Artificial, da Faculdade de Computação; e Licenciatura em Ciências Sociais, da Faculdade de Ciências Humanas.

Segundo a UFMS, os cursos mais concorridos são Direito, Medicina, Medicina Veterinária, Psicologia, Odontologia e Engenharia de Software. 

A divisão das vagas segue da seguinte forma: 60% para o vestibular, 20% para o Passe - quando o candidato realiza provas em três etapas durante o ensino médio - e 20% para o Sisu (Enem). 

O processo seletivo do vestibular é realizado em etapa única, com 60 questões de múltipla escolha, além da redação. O candidato pôde escolher entre a modalidade presencial ou virtual para realizar a prova, de acordo com o curso escolhido. 

2024

No último vestibular, realizado em 2024 para o ingresso na universidade em 2025, foram oferecidas mais de 6 mil vagas, distribuídas entre os 20 mil candidatos inscritos. 

Somado ao Passe UFMS, foram quase 50 mil inscritos para o ingresso em 2025, considerado um recorde de inscrições. 


 

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